Olá, meu nome é Geane Almeida, tenho 29 anos, nasci no município de Sena Madureira/AC, em 11 de junho de 1992. Meus pais eram pequenos agricultores, passei parte da infância na zona rural, era um lugar maravilhoso, muito grande e com muitas fruteiras (coco, manga, azeitona, goiaba, caju, graviola, laranja, cupuaçu, entre outros). Criávamos animais para o nosso próprio consumo: galinhas, porcos e patos são alguns dos animais que lembro. Éramos 12 irmãos, sou a filha número 9. Quando tinha 7 anos, meu pai vendeu nossa colônia, localizada na Boca do caeté, momento a partir do qual passamos a morar na zona urbana, no bairro vitória.
Em 2001, fomos obrigados a nos mudar para Rio Branco/AC para cuidar da minha irmã mais velha, que se encontrava muito doente, infelizmente ela não resistiu e veio a óbito ainda no ano de 2001. Meus pais se separam no mesmo ano, passamos a morar, a partir de então, com meus avós maternos. Esse foi um período bastante difícil, já que minha mãe não possuía emprego e de uma hora pra outra passou a ser inteiramente responsável pela alimentação e criação de 6 filho menores.
Durante certo tempo, meus avós assumiram o encargo de sustentar minha mãe e os seus 6 filhos. Meus avós merecem destaque nesta história, já que mesmo não possuindo uma renda apropriada (somente meu avô trabalhava como vendedor de picolé), nos acolheram, sustentaram, educaram e, principalmente, nos amaram. Aliás, amaram todos os netos que passaram por lá, e não foram poucos, a casa deles era praticamente um albergue, uma casa de apoio. Heróis e protagonistas, essas são as palavras adequadas para classificar meus avós na minha vida (infelizmente, meu avô faleceu em 2015 e minha avó em 2021).
Com o tempo, fomos nos adaptando à “cidade grande”, comecei a estudar, minha mãe conseguiu um emprego e a alegria voltou a reinar em nossa família. Em 2006, saímos da casa dos meus avós, passando a morar no bairro Rui Lino II, terminei...
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Olá, meu nome é Geane Almeida, tenho 29 anos, nasci no município de Sena Madureira/AC, em 11 de junho de 1992. Meus pais eram pequenos agricultores, passei parte da infância na zona rural, era um lugar maravilhoso, muito grande e com muitas fruteiras (coco, manga, azeitona, goiaba, caju, graviola, laranja, cupuaçu, entre outros). Criávamos animais para o nosso próprio consumo: galinhas, porcos e patos são alguns dos animais que lembro. Éramos 12 irmãos, sou a filha número 9. Quando tinha 7 anos, meu pai vendeu nossa colônia, localizada na Boca do caeté, momento a partir do qual passamos a morar na zona urbana, no bairro vitória.
Em 2001, fomos obrigados a nos mudar para Rio Branco/AC para cuidar da minha irmã mais velha, que se encontrava muito doente, infelizmente ela não resistiu e veio a óbito ainda no ano de 2001. Meus pais se separam no mesmo ano, passamos a morar, a partir de então, com meus avós maternos. Esse foi um período bastante difícil, já que minha mãe não possuía emprego e de uma hora pra outra passou a ser inteiramente responsável pela alimentação e criação de 6 filho menores.
Durante certo tempo, meus avós assumiram o encargo de sustentar minha mãe e os seus 6 filhos. Meus avós merecem destaque nesta história, já que mesmo não possuindo uma renda apropriada (somente meu avô trabalhava como vendedor de picolé), nos acolheram, sustentaram, educaram e, principalmente, nos amaram. Aliás, amaram todos os netos que passaram por lá, e não foram poucos, a casa deles era praticamente um albergue, uma casa de apoio. Heróis e protagonistas, essas são as palavras adequadas para classificar meus avós na minha vida (infelizmente, meu avô faleceu em 2015 e minha avó em 2021).
Com o tempo, fomos nos adaptando à “cidade grande”, comecei a estudar, minha mãe conseguiu um emprego e a alegria voltou a reinar em nossa família. Em 2006, saímos da casa dos meus avós, passando a morar no bairro Rui Lino II, terminei o ensino fundamental II no ano de 2007, no colégio Senador Adalberto Sena, e concluí o ensino médio no colégio Armando Nogueira, em 2010.
Contraí matrimônio aos 18 anos, tendo ingressado no mercado de trabalho aos 19 anos, como operadora de caixa em um supermercado da cidade. Contudo, logo em seguida, engravidei e fui obrigada a sair do emprego para me dedicar a minha filha (Isabelle) e desde então sou apenas “dona do lar”.
Em 2018, iniciei o curso de Pedagogia na Fameta, que hoje é Estácio Unimeta. No mesmo ano, consegui uma vaga para o curso de Pedagogia na Universidade Federal do Acre, através das vagas residuais. A transferência da matrícula do meu curso para a Ufac foi a realização de uns dos meus maiores sonhos. Foi lindo até me deparar com o primeiro obstáculo: a adaptação. Não foi fácil me adaptar a uma nova turma e aos professores que, por mais amáveis que fossem, eram professores da Universidade Federal do Acre, portanto, reconhecidamente, os melhores e os mais exigentes professores do estado. O horário do curso, que é vespertino, foi outro entrave, pois, para quem tem filho e é casada, esse horário não é o mais apropriado.
Como ingressei na Ufac por meio das vagas residuais, iniciei na turma do segundo período, foi um desafio, tudo era muito difícil, eu e algumas colegas tiramos uma nota muito baixa em uma disciplina específica. Na ocasião, a professora da aludida disciplina nos indagou sobre o motivo da nota tão baixa, explicamos e ela generosamente nos deu a oportunidade de refazer a prova, desta vez, valendo a metade da nota.
Entretanto, mesmo com a nova chance, não alcancei a média necessária e tive que fazer a prova final, fiquei muito triste por ter tirado uma nota tão baixa e de fazer a prova final. Contudo a atitude da professora, além de ter me dado esperança de continuar, de acreditar em mim e saber que sou capaz de vencer, serviu como exemplo do que é ser um professor, de modo que, quando chegar a minha vez, quero seguir esse exemplo e dar força e oportunidades para meus alunos.
De modo geral, todos os professores da UFAC com os quais tive oportunidade de estudar foram bastante compreensivos e humanos comigo, posso citar a profª Giane Grotti, Alcicléia Valente, Maria Evanilde Barbosa, Luciete Basto, Tatiane Castro, Prof° Pelegrino Verçosa e João Francisco Lopes.
Lembro das diversas vezes em que tive que refazer sínteses que os professores nos passavam como trabalho. Lembro em especial de uma professora que, ao receber os trabalhos “errados”, ao invés de atribuir nota zero a esses trabalhos, ela tinha o cuidado de explicar para cada aluno o que estava errado e orientá-los como fazer, após isso, ela dava nova chance para refazê-los. Isso se repetia até aprendermos e tirarmos uma nota satisfatória. Segundo essa professora, “reprovar é fácil, difícil é ensinar”.
Fiz amizades com duas grandes mulheres, Thirley Rocha e Danila Brito, são amizades que transcendem os muros da Universidade e, no que depender de mim, irão perdurar para sempre.
Tenho a expectativa de concluir meu curso e trabalhar na educação infantil, fazer uma pós-graduação em neuropsicopedagogia.
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