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História
Personagem: Reinaldo Pedro Correa
Por: Museu da Pessoa, 11 de maio de 2012

Gerente Caçula

Esta história contém:

Gerente Caçula

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“Meu pai, quando resolveu ser comerciante, teve primeiro uma loja de tintas no centro da cidade, bem no centro, não sei falar onde. Mas ela durou pouco; dois anos na verdade. Logo depois, em 1950, ele fundou essa loja na Avenida Álvaro Ramos, que vendia parafuso, crucifixo, tudo. A Mooca naquela época era periferia, então era uma loja que abria de domingo, de sábado, como acontece hoje nas nossas periferias. Para você ter uma ideia, a outra loja de tintas mais próxima à nossa ficava na Penha. Naquela época tinha uma firma, Tintasil, que era lá no Belém, e toda a produção de tinta, óleo, esmalte deles era primeiro para o meu pai – depois que iam vender no mercado. Então, era um giro violento na loja, ele tinha um poder aquisitivo impressionante. Ele montou essa loja, eu sei exatamente o dia, porque eu tenho o contrato social nos arquivos da empresa, foi no dia 4 de agosto de 1950. E ali se vendia de tudo. Querosene solto, nós tínhamos três tambores de 200 litros cada. Você tinha uma torneira nos tambores, então passava o caminhão pipa, que nem entrega água hoje e enchia. A gente pagava e o pessoal comprava de litro. Você tinha muita lamparina, naquela época se comprava a granel. A gente tinha balança para pesar... alvaiade era a granel, não tinha essas embalagens tudo pronto. Isso dava um lucro violento, trabalhava muito bem, mas aos poucos ele foi se especializando em tinta. Ainda naquela época, em 1964, ele chegou a montar uma filial na Conselheiro Justino, que é a Praça Kennedy hoje (não existia a Radial Leste), e aí já era só de tinta. Então ele se especializou. Foi tirando ferragens, as outras coisas, entendeu? Só que aí aconteceu uma coisa inesperada: meu pai faleceu em 1966. Um ano antes, ele tinha ido fazer uma operação de catarata em Campinas. Antigamente, quando se fazia uma operação de catarata, a pessoa ficava uma semana internada, e nessa semana que ele ficou lá no preparatório, antes e depois,...

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Dados de acervo

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P/1 – Então, senhor Reinaldo, primeiramente muito obrigado por aceitar o nosso convite, pela participação no nosso projeto. Pra começar a nossa entrevista eu gostaria que o senhor dissesse pra gente seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Reinaldo Pedro Correa, sou paulistano, nasci na capital de São Paulo em 26 de fevereiro de 1953, é a data do meu nascimento.

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – José Correa e Gemma, com dois ‘m’s, Colombo Correa, sou neto de português e neto de italiano.

P/1 – E o senhor tem irmãos também?

R – Tenho irmãos: Francisco Correa, o mais velho na escala; Paulo Correa, que já faleceu; José Cláudio Correa, também infelizmente não está entre nós, esses três.

P/1 – E o senhor nasceu em São Paulo, mas em qual bairro que o senhor nasceu?

R – Olha, nasci basicamente ali na Água Rasa, na Rua Itamaracá, 170. Naquela época acho nem hospital foi, era parteira mesmo, viu?

P/1 – E o senhor também passou a sua infância nesse bairro?

R – Não, sou criado lá, até hoje a gente comanda a bagunça naquele bairro. Eu sou ali, a loja ta do lado onde eu nasci, então até hoje, criado.

P/1 – Quais são as suas lembranças na infância, quando o senhor era bem criança ali, como que eram as brincadeiras, como é que era o bairro naquela época?

R – Naquela época algumas ruas de terra, é difícil você... A infância praticamente, como eu era o caçula, então, era filhinho de papai. Meu pai não queria que eu fizesse nada, estudasse só e fosse advogado, essa era a vontade do meu pai. Meu pai era dumas duas, três pessoas na época que tinha uma condição financeira melhor naquele local, então, a gente tinha todo o conforto do mundo. E eu não saia, eu fui criado dentro da loja porque a loja era na Avenida Álvaro Ramos, eu morava na Itamaracá, então como é que funcionava? Eu descia da Itamaracá pra ir buscar meu pai na loja, que às vezes era dez, onze horas da noite...

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