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História
Por: Museu da Pessoa,

Do 'começo do mundo' ao topo da própria história

Esta história contém:

Do 'começo do mundo' ao topo da própria história

Chamo-me Alberto. Alberto Merchede de Oliveira, nascido “no começo do mundo”, ou seja, em Sena Madureira, Acre. Foi em 1943 e são, portanto, mais de seis décadas de histórias. Filho de família pobre – pai, funcionário público, que à época chamavam barnabé, e mãe, professora. Mais velho da prole, o que significa que era aquele a quem ensinavam tudo, e que fazia tudo: cozinhava, lavava, tomava conta dos irmãos e – pasmem – até costurava. Minha mãe, além de dar aula, também costurava para fora. E eu ajudava. E, com tudo isso, ainda estudava. Tinha gosto pela escola, era dos primeiros alunos, daqueles que não pagavam o ano seguinte por terem sido excepcionalmente colocados. Com 20 anos entrei para o Banco do Brasil. Fiz concurso e passei. Foi contra a vontade, porque eu queria mesmo era dar aula. Como minha mãe. Mas meu pai quase me obrigou. Ainda bem. Mais tarde, refletindo, vi que ele tinha razão: um emprego estável, boa remuneração e – o que senti de mais importante – a possibilidade de ter uma personalidade bem formada. Ao longo da vida, descobri que os melhores profissionais com os quais trabalhei, tinham sido ou eram do Banco do Brasil.

Costumo dizer que nunca o Magistério saiu de mim totalmente e eu nunca saí completamente dele: sempre professor por vocação. Em Rio Branco, Acre, professor de Matemática, Matemática Financeira; em Brasília, na Direção-Geral do Banco, voltei a lecionar. Mas a carreira iniciada no Banco do Brasil foi muito intensa, com uma carga de trabalho quase desumana, sem respeitar noites, fins de semana, Natais e tais. A grande vantagem foi a experiência que me trouxe, ou seja, um conhecimento amplo do trabalho em todas as suas fases, todas as rotinas de uma agência. E eis que, senão quando, me surge a oportunidade de um estágio na direção-geral da instituição, com duração de 90 dias, mas que para mim – e alguns colegas – representou a...

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Projeto Conte Sua História

Fundação Banco do Brasil – Projeto 20 Anos

Depoimento de Alberto Merchede de Oliveira

Entrevistado por Eliete Silva e Cláudia Leonor

Brasília, 01 de fevereiro de 2006

Realização Museu da Pessoa

FBB_HV0019

Transcrito por Eduardo Barros Pinto

Revisado por Paulo Rodrigues Ferreira

P / 1 - Bom dia, ‘seu’ Alberto. Qual o seu nome completo, a data e o local de nascimento?

R - Bom dia. Meu nome é Alberto Merchede de Oliveira. Eu nasci em dois de dezembro de 1943, na cidade de Sena Madureira, Acre, no começo do mundo.

P / 1 -’Seu’ Alberto, quais os nomes dos seus pais?

R - José Loureiro de Oliveira, falecido já; nasceu em 17 de agosto de 1920. E Florinda Merchede Jorge de Oliveira... perdão, (Farid ?) Merchede Jorge de Oliveira, nascida no dia 27 de março de 1921.

P / 1 - E quais eram as atividades profissionais dos seus pais?

R - Meu pai era técnico em contabilidade e funcionário público. Minha mãe era professora. Ainda é viva. Professora aposentada.

P / 1 - E a origem da família do senhor? Foi sempre ali do Acre?

R - Os dois... Nós nascemos em Sena Madureira, mas, pelo lado de pai, eu tenho

ascendência nordestina. Aliás, quase todo acreano tem ascendência nordestina. Até 1910 migraram para o Acre em torno de 250 mil cearenses. Então, quase todo mundo tem ascendência cearense. Meu pai tinha sangue cearense e sangue pernambucano. E minha mãe detém ascendência árabe: libanês, libanesa.

P / 1 - E o senhor tem irmãos?

R - Tenho três irmãos.

P / 1 - Quais os nomes deles?

R - (Johnny?), Adalberto e (Yone?). Esses dois são gêmeos: Adalberto e Yone.

P / 1 - E, ‘seu’ Alberto, como foi a infância lá no Acre?

R - Olha, eu sou filho de família pobre, sou o primeiro filho. E o primeiro filho

é o que mais trabalha. É o que carrega as coisas nas costas. Eu tenho uma recompensa por isso: eu fiz tudo, tudo, tudo, tudo. Eu sei lavar, sei cozinhar, sei costurar, sei fazer tudo....

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