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História
Personagem: Luiz Claudio Vieira
Por: Museu da Pessoa, 21 de novembro de 2011

Entrou peão, virou patrão

Esta história contém:

Entrou peão, virou patrão

Vídeo

“Desde que me conheço por gente, eu queria montar uma associação na Santa Ifigênia, mas o pessoal da rua era muito desunido. A bem da verdade, era porque não existia um problema para se criar uma associação. Mas os políticos trataram de criar esse problema: um ex-secretário de Cultura disse que ia desapropriar alguns imóveis e que ia pagar o valor venal e mais um pouco e não sei o quê. Disse que os imóveis estavam abandonados e não tinham função social. Colocamos 20 pessoas em frente à Câmara Municipal. Eles: ‘Espera aí, não é assim.’ Chamaram a gente para conversar e cancelaram as notificações. Então assumiu o novo prefeito e aí veio com uma ideia pior: queria desapropriar a região inteira. Criou a Lei 14.917-09 e pouco, e essa lei dizia o seguinte: que a prefeitura colocava toda aquela área como área de interesse social, que passaria para a iniciativa privada a desapropriação e a administração dos imóveis. Aí não teve jeito, né? Foi pau, pau, pau. Isso começou em 2006, no final de 2010, na véspera de Natal, eles assinaram a lei e, no 1º de janeiro, quando a gente voltou de férias, já estava tudo acertado, já estavam começando a destrinchar a Santa Ifigênia. Aí nós acordamos. Nós, não, o pessoal da Santa Ifigênia de verdade, da Rua Santa Ifigênia, acordou. Então a CDL se juntou com a gente, que a gente era da ACSI, Associação dos Comerciantes da Região da Santa Ifigênia e começamos a conversar. Eles estavam marcando pro dia 14 de janeiro acho, já pra tocar o projeto. Aí fizeram uma audiência pública. Tem que ter, ok, vamos lá. Aí fizeram a tal audiência na Fatec: cabiam 300 pessoas, nós colocamos mais de mil lá e tiveram que cancelar, porque o Corpo de Bombeiros disse que não podia garantir a segurança. Agora, quando vem com essa conversa, a gente entra com ação por ecologia, um monte de coisa. A gente aprendeu a trabalhar com eles, ninguém mandou ensinar. Agora a...

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Dados de acervo

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P/1 – Senhor Luiz, primeiramente eu gostaria de agradecer a sua participação nesse projeto e para começar eu gostaria que o senhor me falasse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Luiz Cláudio Vieira, nasci em Regente Feijó em 26 de agosto de 1965.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R – Orestes Vieira e Alice Silveira Vieira.

P/1 – E o que eles faziam, você pode descrever um pouquinho?

R – A gente veio pra cá em 75, teve um êxodo do interior pra São Paulo nessa época porque no interior era muito difícil conseguir as coisas e se dizia que São Paulo estava crescendo demais, tinha que melhorar muito, então a gente veio exatamente nessa época, onde se dizia que o Brasil tinha que ir pra frente né? Então a gente veio pra cá, depois não sei se foi muito pra frente, mas, por exemplo, ele era comerciante lá, meus avós tinham comércio, meu avô vinha pra São Paulo pra comprar como todo mundo né? Pegava o trem da Sorocabana, vinha, parava aqui, já trabalhava com eletrônica também e vinha pra cá comprar as coisas e vendia lá. Meu pai ele tinha uma granja na verdade e minha mãe era (corte no áudio) nessa época, em 75, quando a gente resolveu vir pra cá, meu pai vendeu tudo lá e veio montar uma fábrica em São Caetano, uma fábrica de brinquedos. Essa fábrica durou muito pouco tempo porque em 82, praticamente, quando o governo decidiu acabar com todo comércio praticamente porque teve um monte de problemas que, eu na época era muito pequeno (corte no áudio) tudo quebrava. Era greve do pessoal da construção civil, era greve dos metalúrgicos, ai que surgiu o Lula também, em 79, 80, porque realmente era muito difícil. O governo mudava muito, era uma política que mudava muito e muito rápido né? Eu lembro muito bem que em 80, em 79, nas greves dos metalúrgicos lá de São Bernardo meu pai já estava quebrando de verdade porque não tinha como segurar aquilo. Proibiram a importação, o governo...

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