Facebook Info Ir direto ao conteúdo
História
Por: Museu da Pessoa, 9 de maio de 2014

Desde criança, entre as panelas e as agulhas

Esta história contém:

Desde criança, entre as panelas e as agulhas

Vídeo

Meu nome é Odete Maria dos Santos, nasci em Getúlio Vargas, no Rio Grande do Sul, em sete de julho de 1956. O meu pai até os meus sete anos, mais ou menos, ele foi agricultor, trabalhava no interior. Depois ele veio morar pra cidade. Minha mãe trabalhava em casa. Depois de um tempo ela começou a vender Avon. Vendia muito bem Avon naquela época.

Eles estavam numa festa, antigamente chamavam de matinê, era uma área dançante. Ali eles se conheceram, nem sei se dançaram ou não dançaram, mas começaram a conversar. Daí minha mãe tinha que ir pra casa, porque naquela época morava no interior, tinha que fazer os afazeres da casa. Então meu pai foi acompanhar a minha mãe até um pedaço, até na entrada da propriedade. Chegando lá, ele olhou pra ela e disse: “Você quer me namorar, me namora, senão pra mim tanto faz”. Até hoje, ele já faleceu, mas a gente brincava muito com ele com esse negócio de “quer me namorar, me namora, senão pra mim tanto faz”... Meu pai e minha mãe iam trabalhar na lavoura, então eles me levavam junto, me colocavam numa sombra, naquela época tinha aquele cesto de balaio, pra colocar o milho quando quebrava. Me colocavam dentro daquele cesto, eu ficava embaixo de uma árvore.

Eu pegava três tijolos, fazia um cercadinho, ia catar uns gravetinhos, coisa assim, pra fazer o fogo, daí pegava um pedaço de lata ou uma tampa velha de panela, colocava em cima, colocava fogo. Daí pegava a latinha de milho, de ervilha, de sardinha, que naquela época tinha sardinha de latinha, ia lá dentro de casa, pegava da mãe feijão, arroz, tudo que dava pra cozinhar, ia lá, colocava em cima daquela coisa e ficava brincando de fazer comida. Também teve a época que a minha mãe fazia roupa de lã, porque lá no Rio Grande do Sul é frio. Naquela época também não tinha tantas condições, tinha a agulha de fazer o tricô, e como não tinha pra mim, eu pegava uns pregos grandões, pegava um pedaço de fio de lã e ficava...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128.976 – Whirlpool

Depoimento de Odete Maria dos Santos

Entrevistada por Márcia Trezza

Joinville, 9 de maio de 2014

Realização Museu da Pessoa

WHLP_HV027_Odete Maria dos Santos

Transcrito por Liliane Custódio

P/1 – Odete, nós vamos começar a entrevista, fala seu nome completo.

R – Odete Maria dos Santos.

P/1 – Você nasceu onde?

R – Em Getúlio Vargas, no Rio Grande do Sul.

P/1 – Quando? Em que data?

R – Sete de julho de 1956.

P/1 – Odete, qual o nome dos seus pais?

R – Rosalino Pegoraro e Lurdes Santina Pegoraro.

P/1 – Qual a atividade do seu pai?

R – O meu pai até os meus sete anos, mais ou menos, ele foi agricultor, trabalhava no interior. Depois daí ele veio morar pra cidade.

P/1 – Por quê?

R – Ele começou a trabalhar numa firma que distribuía bebida. Naquela época, não é como hoje que vai o vendedor fazer o pedido e depois vai o caminhão entregar. Ele carregava o caminhão e ia de cidade em cidade, daí vendia a bebida, no caso.

P/1 – Ele comprava e depois vendia?

R – Não, não. Ele trabalhava pra uma empresa, pra uma distribuidora, no caso.

P/1 – E sua mãe?

R – A minha mãe sempre foi doméstica. Depois de um tempo, daí ela...

P/1 –Ela só trabalhava em casa?

R – Em casa. Em casa. Daí depois de um tempo ela começou a vender Avon. Vendia muito bem Avon naquela época.

P/1 – Aqui?

R – Não. Lá no Rio Grande do Sul. Eles são gaúchos.

P/1 – Eles não vieram pra cá com vocês?

R – Não. O meu pai já faleceu. A minha mãe mora lá no Rio Grande do Sul ainda.

P/1 – Ainda mora lá. E eu soube de uma história, quando eles se conheceram. Você não quer contar?

R – (risos) Bom, quando meu pai e minha mãe se conheceram, daí

P/1 – Eles estavam onde?

R – Eles estavam numa festa, vamos supor, assim. E de tarde, hoje nem sei mais como chama, mas antigamente chamavam de matinê. Daí então era uma área dançante, vamos...

Continuar leitura

Título: Desde criança, entre as panelas e as agulhas

Data: 9 de maio de 2014

Local de produção: Brasil / Santa Catarina / Joinville

Transcritor: Liliane Custodio
Autor: Museu da Pessoa

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Essa história faz parte de coleções

voltar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

    voltar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

      voltar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      voltar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.

      Receba novidades por e-mail:

      *Campos obrigatórios