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História
Por: Museu da Pessoa,

Depois da tempestade

Esta história contém:

Depois da tempestade

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Minervina Marques Rocha, nasci no Estado da Bahia, Santo Estevão, no dia 14 de agosto, tô com 69 anos. Minha mãe teve 20 irmãos, era uma situação muito difícil. Às vezes a gente tinha o que comer, às vezes não tinha. Era seca, a gente bebia aquelas águas de gravatá, sabe? Sabe, uma árvore que dava e juntava aquelas águas. A gente ia e tirava aquelas folhas, botava numa vasilha e trazia pros outros irmãos em casa beber. “Rancava” aqueles “imbu”, que tinha aquelas batatas, ralava naqueles ralos pra “mó de” mexer e fazer a farinha pra gente comer.

Eu vim me embora pra cá pra São Paulo, trazida pelos “outro”. Eu vim de ônibus, com uma moça de Mauá, a filha do compadre do meu pai. Ela me trouxe pra cá pra “mó de” eu arrumar um serviço pra mim trabalhar. Sofri muito aqui nas casas dos “outro”. Nessa aqui, em São Bernardo, já tô com trinta e poucos anos que eu convivo aqui em São Bernardo. E aqui estou até hoje, Graças a Deus, passei... Não, aqui não foi sofrimento, aqui em São Bernardo, não vou dizer que aqui eu sofri muito. E sofri, né? Fui presa pelo Juizado de Menores, que eu arrumei serviço muito cedo; em São Paulo errei o ônibus e o Juizado me pegou. Aí, minha irmã aqui de São Bernardo foi pra São Paulo e me soltou. Aí minha irmã não deixou eu trabalhar pra longe mais. Fui muito judiada por meu cunhado, que já morreu também.

Pronto, arrumei emprego e fui trabalhar. Arrumei uma pessoa, morei com ele 20 anos, 20 anos e seis “mês”, ele viu o meu sofrimento com o meu cunhado, aí ele falou com a minha irmã, se ela consentia de eu ir morar com ele. A minha irmã viu o meu sofrimento, eu fui morar com ele. Eu ia morar na minha casa sozinha, como eu vivia sozinha mesmo... Aí, eu comecei a trabalhar com ele, que ele tinha defeito nas pernas, ele era pequenininho. Nós vendia na portaria da Volks pão doce, queijo e goiabada. A gente...

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Dados de acervo

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Projeto Minha Casa, Minha Cara, Minha Vida, Cabine São Bernardo do Campo

Depoimento de Minervina Marques Rocha

Entrevistado por Gisele Rocha

São Bernardo do Campo, 09/03/2014

Realização Museu da Pessoa

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Transcrito por Cristiane Costa

P/1 – Então, primeiro muito obrigada, dona Minervina, por vir dar a sua entrevista pro Museu da Pessoa. Pra começar, eu queria que você falasse o seu nome completo.

R – Minervina Marques Rocha.

P/1 – Data e local de nascimento.

R – Estado da Bahia, Santo Estevão, Estado da Bahia.

P/1 – E quando você nasceu? Dia que nasceu, mês e ano.

R – Dia 14 de agosto, tô com 69 anos. E o que mais?

P/1 – Tá? E dona Minervina, começando, então, você é da Bahia. Você se lembra de você bem pequenininha lá na sua cidade, como que era? Se você tinha irmãos? Conta um pouquinho pra gente?

R – Tem eu e tinha... Minha mãe teve 20 irmãos, era uma situação muito difícil. Eu vim me embora pra cá pra São Paulo, trazida pelos “outro”. Sofri muito aqui nas casas “outro”. Aí, tinha uma irmã aqui também, como a minha prima viu o meu sofrimento, me trouxe aqui pra São Bernardo. Nessa aqui, São Bernardo, já tô com trinta e poucos anos que eu convivo aqui em São Bernardo. E aqui estou até hoje, Graças a Deus, passei... Aqui não foi sofrimento, aqui em São Bernardo, não vou dizer que aqui eu sofri muito. E sofri, né? Fui presa pelo Juizado de Menores, que eu arrumei serviço muito cedo; em São Paulo errei o ônibus e o Juizado me pegou. Aí, minha irmã aqui de São Bernardo foi pra São Paulo e me soltou. Meu cunhado era guarda-naval, que vocês conhecem ali, perto da garagem do ônibus ABC. Ele era segurança lá. Pronto, aí minha irmã não deixou eu trabalhar pra longe mais. Fui muito judiada por meu cunhado, que já morreu também. Pronto, arrumei emprego e fui trabalhar. Arrumei uma pessoa, morei com ele 20 anos, 20 anos e seis “mês”, tive os meus...

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Título: Depois da tempestade

Local de produção: São Bernardo Do Campo

Autor: Museu da Pessoa

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