Me chamo Marcela, nasci na cidade de São Luis - MA, nordestina com muito orgulho e ainda na infância meus pais mudaram para o Acre, moramos há mais de 20 anos no mesmo bairro desde que chegamos em Rio Branco. Durante toda minha vida escolar estudei em escola pública e, na fase em que cursei o pré-escolar, havia um funcionário da escola, muito querido, que sempre dizia que eu gostava tanto de estudar que estudava dois períodos, na verdade, eu queria ir manhã e tarde para escola, até que um dia me barraram. Desde o Ensino Fundamental eu havia me apaixonado pela disciplina de História, me encantava observar minha professora de história narrar fatos, fazer interpretações, e comigo pensava: “Um dia serei como ela”. O tempo passou e cheguei ao Ensino Médio ainda encantada pela disciplina de história e decidida que quando concluísse o Ensino Médio faria História na Universidade Federal.
Sim, na Federal! Pois, meus pais estudaram apenas o Ensino Fundamental e sempre me incentivaram a estudar, e valorizavam muito à universidade pública pelo ensino, qualidade e por ser acessível. Meu pai sempre dizia que era muito difícil, mas se eu estudasse conseguiria, vi aquilo como desafio e também como motivo de orgulho para ele e fui em busca do meu sonho. Em 2012 veio a aprovação para o curso de História bacharelado pela Ufac, ainda não era o que eu queria, mas meu pai ficou muito orgulhoso. No ano de 2015, eu estava no 7º período, boa aluna, sem pendências, mas resolvi fazer o Enem novamente e, dessa vez, para licenciatura História, agora sim. Fui aprovada, reaproveitei mais da metade do curso e, a partir desse momento, vivi a Ufac intensamente, me dediquei muito, pois tinha consciência de que a sala de aula seria meu local de trabalho. Durante minha passagem entre o curso de bacharelado e licenciatura, passei por um estágio de quatro anos no Tribunal de Justiça do Acre, uma experiência incrível para o meu desenvolvimento como pessoa e...
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Me chamo Marcela, nasci na cidade de São Luis - MA, nordestina com muito orgulho e ainda na infância meus pais mudaram para o Acre, moramos há mais de 20 anos no mesmo bairro desde que chegamos em Rio Branco. Durante toda minha vida escolar estudei em escola pública e, na fase em que cursei o pré-escolar, havia um funcionário da escola, muito querido, que sempre dizia que eu gostava tanto de estudar que estudava dois períodos, na verdade, eu queria ir manhã e tarde para escola, até que um dia me barraram. Desde o Ensino Fundamental eu havia me apaixonado pela disciplina de História, me encantava observar minha professora de história narrar fatos, fazer interpretações, e comigo pensava: “Um dia serei como ela”. O tempo passou e cheguei ao Ensino Médio ainda encantada pela disciplina de história e decidida que quando concluísse o Ensino Médio faria História na Universidade Federal.
Sim, na Federal! Pois, meus pais estudaram apenas o Ensino Fundamental e sempre me incentivaram a estudar, e valorizavam muito à universidade pública pelo ensino, qualidade e por ser acessível. Meu pai sempre dizia que era muito difícil, mas se eu estudasse conseguiria, vi aquilo como desafio e também como motivo de orgulho para ele e fui em busca do meu sonho. Em 2012 veio a aprovação para o curso de História bacharelado pela Ufac, ainda não era o que eu queria, mas meu pai ficou muito orgulhoso. No ano de 2015, eu estava no 7º período, boa aluna, sem pendências, mas resolvi fazer o Enem novamente e, dessa vez, para licenciatura História, agora sim. Fui aprovada, reaproveitei mais da metade do curso e, a partir desse momento, vivi a Ufac intensamente, me dediquei muito, pois tinha consciência de que a sala de aula seria meu local de trabalho. Durante minha passagem entre o curso de bacharelado e licenciatura, passei por um estágio de quatro anos no Tribunal de Justiça do Acre, uma experiência incrível para o meu desenvolvimento como pessoa e profissional. Após, já na licenciatura, também passei pela Biblioteca Pública do Estado, SESC, bolsas de extensão Pela Proaes, LIFE/UFAC, PIBID, Residência Pedagógica, participei, em 2015, do Encontro Nacional dos Estudantes de História – ENEH / sediado pela Ufac. Na licenciatura, até meu último dia de aula estava vinculada a algum projeto. Isso porque tudo aquilo era importante para minha formação. No final do meu curso já quase formada, é publicado edital para professor do Estado, algo que eu sempre esperei e, afinal, eu estudava e me dedicava muito justamente para isto. Prestei o concurso público e o resultado foi me formar em caráter especial com urgência, pois eu havia me saído muito bem na prova e o diploma era essencial. Eu estava cheia de gás para iniciar minha jornada, exalava felicidade e euforia. Afinal, toda a minha luta foi vitoriosa. Desde então, de 2019 até o presente, estou na sala de aula, todo medo do início passou, agora é tudo mais leve e tranquilo. Mas, eu ainda não havia concluído minha jornada acadêmica, ainda no curso de história sempre dizia: “Ainda quero fazer Pedagogia” pela ludicidade, pelo fato de contribuir na prática da minha disciplina específica e por entender que a Pedagogia estuda um todo, pela sua complexidade em analisar, refletir o processo educacional e a educação como um todo, tudo isso era revolucionário aos meus olhos. E, assim, em seguida, mais amadurecida e pronta, ingressar no Mestrado em Educação da Ufac. Em 2021, através do processo de vagas residuais da referida instituição resolvi me inscrever e, assim, consegui a vaga para a Pedagogia, estava eufórica, ansiosa e muito determinada. Hoje, o que mais desejo na Pedagogia é aproveitar, aprender muito e, assim, estar preparada para o que vier pela frente. Desejo compreender melhor sobre as políticas públicas voltadas à educação, refletir sobre o processo de ensino e aprendizagem das crianças, compreender esse meio tão significativo, relevante e essencial, para logo que surgir a oportunidade futura, ingressar no mestrado dos sonhos. É importante dizer que a jornada até aqui não foi fácil, o que me manteve na Universidade foi o apoio familiar, minha determinação, as bolsas e estágios que adquiri dentro da Universidade, estas que me mantiveram e me tornaram independente desde o dia que adentrei a universidade em 2012; sem todo esse apoio tudo teria sido mais complexo, pois havia xerox, pesquisa, ônibus, alimentação. É nesse sentido que defendo e sempre defenderei a Universidade Pública, pois esta me deu subsídios para a minha formação e, no momento em que eu estava preparada, fiz concurso público e, hoje, retorno para a sociedade através da minha profissão, compartilhando aquilo que me foi ensinado, construído na Universidade. Todavia, é importante estarmos conscientes disso, a universidade investe em nossa formação, mas devemos nos qualificar para trazer retorno à sociedade. Atualmente, sou professora do Estado, lotada em duas escolas da Educação Básica, pós graduada em Educação Especial e Inclusiva/ História e Cultura Afro-Brasileira, e ainda tenho muito o que desconstruir, construir, pois o processo de ensino e aprendizagem é algo contínuo, ainda mais na profissão em que estamos.
Hoje, na Pedagogia, sou aprendiz, uma aprendiz com experiência, mas que inicia algo novo com muita curiosidade. Posso afirmar que a educação é o alicerce que possuímos ao nosso alcance para transformar realidades, somente através da educação alçamos voos altos, não é fácil a caminhada, mas a colheita é sempre doce. Importante ainda ressaltar o caos vivenciado em 2020/2021 pela pandemia, resultando no ensino à distância, algo que não me agrada muito, pois perde-se o vínculo da sala de aula professor/aluno, infelizmente precisamos nos reinventar, nos debruçar mais nas leituras, ficar mais conectados aos nossos professores e alunos nas redes, sempre com um objetivo em comum: sanar aquela dúvida do aluno, estarmos mais próximos de alguma maneira, pois é sabido que, com o ensino remoto, também ficaram escancaradas as desigualdades sociais, a falta de acesso de muitos estudantes, o que dificultou muito o acesso de todos ao ensino. E, nesse viés, refletimos sobre o quanto este país ainda carece de investir na educação e na pesquisa, pois, enquanto não ocorrer de fato essa transformação na educação, continuaremos a ser massa de manobra política. É sabido que não interessam a governo algum mentes pensantes e críticas, e o que podemos fazer hoje, é utilizar aquilo que possuímos em mãos a nosso favor: a educação.
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