Adelson foi um dos primeiros moradores do bairro Limoeiro. Chegou a Ipatinga sem saber ler e escrever e conseguiu formar uma bela família e um bom patrimônio, méritos de seu trabalho e de sua coragem.
Ele nos contou que passou por muitos problemas em sua infância. Disse com muita tristeza e emoção do dia em que perdeu seu pai. “Não gosto muito de falar sobre minha infância”, ele disse. É que o pai faleceu muito novo, aos 41 anos. Sua mãe, então, criou 11 filhos sozinha e com muita dificuldade.
Durante sua infância, gostava de nadar nos rios e brincar de pique- esconde; a natureza era cenário para suas brincadeiras. Divertia-se poucas vezes, pois não sobrava muito tempo. Além disso, ele não tinha brinquedos devido às condições financeiras da família. Daquela época, ainda sente saudade da macarronada com queijo que sua avó fazia para ele. Era sua comida preferida, e ainda é.
Senhor Adelson veio da cidade de Mutum, Minas Gerais, a convite de seu irmão, que já havia se mudado para Ipatinga. Conseguiu um trabalho em uma pedreira, onde eram difíceis e precárias as condições de trabalho. A roupa era inadequada para o serviço e faltavam equipamentos de proteção, de modo que o risco de acidentes era grande.
Mesmo não tendo frequentado escolas, interessava-se em ajudar e disse que as professoras do bairro lutavam para adquirir o mínimo de material para poder alfabetizar as crianças. Disse ainda do amor que aquelas professoras sentiam ao exercerem sua profissão.
Por fim, Adelson falou da alegria que sente em morar no bairro e da gratidão por tudo que conquistou, já que foi vereador durante cinco mandatos, presidente da Câmara Municipal de Ipatinga e até prefeito durante 14 dias.