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História
Personagem: Victor Nogueira
Por: Museu da Pessoa, 23 de janeiro de 2007

Guaraná? Só de Maués!

Esta história contém:

Guaraná? Só de Maués!

O guaraná tem o seu clima e o seu solo. É tudo. E o solo é tudo. Então Maués tem o seu solo para o guaraná. É lá o solo pesado, amarelo pesado, poroso, drena bem. Percola bem. Não encharca. Apesar nas chuvas torrenciais que tem Maués, seis meses de chuva, mas a água não permanece na superfície, percola. Então o guaraná quer esse tipo de solo, poroso. Ele quer muita oxigenação. Muita. Daí que um solo compactado, mal trabalhado ele sente muito. Não desenvolve bem. Foi que nos primeiros anos daqui, as primeiras quadras que nós metíamos os tratores de esteira, os tratores pesados, compactou algumas áreas aqui. E que nós não tivemos sucesso com os plantios. Encharcava a área, e os guaranazeiros iam e morriam. Tudo pela compactação. E aqui hoje ninguém mete mais máquina pesada dentro de uma área para guaraná, para evitar a compactação. O guaraná quer isso. Quer solo livre, livre de qualquer erva daninha na superfície do solo. Livre de qualquer outra planta que cubra a sua copa, como a erva-de-passarinho, a batatarana, a morceguinho, a ortiguinha, o piri-piri. Todas são plantas que gostam da copa do guaranazeiro. O guaranazeiro então maués tem seu solo e tem seu clima. As propriedades que o guaraná aqui de Maués tem é bem diferente. Ou os outros tem um, os outros que se dedicam à cultura do guaraná - como Bahia, Mato Grosso, outros estados - eles não encontram o solo que Maués tem. Não encontram. Então as propriedades do guaraná fogem. Fogem. As respostas são outras. Eu tomo guaraná. Eu não vou tomar guaraná da Bahia, né? É através dela que sigo lutando, trabalhando sempre só a favor dela, lutando por ela, que é a cultura do guaraná, é daí que sai o meu sustento da vida. Da minha família toda: do guaraná. E desde o primeiro dia em que pisei em Maués eu comecei a lutar por ele. E ainda não terminei. Eu disse para a minha esposa: "Miriam, eu ainda não terminei não. Eu quero concluir fazendo...

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Dados de acervo

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Projeto: Memória dos Brasileiros - Módulo Maués - Saberes e Fazeres

Depoimento: Victor Nogueira

Entrevistado por: André Machado e Thiago Majolo

Local: Maués, 23/01/2007

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista: MB Maués HV 006

Transcrito por: Maria da Conceição Amaral da Silva

Revisado por Thiago Majolo

P/1 – Seu Victor, bom dia.

R – Bom dia.

P/1 – Então, para começar, eu gostaria que o senhor dissesse para a gente o seu nome completo, a data e o local de nascimento.

R – O meu nome completo é Victor Nogueira. Eu nasci em Cobija, Pando, na Bolívia. Em seis de dezembro de 1930.

P/1 – Queria que o senhor falasse um pouco sobre a origem dos seus pais.

R – O meu pai era cearense de Limoeiro. E minha mãe era amazonense de Canutama. Eu nasci na Bolívia, mas meus pais brasileiros me registraram no Consulado Brasileiro. Então eu sou brasileiro nato. Eu fiz a maior parte dos meus estudos foram na Bolívia, né? Porque meus pais se radicaram lá. Desde o tempo da borracha meu pai veio do Ceará para cá, para a borracha. E lá se radicou lá, morou, casou lá também com uma, essa, minha mãe. Brasileira daqui, amazonense. Só que casou no Acre, em Brasiléia. Lá eles se radicaram. Moraram muitos anos. Depois meu pai viajou já depois de uns 30, 40 anos ele viajou para Belém. E lá ficou morando o resto da vida dele. E minha mãe veio para Manaus. Foi onde ela morou o resto também da vida dela. Eu nasci em Cobija. E a maior parte dos meus estudos foram na Bolívia. Fiz o primeiro e segundo grau em Cobija, e o curso superior em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia. Da Universidade Gabriel René Moreno. Tive o meu primeiro emprego na própria Bolívia mesmo. Logo assim que regressei. Logo assim que terminei meus estudos. Tive meu primeiro emprego. Eu ia ser, eu ia me empregando no Banco Agrícola de Cobija. Mas depois me jogaram para a Agência de Fomento Agrícola, onde permaneci mais de um ano. Logo em seguida fiquei na Sanidade de Reparo. E em 58...

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