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História
Por: Museu da Pessoa, 19 de abril de 2010

Eu quero lutar por alguém

Esta história contém:

Eu quero lutar por alguém

Vídeo

Chegou esse tempo da festa das tribos Muirapinima e Mundurucu. Aí foi que vieram as camisas para eu fazer com as lembranças de Juruti, com desenhos dos índios para eu colocar nas camisas. Pela primeira vez, pisei numa máquina de costura dessas, sem saber como. Mas eu aprendi logo. E foi o que aconteceu. Aí que eu comecei a costurar. E essa máquina foi o começo da minha vida.

Agora eu faço fardamento, faço todas as minhas coisas. Aí foi crescendo, foi crescendo, e, graças, a Deus, eu fui construindo minhas casinhas. Eu ajudo muito as escolas também, com o fardamento. Para cada escola eu dou de oito a dez camisas, porque é muita pobreza nessas escolas daqui, muito mesmo. Então, eu dou o uniforme. Este ano eu acho que eu dei umas 30 e poucas fardas. Mas tudo começou com o Festribal.

Dados de acervo

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P/1 – Sabazinha, a gente começa com seu nome completo, local e data de nascimento.

R- Meu nome, Sebastiana Gomes Pinheiro. Eu nasci dia 20 de janeiro de 58, em Vila da Tabatinga.

P/1 – E Sabazinha vem desde cedo, esse nome, esse apelido vem desde pequenininha?

R – Desde pequena. Minha tia talhava roupa, e eu em cima.

P/1 – E Sabazinha era “Ah, Sabazinha para cá, Sabazinha para lá”? Era apelido já?

R – É. Sou conhecida em Juruti por Sabazinha.

P/1 – Conta um pouquinho dos seus pais? Qual é o nome deles?

R – O meu pai era Sebastião Batista Pinheiro, e Raimunda Gomes Pinheiro. São falecidos.

P/1 – Qual era a atividade deles?

R – Os meus pais trabalhavam em roça, na comunidade. Aí, no mandato do Madson, ele me trouxe para Juruti. Aí eu vim para cá, e consegui trazer a minha família, todos para cá.

P/1 – A gente vai voltar um pouquinho, eu queria saber, os seus pais plantavam o que, que tipo de roça?

R – A mandioca, a maniva. E ele vivia de pescaria também, pescava. Trabalhava na roça e pescava.

P/1 – E a mandioca, Sabazinha, era o que? Ele vendia a farinha?

R – Não. Papai não vendia farinha. Ele plantava para a gente consumir, e para algumas pessoas. Ele vendia, mas pouco.

P/1 – Como era a comunidade? Descreve para a gente, para quem não conhece a comunidade.

R – A nossa comunidade é uma comunidade pequena, uma vila. Nós nos criamos ali, vivendo aquela vida de comer peixe com farinha, que é demais de bom. E era essa a nossa vida.

P/1 – Que peixe que você gostava mais?

R – Ah, o que eu gosto mais é de Acari, de Jaraqui, que é de lá, Caratinga, o Tucunaré, aquele que eu fui atrás... O Tambuatá. São os peixes que a gente consome lá. E tem o jacaré também que eu gosto claro.

P/1 – Como é que faz o jacaré?

R – Guisado.

P/1 – Guisado?

R – É. A gente o corta, aí lava muito bem, tempera, com cheiro verde, coloca bem alho.

P/1 – Alho?

R – É.

P/1 – Achei que era...

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Título: Eu quero lutar por alguém

Data: 19 de abril de 2010

Local de produção: Juruti - Pa

Autor: Museu da Pessoa

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