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História
Personagem: Sonhador 62
Por: Inventário de Sonhos, 31 de março de 2020

DO BARCO À MONTANHA. ESCALANDO E NOMEANDO A ARBITRARIEDADE DA MORTE

Esta história contém:

DO BARCO À MONTANHA. ESCALANDO E NOMEANDO A ARBITRARIEDADE DA MORTE

Eu estava em um barco pequeno, navegando águas congeladas. Eu podia ver o caminho margeado por gelos que haviam degelados há pouco. Parecia a Antártida. Havia alguém comigo, um barqueiro com quem eu falava. Em um determinado momento do caminho, eu avistei uma montanha que me foi advertido ser a montanha mais alta do lugar, aquele lugar que eu não tinha muita certeza se era um lugar desconhecido, um lugar onde eu morava, ou onde eu iria morar. Eu olhei e fiquei em dúvida se a montanha era uma montanha mesmo ou se se tratava de um morro, porém me pareceu ser bastante íngreme, feito de pedras extremamente pesadas e arredondadas sobrepostas uma às outras de modo a tornar a escalada algo bastante dificultoso. Foi-me dito que eu precisava subir. Na verdade, eu não tive muita certeza se subir era uma necessidade, um desejo ou uma ordem. De qualquer modo, eu iria subir. Eu tentei uma primeira vez. Eu possuía um poder de saltar, de modo que eu subiria a montanha voando. Entretanto, essa primeira escalada foi sem sucesso. Não me recordo se tentei outras vezes, sendo mal sucedido. Mas em um determinado momento, alguém que estava sempre me acompanhando nessa escalada disse-me que eu seria ajudado por uma revoada de corvos. Eu precisava me abaixar como em uma reverência que eles formariam uma espécie de ave maior que bicaria o centro da minha cabeça, representando todo o poder que estava dentro da minha mente, e assim, eu voaria até o alto da montanha. O sonho termina aí. A questão é que esses corvos todos me ajudariam a subir a montanha.

Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?

Sou professor de Literatura, por isso há algumas referências literárias de reconhecimento imediato: o barqueiro Caronte, Prometeu, o Corvo de Poe, obra de Goya, O sono da razão produz monstros, figuras da morte e da loucura, angústia e vulnerabilidade. Nomear a arbitrariedade da morte presente nessa pandemia é um ato como o da invocação...

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Dados de acervo

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Título: DO BARCO À MONTANHA. ESCALANDO E NOMEANDO A ARBITRARIEDADE DA MORTE

Data: 31 de março de 2020

Personagem: Sonhador 62
Autor: Inventário de Sonhos

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