Meu nome é Grace, Grace Jemima. Nasci no dia 28 de outubro de 1997, às 9:30 da manhã, atualmente curso pedagogia, na Universidade federal do estado do Acre. Ao iniciar a pré-escola, falava muito em conseguir ler a bíblia, por isso tinha muita vontade de aprender. Desde então alimento essa paixão que hoje deixo às vezes de lado, e sinto imensa falta: a leitura. Sempre li, quando criança minha diversão era ler vários gibis, foi assim que consegui aprender a ler. Estudei sempre perto de casa, mas nunca fui uma criança totalmente dedicada, não tirava notas ruins, mas também não era a melhor da turma, gostava mais de contar histórias, e ser o centro das atenções. Hoje, me atentarei a contar apenas em falar como cheguei ao lugar onde estou, eu sempre fui fascinada por histórias de superação, daquelas que as pessoas contam quando lutam uma batalha por dia e vencem na vida, o que significa ter o que quer ou conseguir aquilo que sempre desejou, como quer, e na hora que quer também, essas histórias são de tal forma emocionantes. Mas porque nos emociona? Será porque inconscientemente acreditamos ser algo um pouco distante da nossa realidade, talvez difícil demais para ser alcançada de onde partimos? Talvez a resposta para essa questão seja simples,nós acreditamos que um dia vamos chegar lá, a esperança de ter sucesso na vida é o que irá me inspirar a construir essa autobiografia. Em 2014, finalizei o ensino médio, fiz meu segundo ENEM porém sem conhecimento algum, não consegui passar em nenhum curso. No final desse período, a escola me sugeriu alguns caminhos a seguir, foi nesse mesmo ano então que fiz um curso técnico na área da saúde, onde me apaixonei secretamente pela ortopedia. No curso, fui treinada para executar imobilizações ortopédicas, mas que, infelizmente, não me ofereceu carreira profissional. Vi ao longo dos anos muitas pessoas iniciarem suas carreiras acadêmicas, enquanto eu ficava para trás....
Continuar leitura
Meu nome é Grace, Grace Jemima. Nasci no dia 28 de outubro de 1997, às 9:30 da manhã, atualmente curso pedagogia, na Universidade federal do estado do Acre. Ao iniciar a pré-escola, falava muito em conseguir ler a bíblia, por isso tinha muita vontade de aprender. Desde então alimento essa paixão que hoje deixo às vezes de lado, e sinto imensa falta: a leitura. Sempre li, quando criança minha diversão era ler vários gibis, foi assim que consegui aprender a ler. Estudei sempre perto de casa, mas nunca fui uma criança totalmente dedicada, não tirava notas ruins, mas também não era a melhor da turma, gostava mais de contar histórias, e ser o centro das atenções. Hoje, me atentarei a contar apenas em falar como cheguei ao lugar onde estou, eu sempre fui fascinada por histórias de superação, daquelas que as pessoas contam quando lutam uma batalha por dia e vencem na vida, o que significa ter o que quer ou conseguir aquilo que sempre desejou, como quer, e na hora que quer também, essas histórias são de tal forma emocionantes. Mas porque nos emociona? Será porque inconscientemente acreditamos ser algo um pouco distante da nossa realidade, talvez difícil demais para ser alcançada de onde partimos? Talvez a resposta para essa questão seja simples,nós acreditamos que um dia vamos chegar lá, a esperança de ter sucesso na vida é o que irá me inspirar a construir essa autobiografia. Em 2014, finalizei o ensino médio, fiz meu segundo ENEM porém sem conhecimento algum, não consegui passar em nenhum curso. No final desse período, a escola me sugeriu alguns caminhos a seguir, foi nesse mesmo ano então que fiz um curso técnico na área da saúde, onde me apaixonei secretamente pela ortopedia. No curso, fui treinada para executar imobilizações ortopédicas, mas que, infelizmente, não me ofereceu carreira profissional. Vi ao longo dos anos muitas pessoas iniciarem suas carreiras acadêmicas, enquanto eu ficava para trás. Entretanto, sempre acreditei que todos possuem o seu tempo, assim como eu também tinha o meu, por esse motivo não me apressei em fazer nenhum curso, e tão pouco esquentei a cabeça pois acreditava que era esse o momento em que eu precisava dar um descanso de pelo menos um ano pra minha mente. Não me cobrei, e esperei a minha vez chegar. Até que em 2016 uma grande oportunidade surgiu. Fiz o ENEM (EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO) novamente, com ajuda de amigos e com a minha nota, consegui entrar em um curso na federal do meu estado. Não era o curso que eu pretendia que pouco conhecia falar, mas era o que me ofereceria uma trajetória. Muita gente arrepia ao ouvir falar de números, eu nunca abaixei minha cabeça para matemática, por fim até simpatizava com os grandes cálculos que sempre finalizam em 1 ou 0, e possuíam diversas letras de A a Z. Por um milésimo de segundo, observar a página cheia de números, letras e enxergar um sentido naquilo chegava a ser terapêutico. Engenharia florestal bacharelado, esse foi o curso que me matriculei no dia 10 de setembro de 2016, me lembro ainda hoje da emoção de entrar na UFAC naquele dia para assinar minha matrícula. Mal sabia eu, que a vida acadêmica é totalmente diferente de tudo o que eu já havia passado e estudado. Cobranças altas, novas pessoas, um novo ambiente, onde você tem uma liberdade ímpar, que pode te ajudar, ou condenar. Fazendo engenharia florestal, aprendi sobre a natureza, conheci algumas plantas e tive a oportunidade de dissecar algumas flores, conhecer um pouco do mundo da botânica. Foram quatro semestres de segunda a sexta, integralmente, diversos lanches e muitos almoços, entre risadas e lágrimas. Sim, não pense que em uma biografia sobre a vida acadêmica de alguém, não vai conter lágrimas, porque vai. Principalmente quando você é uma moça indefesa, numa área totalmente distante daquilo que você almeja para sua vida, aprender e decorar nomes de plantas, animais e fórmulas, não estava sendo uma tarefa fácil, no meio do caminho vários colegas desistiram, inclusive a minha dupla, o que me desanimou totalmente. Comecei a me empenhar menos e algumas reprovações me afligiram mais ainda, as aulas de campo começaram a cobrar de mim uma capacidade corporal que eu não possuía, pois existia a necessidade de fazer trilhas, durante a tarde e às vezes durante a noite, afinal como engenheira florestal, eu precisaria ter uma experiência de contato com a floresta. Fora esses problemas encontrados nos primeiros períodos, a vida pessoal sempre anda em conjunto com a vida acadêmica, então, na época, houve um pequeno acidente com meu pai em casa, não foi nada grave, mas me fez repensar a vida acadêmica integral que eu estava levando, com dois pais idosos e sendo filha única, estar ausente o dia inteiro não ia dar certo, mesmo caindo de paraquedas em um curso, aprendi muitas coisas sobre o ensino superior, tive ótimas experiências, conheci pessoas incríveis, que até hoje tenho contato, aprendi sobre companheirismo, fui à festas, e o mais importante, conheci de perto o julgamento das pessoas sobre cursos acadêmicos e claro seus preconceitos. Em 2018, resolvi abrir mão da vaga e abandonei meu curso, já que não me sentia feliz, e não via futuro ali pra mim. Deixar a UFAC foi doloroso naquela época, pois eu tinha construído um certo carinho por tudo que vivi ali dentro. Me lembro de ter chorado ao pensar que jamais conseguiria entrar novamente. Foi um ano cheio de reflexões para mim, certa de que ao avançar da idade, passamos a ter responsabilidades, ficar em casa, já não era uma opção. Me vi na necessidade de correr atrás de outra vaga, quis testar meus conhecimentos recém adquiridos no ENEM, e para minha surpresa consegui duas vagas desta vez, uma em universidade particular, farmácia, bolsa integral (área da saúde). e pedagogia (área de humanas). Coloquei na cabeça então que queria aprender mais, aprender a debater, aprender a me impor sobre muitos assuntos, e me tornar intelectualmente capaz de alcançar grandes objetivos. Então acredito que já esteja claro, qual curso eu escolhi. Qual profissão é mais adequada do que ser professor, não é mesmo? Querer um lugar especial na cadeira dos intelectuais, e buscar por crescimento e inteligência se tornou uma meta para minha vida, a psicologia fala muito da criança interior, talvez a minha tenha passado por alguns traumas, o que me faz ter esse interesse em me tornar alguém importante(assunto para outra hora) Essa minha vontade influenciou na escolha do meu atual curso mas não apenas isso, sempre gostei de estar à frente de projetos infantis, e sempre fui muito aceita, por vezes tinha impressão que as crianças me amavam, e era um amor tão puro que me veio a ideia de ter uma vida em volta desse amor. Em março de 2019, iniciei novamente os estudos na UFAC, esse início me deu expectativa de vida nova e me vi sendo feliz. Recomeços também são emocionantes. Desde então eu tenho procurado me dedicar aos estudos, e já aprendi muitas coisas novas, Por vezes pensando que não vou conseguir, pois como já mencionei a vida acadêmica e pessoal precisam andar em equilíbrio. No meio dessa jornada, responsabilidades me foram acrescentadas, e no mesmo ano minha mãe teve um AVC, o que me desestabilizou totalmente, precisei faltar a faculdade por algumas semanas, mas graças a excelentes amigos que fiz e à professores humanos e compreensíveis, eu consegui ainda recuperar o tempo perdido. Comecei então a vender pipoca na minha sala, com o objetivo de me manter no curso, por conta dos problemas em casa, pouco dinheiro me faltava para as xerox. Ainda com a ajuda de muitas pessoas conseguia por fim, ter o suficiente para me manter na faculdade. Em meio a muitos devaneios chegamos ao terceiro período em março de 2020, e alguns dias depois, surgiu uma pandemia que nos fez recuar por um ano. Um ano sem contato, infelizmente todos aqueles objetivos que eu citei mais acima, ficam lentamente distantes, pois o ânimo já não é o mesmo, e agora, a necessidade de trabalho se faz cada vez maior. Embora existam muitas dificuldades, eu não penso em desistir. Por trás de uma história de superação, sempre existe uma grande jornada de dificuldades. Ano que vem já iniciamos o nosso Trabalho de Conclusão de curso, e a mente não para de pensar em ideias. Com a nova modalidade de ensino muita coisa mudou, a concentração não é a mesma e a dedicação muito menos. Tem sido exaustivo mas com certeza valerá a pena. O curso me proporcionou conhecer meus próprios pensamentos e analisar o do meu próximo, pensar fora da caixa, e compreender a importância da infância, importância essa que agrega um valor imensurável à profissão: o de formar mentes, e educar, estar presente na principal fase do ser humano.
Recolher