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História
Personagem: Waldemar Levy Cardoso
Por: Museu da Pessoa, 12 de março de 2003

Do exército à Petrobrás

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Do exército à Petrobrás

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O que mais me marcou nessa experiência de fazer a guerra (Segunda Guerra Mundial) foi a precisão. O que mais me marcou foi a precisão da artilharia, a decisão da infantaria e artilharia, foi isso que mais me marcou, esta íntima ligação entre infantaria e artilharia. Nós tínhamos os oficiais de ligação junto aos batalhões, nós tínhamos oficiais de observadores avançados juntos, as companhias de pelotões e essa ligação íntima permitiram que a artilharia brasileira fosse eficiente, precisa e oportuna, garantindo a vitória da infantaria. Na época eu era tenente-coronel. O Brasil participou mais ou menos com 25 mil homens, sendo 20 mil de uma divisão de infantaria, e tinha os elementos auxiliares, mas de ligação com americanos, mas a tropa mesmo era uma divisão de infantaria. Essa divisão única no meio de muitas divisões americanas e de outros países, como a África do Sul, a Polônia. Eram muitas, mas a divisão brasileira se salientou, foi ela que conseguiu fazer aprisionar uma divisão alemã de infantaria e uma grande parte daquela divisão blindada americana do after cool, do Rommel, que estava na Itália, foi feita prisioneira pelos brasileiros. Os brasileiros se relacionavam muito bem com os outros contingentes. Nós de ambas as partes procurávamos nos entender perfeitamente e cooperamos muito uns com os outros. Não houve nenhuma discrepância na nossa ligação com o nosso entendimento. Nós nos dávamos bem com os italianos. Aliás, a língua italiana era língua comum na guerra - tanto com os americanos como os alemães prisioneiros, a nossa língua era italiana, era língua comum. Os interrogatórios eram feitos em italiano, mas eu aprendi a falar italiano simplesmente em ouvir, eu já falava italiano só em ouvir. As canções italianas, nós cantávamos todas as canções. Eram belíssimas. Eu me lembro de uma que era a floresta do bosque, a vida del bosco. A vida na floresta. Eram...

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família pegou a gripe espanhola. Essa gripe se generalizou pelo Rio de Janeiro inteiro. A minha família toda teve a gripe, menos eu, eu e a cozinheira, de modo que nós é que cuidávamos dos doentes em casa, inclusive eu fui à Penha comprar uma galinha para fazer canja para os meus doentes. Eu tinha 17 anos. No bonde eu vinha com a galinha embrulhada; o motorneiro disse: “É proibido trazer galinha no meu bonde” Eu disse: “Não é galinha.” Ele disse: “É galinha.” Eu disse: “Não é galinha.” Aí quando eu desci, disse: “É galo.” Aqui na cidade não havia mais frango, já tinham acabado todos, eu consegui um galo velho. A cura dessa gripe espanhola era com um sal, o nosso médico era da saúde pública, doutor Rangel. Era um médico da saúde pública, era um médico da família. Ele que tratou a minha família, acho que era um sulfato, eu não me lembro bem. Os sintomas de quem tinha gripe espanhola eram dor de cabeça e dor no corpo, a mesma coisa que as gripes de hoje, dor no corpo, moleza... A peste bubônica também foi uma doença de começo de século. Eu menino, antes dos 6 meses eu tive peste bubônica. Eu curei naturalmente, os médicos me desenganaram. Minha mãe chamou o Murtinho Nobre. Minha mãe e meu pai chamaram o doutor Murtinho Nobre, que era sobrinho daquele ministro da Fazenda, o Murtinho, com as agüinhas dele eu fiquei bom. A peste bubônica também foi um surto no Rio, foi generalizada. Houve uma mortandade. Não sei bem como foi gerada a peste, a pulga do rato que transmitia a peste bubônica, a pulga do gato que transmitia a peste bubônica. Era por falta de saneamento, naquela época as casas não tinham tetos, não eram concretados, era madeira em cima de terra. Eu morava no segundo andar. Depois veio a varíola, que foi combatida por aquele cientista Oswaldo Cruz, porque o Brasil pediu à França para vir um médico para combater a peste bubônica; o médico disse: “Vocês têm aí um brasileiro que tinha sido...

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Título: Do exército à Petrobrás

Data: 12 de março de 2003

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro

Personagem: Waldemar Levy Cardoso
Autor: Museu da Pessoa

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