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História
Por: Museu da Pessoa, 23 de janeiro de 2007

Eterno comerciante

Esta história contém:

Eterno comerciante

Davi Gonçalves Peroni Filho, data de nascimento dia 13 de maio de 1940, nascido em Maués, Amazonas. Minha mãe é Francisca Talita Peroni, era doméstica. Meu pai é Davi Gonçalves Peroni e era agricultor. Meu pai é filho de sírio casado com italiana, não sei, um cruzamento de sírio com italiano. Nós moramos aqui em Maués desde a idade de dois anos, nunca saí de Maués. Tenho dez irmãos. Ficam vendendo e comprando coisinha aqui na cidade pra outros verem e vendendo, trabalham no mangueirão. Tem um comércio pequeno, outro tira madeira aí, os outros estão em Manaus, estão trabalhando lá com os outros irmãos. Agora só tem quatro, comigo.

Quando era na minha infância, só tinha três ruas. Quando eu me entendia, só tinha três ruas. Tudo era guaraná pra cá. Foi acabando o guaraná daqui de perto. Depois o pessoal, tirando hoje os guaranás, estão lá longe, só nas estradas agora.

Comecei a trabalhar com 12 anos, mas ajudando o cara no comércio, depois eu me acostumei, com 16 anos eu comecei a trabalhar por minha conta, no comércio também. Morava no interior, comprava um produto no interior, voltando de uma cidade, eu tinha um barco de dez metros. Viajava lá de cima até a boca do caminhão, descia, trazia os produtos, chegava aqui em Maués e vender, assim que eu comecei a minha vida. Depois apareceu o pau rosa, pra tirar o pau rosa, fui tirar pau rosa, não deu certo. Então, voltei pra comercializar o guaraná e castanha. Me dei bem.

Não era difícil estudar, é que meu pai estava velhinho, os outros filhos saíram e eu fiquei só eu com meu pai. Então fui trabalhar pra manter meu pai e minha mãe, por isso que eu deixei de estudar, ainda tinha irmãos pra estudar, eu tinha de ajudar o meu velho, por isso que eu deixei de estudar. Depois no comércio, não fui mais estudar.

A castanha tinha no interior. O freguês chegava pra outro freguês e perguntava se tinha o produto. Se só tem castanha, comprava castanha no dia, vendia assim nas...

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Projeto Memória dos Brasileiros

Depoimento de Davi de Gonçalves Peroni

Entrevistado por Thiago Majolo

Maués, 23/01/2007

Realização: Museu da Pessoa

MBMaues_HV008_Davi de Gonçalves Peroni Filho

Revisado por Paulo Ricardo Gomides Abe

P/1: Bom, deixa começar então, Davi. Eu queria pra começar que o senhor dissesse o seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R: Davi Gonçalves Peroni Filho, data de nascimento dia 13 de maio de 1940, nascido em Maués, Amazonas.

P/1: E qual é a origem dos seus pais?

R: Meu pai é filho de sírio casado com italiana, não sei, um cruzamento de sírio com italiano. Nós moramos aqui em Maués desde a idade de dois anos, nunca saí de Maués. Nunca saí, não. Já saí de Maués, mas sempre permaneço aqui em Maués, sei contar a história dos guaranazais quando começou, como não começou, como é plantado, como é colhido ...

P/1: Seu pai isso e a sua mãe?

R: Minha mãe é Francisca Talita Peroni, meu pai é Davi Gonçalves Peroni.

P/1: E o que a sua mãe fazia?

R: Era doméstica.

P/1: E o senhor tem irmãos?

R: Tenho, dez...

P/1: Dez?

R: Dez comigo.

P/1: E eles seguiram seu pai, mais ou menos? O que que mais ou menos eles fazem, comerciantes?

R: Ficam vendendo e comprando coisinha aqui na cidade pra outros verem e vendendo, trabalham no mangueirão. Tem um comércio pequeno, outro tira madeira aí, os outros estão em Manaus, estão trabalhando lá com os outros irmãos. Agora só tem quatro, comigo.

P/1: Aqui em Maués?

R: É.

P/1: E eu queria que o senhor descrevesse Maués como era na sua infância?

R: Quando era na minha infância, só tinha três ruas. Quando eu me entendia, só tinha três ruas. Tudo era guaraná pra cá mais de julho era tudo guaranazal, depois a cidade foi montando, montando e foi acabando o guaraná daqui de perto. Depois o pessoal, tirando hoje os guaranás, estão lá longe, só nas estradas agora.

P/1: E como é que era a sua casa, você lembra? Pode descrever pra...

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