Rosana Lia Mercaldi Galina nasceu no dia 21 de junho de 1948, em São Paulo, capital; seus pais se chamavam Antônio Mercaldi e Carmela Joanita de Santis.
Rosana trabalha como terapeuta. Seu avô materno emigrou da Sicília para vir a São Paulo com o objetivo de estudar contabilidade. Já a sua avó não era uma imigrante, morava em uma cidade do interior, chamada Itapetininga. Era uma mestiça, filha de provavelmente um feitor de uma fazenda e de uma negra. Foi obrigada a se casar com 14 anos e fugiu de casa para morar em São Paulo como empregada doméstica, em uma pensão onde seu avô morava enquanto estudava. Foi lá que se conheceram.
Na parte paterna, seu avô emigrou de Benevento, uma cidade de Nápoles, para São Paulo para trabalhar na Light e levar energia elétrica para o interior de São Paulo. Sua avó veio de Bari, na costa leste do sul da Itália, também para São Paulo. Um dos avôs veio estudar, enquanto o outro emigrou para trabalhar.
Quando pequena, Rosana ficava na casa dos avós, pois sua mãe trabalhava como professora primária desde muito cedo. Como Carmela começou a trabalhar com 19 anos e parou apenas com 72, ela teve de passar parte da infância com os avós, o que os aproximou muito.
Em casa, ela tinha um grande rádio em que acompanhava novelas com sua avó materna. Seu pai sempre teve carro. Quando mais velha, Rosana lembra de ter tido seu primeiro contato com a televisão, recorda até de certas propagandas até hoje. Se lembra também dos telefones, que naquela época eram vistos por ela como algo quase incompreensível, e diz que era muito bom e interessante poder conversar com os outros a distância.
Quando emigrou, seu avô paterno se sentiu tão agradecido pelo que tinha no Brasil que se naturalizou brasileiro, perdendo a oportunidade de ter um passaporte italiano. Na Itália, ele conseguiu estudar, por isso já veio com uma especialização; e como era alguém que trazia luz para o interior de São Paulo, ele tinha uma...
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Rosana Lia Mercaldi Galina nasceu no dia 21 de junho de 1948, em São Paulo, capital; seus pais se chamavam Antônio Mercaldi e Carmela Joanita de Santis.
Rosana trabalha como terapeuta. Seu avô materno emigrou da Sicília para vir a São Paulo com o objetivo de estudar contabilidade. Já a sua avó não era uma imigrante, morava em uma cidade do interior, chamada Itapetininga. Era uma mestiça, filha de provavelmente um feitor de uma fazenda e de uma negra. Foi obrigada a se casar com 14 anos e fugiu de casa para morar em São Paulo como empregada doméstica, em uma pensão onde seu avô morava enquanto estudava. Foi lá que se conheceram.
Na parte paterna, seu avô emigrou de Benevento, uma cidade de Nápoles, para São Paulo para trabalhar na Light e levar energia elétrica para o interior de São Paulo. Sua avó veio de Bari, na costa leste do sul da Itália, também para São Paulo. Um dos avôs veio estudar, enquanto o outro emigrou para trabalhar.
Quando pequena, Rosana ficava na casa dos avós, pois sua mãe trabalhava como professora primária desde muito cedo. Como Carmela começou a trabalhar com 19 anos e parou apenas com 72, ela teve de passar parte da infância com os avós, o que os aproximou muito.
Em casa, ela tinha um grande rádio em que acompanhava novelas com sua avó materna. Seu pai sempre teve carro. Quando mais velha, Rosana lembra de ter tido seu primeiro contato com a televisão, recorda até de certas propagandas até hoje. Se lembra também dos telefones, que naquela época eram vistos por ela como algo quase incompreensível, e diz que era muito bom e interessante poder conversar com os outros a distância.
Quando emigrou, seu avô paterno se sentiu tão agradecido pelo que tinha no Brasil que se naturalizou brasileiro, perdendo a oportunidade de ter um passaporte italiano. Na Itália, ele conseguiu estudar, por isso já veio com uma especialização; e como era alguém que trazia luz para o interior de São Paulo, ele tinha uma posição política, social e econômica muito boa. Quando a empresa que trabalhava começou a ter problemas, ele adoeceu. Tomou um cargo na polícia quando se naturalizou, e logo teve diabetes, por isso se aposentou. Por conta de sua doença, acabou falecendo.
Rosana nunca teve muito contato com seu avô materno, mas conta que ele sonhava que ela fosse dentista, isso porque enquanto estudava contabilidade, trabalhava no Boticão Universal, uma loja que vendia produtos odontológicos. Seu avô chegou a ser gerente.
Rosana diz que se seus avós imigrantes tivessem vindo para o Brasil nos dias de hoje, teriam muitas dificuldades. Primeiro porque o mercado de trabalho está difícil, e que o nível de desemprego no país está muito alto. Mesmo tendo prédios em construção, muitas pessoas estão em situação de rua. Se sua avó mestiça do interior de São Paulo viesse procurar um emprego no mesmo lugar nos dias de hoje, provavelmente acabaria desempregada. Seu avô, que veio com o curso de contabilidade, também provavelmente não se daria bem aqui, muito pelo fato de que contabilidade hoje em dia não é nada. Nos dias de hoje, quem vem tentar uma vida no Brasil tem pouca possibilidade.
Todos vieram para São Paulo com a intenção de, afinal, melhorarem de vida. O Brasil possuía muito mais oportunidades. A educação era melhor, e isso deixa Rosana muito indignada com o país, a falta de cultura e educação primária.
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