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História
Por: Museu da Pessoa, 13 de abril de 2016

Do balcão aos palcos

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Do balcão aos palcos

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Meu nome é Waldir com W, I e R, da Cunha Pinheiro, sabe por quê que eu digo isso? Porque tem Waldir com Y, tem muita gente que escreve com Y e eu gosto que escrevam o meu nome certo. Nasci em Niterói, no dia vinte e oito de novembro de 25, dos meu pais eu sei apenas o nome: meu pai, Dionisio da Cunha Pinheiro Junior, e minha mãe Eponina Rodrigues Pinheiro. Tive vários irmãos, mas só conheci quatro Teve mais, mas eu se conheci quatro, contando comigo. Éramos eu, um irmão mais velho e duas irmãs, quem tomou conta de mim foi a minha irmã mais velha.

A única lembrança de minha mãe que tenho é dela morta em cima da mesa, no dia que eu fiz quatro anos, eu estava brincando embaixo da mesa, rodando para lá, rodando para cá, essa é a única coisa que eu guardei. De fisionomia nada, não tem retrato da minha mãe, mas isso eu me lembro. Não tenho retrato, nunca sonhei com ela, até uns cinquenta anos, sofri muito, mãe faz muita falta. Teve uma vez que eu entrei no ônibus e eu vi uma senhora, a netinha querendo beijar ela e ela empurrando, a neta querendo fazer carinho nela e ela empurrando, aí eu não aguentei, levantei e disse para ela assim: “A senhora me desculpe, eu não tenho nada com isso, eu querendo tanto e a senhora jogando fora”. É tão bom ter um carinho, né? Quem não gosta de um carinho? O meu pai sempre teve a vida dele, nos procurava uma vez no ano.

Depois que a minha mãe morreu cada um foi para um lugar. Foi um para casa de um, outro para casa de outro parente, sempre com parente. Primeiro eu fiquei com a minha avó, até uns sete anos eu estava com a minha avó e a minha avó era maravilhosa também. Quando estava morando lá eu tinha “xaqueca” todo dia, "xaqueca” é dor de cabeça e vômito, eu chegava da escola e já estava preparado o chá de laranja da terra. Há pouco tempo que eu ouvi dizer que tinha que ir no médico fazer exame de cabeça, eu nunca fiz, porque naquele tempo não...

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Retiro dos Artistas

Depoimento de Waldir da Cunha Pinheiro

Entrevistado por Rosana Miziara

São Paulo, 13/04/2016

Realização Museu da Pessoa

RDA_HV06_Waldir da Cunha Pinheiro

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Waldir, você pode falar o seu nome completo?

R – Waldir com W, I e R, da Cunha Pinheiro, sabe por quê que eu digo isso? Porque tem Waldir com Y e muita gente escreve com Y e eu gosto que escreva o meu nome certo, gente jovem é assim, mesmo, é chato. Por exemplo, a minha dentista falou para mim: “Engraçado, toda vez que você fala na sua filha, você fala Katia Rosana”. “Ué, tenho que falar, é o nome dela”. “Mas eu sou Sandra Sueli e ninguém me chama”. “Porque não acostumaram, mas eu não”, quando falo o nome da minha filha, Katia Rosana.

P/1 – Waldir, qual a data do seu nascimento?

R – Vinte e oito de novembro de 25. Eu fui registrado dia 28.

PAUSA

P/1 – Waldir, você pode repetir a data do seu nascimento?

R – Vinte e oito de novembro de 25.

P/1 – Em que cidade você nasceu?

R – Nasci em Niterói, São Gonçalo.

P/1 – E seus pais, seu pai e sua mãe nasceram onde?

R – Meu pai e minha mãe eu não sei, eu sei o nome deles, mas onde nasceram…

P/1 – Qual o nome deles?

R – Meu pai, Dionísio da Cunha Pinheiro Júnior.

P/1 – E sua mãe?

R – Eponina Rodrigues Pinheiro.

P/1 – E aí, quando você nasceu, você nasceu em Niterói, já?

R – Já.

P/1 – Quantos irmãos você tem?

R – Teve mais, mas eu conheci quatro. Era eu e um irmão mais velho e duas irmãs.

P/1 – As irmãs eram mais velhas, também?

R – Eram. Quem tomou conta de mim foi a minha irmã mais velha.

P/1 – E você morou quanto tempo nessa casa em Niterói?

R – Eu morei lá em Niterói até uns 16 anos, depois vim para o Rio, né?

P/1 – Seu pai fazia o quê?

R – Meu pai trabalhava no __00:02:58__ brasileiro.

P/1 – O quê que ele fazia?

R – Ele era caldeirão… uma coisa assim.

P/1 – E sua...

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Título: Do balcão aos palcos

Data: 13 de abril de 2016

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro

Autor: Museu da Pessoa

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