“A ciência e a vida cotidiana não podem e não devem ser separadas”.
Rosalind Franklin (Química Britânica - 1920-1958).
Lá estava eu, ao fundo da sala observando tudo, após me convidarem a participar da apresentação do Projeto Gurias na Ciência, junto com gurizada das Escolas da Marinha.
Enquanto estava aguardando a chegada deles e via o pessoal do Projeto organizando as coisas, divaguei. Várias lembranças vieram à mente naquele momento. Lembrei da Glaucia criança curiosa e alucinada por ciência, mas sem muito jeito para coisa. A misturinha de Bicabornato + Limão + Água, que vira um belo antiácido e ajuda a neutralizar o pH do estômago (uso isso até hoje) e lembrei dos Mols ( unidade de mol se refere ao número de moléculas, íons e átomos) e do meu Professor de Química do Ensino Médio, um peruano, que falava rápido demais e a única coisa que entendíamos era: “Atención pessoal” e “Mol”.
De fato, a ciência está no nosso dia a dia.
Voltei para Terra.
Eles foram chegando de forma ordenada e a formalidade em coro, era assustadora: “Boa Tarde Senhora”, “Sim Senhora”, “Obrigada Senhora”.
A apresentação iniciou com uma notícia, que como diria minha mãe, me deixaria de “orelha em pé”, ao saber da premiação de uma jovem cientista brasileira, Marcele Santos, pela qual, vários prêmios Nobel foram contemplados.
Todos quietinhos, atentos, então duas alunas tiveram uma crise de tosse.
Saí com elas do auditório e fomos até a cozinha pegar água .
Crise amenizada e um: “Obrigada Senhora” em dose dupla.
Voltamos ao auditório.
A Professora, Doutora Vânia Rodrigues de Lima já havia explicado como tudo funcionava e eu perdi um “tantinho” de coisa.
Nada que ela mesma, não me contasse depois.
Uma das coisas mais legais que ela me disse, quando conversamos e eu falei que gostava muito de ciência, mas não tinha muita habilidade e se eu tivesse que seguir por esse caminho seria complicado, ela...
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“A ciência e a vida cotidiana não podem e não devem ser separadas”.
Rosalind Franklin (Química Britânica - 1920-1958).
Lá estava eu, ao fundo da sala observando tudo, após me convidarem a participar da apresentação do Projeto Gurias na Ciência, junto com gurizada das Escolas da Marinha.
Enquanto estava aguardando a chegada deles e via o pessoal do Projeto organizando as coisas, divaguei. Várias lembranças vieram à mente naquele momento. Lembrei da Glaucia criança curiosa e alucinada por ciência, mas sem muito jeito para coisa. A misturinha de Bicabornato + Limão + Água, que vira um belo antiácido e ajuda a neutralizar o pH do estômago (uso isso até hoje) e lembrei dos Mols ( unidade de mol se refere ao número de moléculas, íons e átomos) e do meu Professor de Química do Ensino Médio, um peruano, que falava rápido demais e a única coisa que entendíamos era: “Atención pessoal” e “Mol”.
De fato, a ciência está no nosso dia a dia.
Voltei para Terra.
Eles foram chegando de forma ordenada e a formalidade em coro, era assustadora: “Boa Tarde Senhora”, “Sim Senhora”, “Obrigada Senhora”.
A apresentação iniciou com uma notícia, que como diria minha mãe, me deixaria de “orelha em pé”, ao saber da premiação de uma jovem cientista brasileira, Marcele Santos, pela qual, vários prêmios Nobel foram contemplados.
Todos quietinhos, atentos, então duas alunas tiveram uma crise de tosse.
Saí com elas do auditório e fomos até a cozinha pegar água .
Crise amenizada e um: “Obrigada Senhora” em dose dupla.
Voltamos ao auditório.
A Professora, Doutora Vânia Rodrigues de Lima já havia explicado como tudo funcionava e eu perdi um “tantinho” de coisa.
Nada que ela mesma, não me contasse depois.
Uma das coisas mais legais que ela me disse, quando conversamos e eu falei que gostava muito de ciência, mas não tinha muita habilidade e se eu tivesse que seguir por esse caminho seria complicado, ela rebateu: “Acho que às vezes, continuo por pura teimosia, mas foi a maneira que encontrei para servir”.
Obrigada Professora, continue sendo teimosa.
Por Vânia Rodrigues de Lima
“O projeto Gurias na Ciência é um projeto de extensão, que tem por nome completo “ Representatividade Feminina, Divulgação Científica e Inserção Social a partir do PPGQTA: Gurias na Ciência”. O projeto tem no título descritas as suas frentes de trabalho:
1) Mostrar ao público que a Ciência contou e conta com o trabalho e descobertas de mulheres cientistas (e que é um desperdício de talentos não investirem nelas no mercado de trabalho);
2) Divulgar e popularizar a Ciência para que a sociedade perceba cada vez mais a importância desta em seu cotidiano, para incentivar crianças e jovens que queiram seguir carreira científica, ou qualquer outra carreira, universitária ou técnica, e para que fique menos suscetível a fake News;
3) Trazer projetos sociais para visitarem a nossa unidade-sede, que é a Escola de Química e Alimentos (onde está também locado o Programa de Pós-Graduação em Química Tecnológica e Ambiental, PPGQTA);
4) Promover a Inserção Social a partir de um programa de Pós-Graduação;
5) Fortalecer um coletivo que tenha cada vez mais referencias dos desafios de gênero assim como das estratégias para supera-los.
A ideia do projeto surgiu durante as celebrações dos 15 anos do PPGQTA, gerou-se a oportunidade de discutir-se pelo olhar das mulheres que fundaram o Programa os desafios vividos enquanto cientistas, na forma de mesa redonda. Como este evento foi um sucesso, foi proposto realizar uma série sobre os Desafios e Estratégias de Mulheres Cientistas, no Canal Youtube do PPGQTA. Assim surgiu a Série Mulheres na Ciência, com lives mensais. Durante as discussões para elaboração desta série, o coletivo de organizadoras realizou outras propostas de ação, que culminaram meses depois no Projeto Gurias na Ciência.
As pessoas que vêm trabalhando nele são docentes, discentes e técnicos do PPGQTA, e atualmente estamos fazendo parcerias com alunas da graduação em química e de outros cursos da FURG. Por exemplo, nossa bolsista EPEC é da Física, alunos do diretório acadêmico da Física já participam também.
Dentre as escolas, temos uma tabela (que foi apresentada no congresso SBQSul) com algumas das escolas que já trabalhamos.
Isso tem influenciado na comunidade.
Recebemos cada vez mais pedidos de visitas às escolas, outras instituições de ensino (como o IF de Camaquã), os estudantes dos projetos sociais procuram manter contato com o nosso grupo para tirarem dúvidas, aprovamos o edital Futuras Cientistas e conseguimos diálogo intenso com a comunidade escolar e receberemos em janeiro para uma imersão de 1 mês com atividades teóricas e práticas em laboratório na EQA/FURG 7 alunas de ensino médio. O tema das nossas atividades serão : Quimica Forense e a Violência contra a Mulher. A repercussão do nosso trabalho indica que há muita demanda de diálogo entre a Universidade e a comunidade externa. Espero que beneficiemos com o nosso trabalho a comunidade da mesma forma que ela nos beneficia, pois nos traz uma formação em ciência completa e direcionada para que a sociedade a usufrua. Além disso, o aprendizado em divulgação e popularização da ciência que estamos tendo reverbera no incentivo a que os estudantes vejam a universidade como possibilidade de um bom futuro”.
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