Sou Renata Carla do Nascimento. Nasci no dia 25 de setembro de 1983, em São Bernardo do Campo. Minha mãe não poderia ter filho quando eu cheguei, mas mesmo assim fui bem recebida. Conforme os dias foram passando, era lindo a união entre eu, minha mãe e meu pai.
Sempre pedi por um irmão, mas como minha mãe tinha problemas, não podia ter mais filhos. Meu pai sempre me tratou como um bebezinho. Meu apelido era Danoninho. Me presenteava com um todos os dias quando chegava do trabalho. Quando completei três anos de idade, minha tia materna morreu de infarto, deixado os três filhos: dois meninos e uma menina. Como meu tio era sozinho, minha mãe pegou a menina para criar, ela também tinha minha idade. Fomos crescendo como irmãs. Minha mãe sempre trabalhou muito duro para não deixar faltar nada para nós. Meu pai era chefe na Brastemp nessa época, porém, bebia muito. Quando a fábrica da Brastemp foi embora, ele não quis ir e acabou perdendo o emprego. “ Perder o emprego”, essa frase foi triste porque entendíamos o que aconteceria. Foi a pior fase! Meu pai bebia tanto que ficava caindo pelos lugares. Contudo, minha mãe nunca deixou nada respingar na gente, aguentava sozinha aquela situação.
Tínhamos um tio que morava na região central de São Paulo, próximo da Estação da Luz, em frente ao terminal de trem que hoje é o teatro. Lembro como se fosse hoje! Íamos todos os fins de semana para lá. Foi assim que conheci o Minhocão, o Parque da Água Branca, o
Memorial da América Latina e entre outros locais. Andava de metrô e adorava escutar as conversas das mulheres nas paradas do metrô, principalmente, aquelas na estação Ana Rosa (lembrança gostosa, sorrio sozinha enquanto escrevo). As minhas férias e o Natal eram sempre no Mato Grosso. Não via o momento de acabar as aulas para isso. Íamos de ônibus ou de Pau de arara, junto com todos os meus primos, na carroceria do carro, coberta com uma lona igual a usada em barracas. Que delícia...
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Sou Renata Carla do Nascimento. Nasci no dia 25 de setembro de 1983, em São Bernardo do Campo. Minha mãe não poderia ter filho quando eu cheguei, mas mesmo assim fui bem recebida. Conforme os dias foram passando, era lindo a união entre eu, minha mãe e meu pai.
Sempre pedi por um irmão, mas como minha mãe tinha problemas, não podia ter mais filhos. Meu pai sempre me tratou como um bebezinho. Meu apelido era Danoninho. Me presenteava com um todos os dias quando chegava do trabalho. Quando completei três anos de idade, minha tia materna morreu de infarto, deixado os três filhos: dois meninos e uma menina. Como meu tio era sozinho, minha mãe pegou a menina para criar, ela também tinha minha idade. Fomos crescendo como irmãs. Minha mãe sempre trabalhou muito duro para não deixar faltar nada para nós. Meu pai era chefe na Brastemp nessa época, porém, bebia muito. Quando a fábrica da Brastemp foi embora, ele não quis ir e acabou perdendo o emprego. “ Perder o emprego”, essa frase foi triste porque entendíamos o que aconteceria. Foi a pior fase! Meu pai bebia tanto que ficava caindo pelos lugares. Contudo, minha mãe nunca deixou nada respingar na gente, aguentava sozinha aquela situação.
Tínhamos um tio que morava na região central de São Paulo, próximo da Estação da Luz, em frente ao terminal de trem que hoje é o teatro. Lembro como se fosse hoje! Íamos todos os fins de semana para lá. Foi assim que conheci o Minhocão, o Parque da Água Branca, o
Memorial da América Latina e entre outros locais. Andava de metrô e adorava escutar as conversas das mulheres nas paradas do metrô, principalmente, aquelas na estação Ana Rosa (lembrança gostosa, sorrio sozinha enquanto escrevo). As minhas férias e o Natal eram sempre no Mato Grosso. Não via o momento de acabar as aulas para isso. Íamos de ônibus ou de Pau de arara, junto com todos os meus primos, na carroceria do carro, coberta com uma lona igual a usada em barracas. Que delícia era aquilo! São tantas lembranças gostosas! Tenho pena que meus filhos não possam ter a metade da minha infância. Lá, andávamos os quilômetros e mais quilômetros para ir nas casas. Brincava na chuva, subia nos pés de frutas , buscava os bezerros em cima do cavalo, correndo e galopando. Ah, a alegria daquele vento gostoso! Tomava banho no rio com sabonete e bucha vegetal, chegava limpinha e, à noite, corria descalça, brincando de pé na lata. Como era bom. Corria pela mata, sem ter medo de cobra e de nada! A minha infância foi maravilhosa.
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