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História
Por: Museu da Pessoa,

Duas amigas e uma promessa

Esta história contém:

Duas amigas e uma promessa

Vídeo

Eu conheci uma menina em uma pensão e ela morava com duas amigas. Quando eu mudei, ela ficou muito triste, porque ela não se dava bem com as amigas. Aí eu disse assim: “Vamos comigo”. Ela estava grávida também, as duas grávidas. Todos os dias ela chegava e trazia pão para a gente tomar café. Aí, um dia, ela chegou para mim e falou: “Se acontecer alguma coisa comigo, você fica com a minha filha?”. Eu disse: “Para com isso, vai”. Ela disse: “Fala a verdade”, aí eu disse: “Fico, mas para de falar besteira, né?”. Depois nos mudamos, não tive coragem de deixá-la lá e levei-a junto comigo. Estava eu, ela, as duas crianças e o pai do meu filho. Aí ela mudou, acho que apareceu alguém na vida dela, ela foi morar com alguém. E eu fiquei sozinha com meu filho e com marido.

Então, depois de um tempo, a mãe da menina chegou a falecer e eu fiquei com a menina. Leucemia. Era engraçado, quando eu ia ao posto, o pessoal perguntava a idade, porque via os dois do mesmo tamanho, praticamente, e diziam assim: “São gêmeos?”. Quando chegava ao posto o pessoal dizia assim: “Ô, mãe, tem alguma coisa errada aqui”. Aí eu dizia assim: “O que aconteceu?”. “Por que os dois tem a mesma idade?”. Aí é que eu explicava: “Não, eu adotei. A mãe dela tal...”. Eu contava tudo que tinha acontecido. Mas eu adotei no papel tudo bonitinho, fiz tudo direitinho.

Para mim, quando eu falo meus filhos, é porque são meus filhos. Quando eu digo assim: “Depois que meus filhos nasceram”, é porque foi como se eu estivesse de resguardo dos dois, já que os dois chegaram tão pequenininhos.

O patrão da minha mãe falou: “Não faça isso. Imagina, você vai pegar essa menina? Você nem tem onde ficar, como vai pegar essa criança?”. Eu disse: “Não, onde eu ficar, ela fica”. Aí a patroa da minha mãe, que era cunhada dele,...

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Dados de acervo

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Ana Maria da Conceição

São Paulo, 21 de dezembro de 2019

Entrevistado por Fernanda Regina

Transcrito, editado e revisado por Fernanda Regina

P/1 – Dona Ana, qual o seu nome, local e data de nascimento?

R – Eu tenho 69 anos, sou de Pernambuco, sou de 1950.

P/1 – Como eram os nomes dos seus pais?

R – Da minha mãe Severina Maria da Conceição, o meu pai eu não conheci.

P/1 – Como era a sua relação com a sua mãe?

R – Ótima!

P/1 – E você se lembra da primeira casa que você morou, como é que era?

R – Bom, a minha mãe trabalhava numa casa, eu ficava na casa da minha prima... Eu era pequena, não lembro... Ficava com a minha madrinha... Isso! Com a minha madrinha! Eu ficava com a minha madrinha e a minha mãe trabalhava nessa casa. Então, a minha mãe sempre ia lá, levava as coisas para mim. E depois que eu completei 8 anos é que eu fui morar com a minha mãe no emprego. Então eu era filha da empregada, ficava no meu cantinho.

P/1 – E você ajudava sua mãe nessa casa?

R – Não ajudava muito... Eu tinha o que? Tinha, mais ou menos, acho que 6, 7 anos, quando eu fui para a companhia da minha mãe a primeira vez. Então não tinha muito o que ajudar, né?

P/1 – E como é que eram esses patrões que sua mãe trabalhava?

R – Ah, eles eram legais, porque aceitaram minha mãe com filha, né? Falaram para minha mãe levar para a casa deles, então acho que eles eram legais com a minha mãe.

P/1 – Como era a rotina de trabalho dela nessa casa?

R – Direto e reto (risos). Trabalhava muito (risos).

P/1 – Conta um pouquinho do que você se lembra dela trabalhando nessa casa...

R – Ah, a minha mãe fazia tudo na casa, aí tinha umas crianças na casa, e quando chegava no domingo a minha mãe saia com a gente, comigo e com as crianças, né? Para a gente passear. Tinha um parquinho perto da casa e a gente ia para lá passear.

P/1 – Você tinha irmãos?

R – Não.

P/1 – Sempre foi só a senhora?

R – Só. Pelo...

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Título: Duas amigas e uma promessa

Local de produção: Brasil / São Paulo

Autor: Museu da Pessoa

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