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História
Por: Museu da Pessoa, 8 de junho de 2018

Do apito do trem da Cantareira, para o CCO do Metrô de São Paulo

Esta história contém:

Do apito do trem da Cantareira, para o CCO do Metrô de São Paulo

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Conrado Grava de Souza trabalhou no Metrô de São Paulo por 34 anos. Sua história de vida se interlaça com a história do Metrô. Ele foi testemunha ocular, viveu e atuou em muitos dos acontecimentos da empresa desde a fundação primeiras linhas até os dias atuais.

Nascido em 1949 ele, que é descendente de imigrantes europeus, conta que a casa onde nasceu tinha por quintal a estrada de ferro da Cantareira, e o apito do trem foi seu hino de infância. Daí seu amor nato por trens. Porém, histórias sobre o bisavô alemão que veio para o Brasil construir uma usina hidroelétrica o fez desejar seguir seus passos e, também construir usinas.

Filho mais velho de uma família de três irmãos, Grava foi um estudante exemplar. Fez a admissão para o ginásio num colégio público de referência. Cursou vestibular com bolsa mérito de 100% e, em 1973, se formou em Engenharia Elétrica pela USP.

Trabalhou na TELESP, depois na CESP e, por fim, quando escolheu trabalhar na Elke Eletroconsult da Milano, o sonho de criança se realizou e ele construiu usinas.

De forma inusitada, o Metrô de São Paulo entrou em seu caminho e trouxe com ele a lembrança de seu amor por trens. A empresa em que Conrado trabalhava foi contratada para fazer o pré-projeto da Linha 3 – Vermelha. Ele e os colegas se dedicaram integralmente à esse trabalho e, por ironia da vida, anos mais tarde, Grava conduziu o primeiro teste de trem a circular na linha que ele ajudou a projetar.

Quando ingressou no Metrô, percebeu que alí viveria a engenharia em sua plenitude, pois, conta ele, não há nada no mundo que use todas as formas de engenharia como o trem. Desde a construção da linha até a engrenagem, que faz com que se movimente.

Ele se pega devaneando, tentando adivinhar se as pessoas fazem ideia da complexidade tecnológica, da engenharia e do número de profissionais envolvidos para que a cada hora, 36 trens passem na plataforma, levando cerca de duas mil pessoas aos seus...

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Projeto Metrô

Depoimento de Conrado Grava de Souza

Entrevistado por Mônica Pereira da Silva e Adelaide Porfirio

São Paulo, 08/06/2018

Realização Museu da Pessoa

MET_HV08

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Então, você poderia dizer o seu nome completo, a data e o local do nascimento?

R – Conrado Grava de Souza, nasci no dia três de junho de 1949, numa casa pequenininha, muito pequenininha ao lado, cujo o quintal era a estrada de ferro Cantareira, do trenzinho da Cantareira, o trem das onze. Nasci em casa, com parteira.

P/1 – Então, você podia falar um pouco da sua história, da origem da sua família, falar um pouco dos seus avós maternos e paternos…

R – Eu sou de uma família muito pobre. Meu pai, Benedito de Souza nasceu em Lindóia, uma cidade muito pequenininha que é quase divisa com Minas Gerais, veio muito jovem pra São Paulo, não teve instrução formal nenhuma e os seus primeiros empregos foram em padaria, ele era padeiro. Minha mãe também veio muito jovem pra São Paulo, minha mãe nasceu em Jau, filha de agricultores, também com instrução nenhuma, veio pra São Paulo. E os seus primeiros empregos foram de auxiliar de restaurante. Depois, ela foi ser empregada domestica em várias casas, que na época se falava, espero que hoje ainda se fale, casas de família (risos), supondo que algumas casas na época não eram de família. Ela foi ser empregada domestica em duas casas que pessoas que depois, a gente ficou muito próximas o tempo inteiro. Se conheceram, meu pai com uma vida muito simples, minha mãe, uma vida muito simples, depois que casaram, meu pai começou a melhorar um pouquinho mais de vida, compraram uma casinha lá num bairro, que provavelmente vocês não conhecem, chamado Vila Nivi e aí, começa toda uma historia que faz parte também da história da urbanização de São Paulo. Como todos nós, todos os bairros de São Paulo nasceram assim, o empresário de ônibus comprava glebas e glebas de terras, levava a...

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