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História
Por: Museu da Pessoa, 26 de julho de 2021

Eu posso transformar aquilo

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Eu posso transformar aquilo

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E aí quando minha chegou lá pra alugar, tinha um banquinho do lado de fora, e era um casal de velhinhos, aí: ah, não aceitamos crianças. Mas minha mãe arrumava a gente, muito bonitinhas, lacinho no cabelo, aí a senhora falava assim; não nego, são tão bonitinhas, deixa. A gente passava o dia na escola, chegava da escola era comida e cama, pra no dia seguinte de novo. A gente só ficava sábado e domingo em casa, vendo televisão, só. E aí a dona Luiza tratou a gente como netas, a vida inteira.

Aí foi num baile, a gente também ia muito rápido, porque dependendo da hora a gente ia muito rápido, dava uma escapada, ia lá curtir o baile e voltava pra casa, era assim, pra nossas mães não sentirem nossa falta. E foi numa rapidez assim, de ir no baile, só olhar o baile, ele se aproximou de mim e trocamos um “oi”, e essa foi a primeira aproximação. Aí depois, dias seguintes ele veio a passar mais vezes na rua, ele sentava lá na porta de casa, se minha mãe estivesse com a vizinha ele não parava, aí a gente foi ficando, a gente foi se vendo assim. Ele chegou um dia e pediu pra minha mãe deixar eu ir ao baile com ele, ela disse que ia dar a hora pra voltar, ele disse que traria na hora que eu ela determinasse. E foi nessas permissões que ela dava que dávamos uns beijos, até que aconteceu. Acho que com oito meses de namoro, eu engravidei.

E ele mesmo teve a atitude de chegar pra minha mãe, aliás eu percebi que estava com a menstruação atrasada e comentei com ele, e aí ele: “Não, a gente tem que contar pra sua mãe, você vai esconder? Vai aparecer né!” E eu disse que não tinha coragem. E ele disse; eu falo. Ele é o filho mais velho da mãe dele, foi criado também sem pai, ele foi criado pelo padrasto, e ele teve essa atitude de falar, ele disse que só não poderia casar, porque ele quem cuidava dos irmãos, a mãe dele trabalhava fora, mas ele dizia: o que precisar eu estou aqui, eu vou assumir. Aí...

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Dados de acervo

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Entrevistadoras Paula Ribeiro / Jéssica Hipólito

26/07/2021

Realização: Museu da Pessoa

Projeto: Mulheres da Maré Dignidade Resiliência e Arte

Entrevista número MDRA_HV001

00:01:50

P/1 - Bom, Rafaela por favor, peço que nos conceda o nome completo, sua data de nascimento e o local de nascimento, por favor!

R - Rafaela Otaviano Feitosa, nascida em 15 de maio de 1980, nascida no Rio de Janeiro, Comunidade Parque União.

00:02:16

P/1 - Sobre seus pais, nome completo e cidade de origem, se você souber!

R - Minha mãe, Maria Otaviano de Carvalho, Ipu, Ceará, Francisco Saraiva Feitosa, Ceará, eu não sei o povoado exato, mas próximo também da minha mãe.

00:02:42

P/1 - Você sabe a data de nascimento dos seus pais?

R - Não, não sei. Eu sei só se vasculhar nos documentos.

00:02:49

P/1 - Sua mãe tem quantos anos?

R - Se ela estivesse viva, teria entre 66 e 67 anos.

00:03:00

P/1 - Sobre seus avós. Você conheceu os avós, sabe o nome dos avós, maternos e paternos, Rafaela?

R - Meus avós maternos, Matilde Otaviano de Carvalho e Francisco Otaviano Neto. Meus avós paternos, Isabel e Onésio Saraiva Feitosa.

00:03:43

P/1 - Você conhece um pouco sobre a história dos seus avós? De onde eles vêm, qual é a profissão, se alguém veio para o Rio de Janeiro. Conta um pouco pra gente, essa história que é conhecida sobre os seus avós.

R - Bom, meus avós paternos, eu não tinha contato nenhum. Os maternos, meu avô faleceu quando eu era ainda muito criança, e minha avó eu vim conhecer aos dezessete anos. E já aqui no Rio, foi quando ela ficou doente na sua cidade, precisou cuidar da saúde e minha tia trouxe ela pra cuidar aqui, foi quando a gente se conheceu.

00:04:25

P/1 - Em termos de origem, como você se reconhece enquanto cor e etnia? Você comentou que vem de família de origem indígena. Conte um pouco dessa história.

R - Minha mãe teve duas filhas, minha irmã saiu clara e eu saí com um pouco mais de cor, puxando a família do meu...

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Título: Eu posso transformar aquilo

Data: 26 de julho de 2021

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro

Entrevistador: Paula Ribeiro
Transcritor: Lids Ramos
Autor: Museu da Pessoa

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