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História
Por: Museu da Pessoa,

De Bau: livro que não acaba mais!

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De Bau: livro que não acaba mais!

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Meu nome completo é Roberto Francisco de Bau, nascido dia 4 de agosto de 1962. Sou da gema, pois nasci no Itaim Bibi, em São Paulo. Meu pai é João Francisco de Bau. Ele faleceu com 94 anos no ano passado; morreu trabalhando no outro sebo aqui do lado, meu vizinho. Ele que construiu tudo isso aqui, e eu estou dando continuidade. Minha mãe se chama Maria Estela da Silva Bau. Meu filho andou puxando o nome, e o sobrenome é judeu. Ele foi atrás da árvore genealógica e chegou até aquele filme, A Lista de Schindler. Mas a minha família, do meu pai, meu avô, são todos negros. Eles são altos, e só eu que nasci pequenininho, mas o meu avô era muito alto.

Meu pai fez a vida em São Paulo, viveu em São Paulo e amava São Paulo. Fez a vidinha dele, através de ser zelador - sempre trabalhou na área. E em São Paulo ele começou a trabalhar em banca de jornal e zelador, na Rua Barão de Campinas, esquina com a Alameda Glete - foi a minha infância ali, perto da Folha de São Paulo. Na esquina na Alameda Glete tinha uma banca de jornal que era do meu pai. Eu era pequenininho, e meu pai que contava isso aí para mim. Vendia muita figurinha, tinha muito Tarzan, aqueles álbuns antigos que agora, no sebo, são raros.

E numa época, a Elis Regina comprou um apartamento lá no Edifício Melo Alves, onde meu pai era zelador. Todos os zeladores de São Paulo, antigamente, podiam morar lá em cima, no último andar ou no térreo – e a gente morava no térreo. A Elis Regina mudou para lá com os filhos: João Marcelo, Maria Rita, Pedro Mariano. E meu pai, sempre cativante, comunicativo... a Elis Regina gostou do ‘seu’ João. Então o João Marcelo descia para andar de bicicleta, e eu tinha um black power enorme, (risos) tinha uma Mobilete vermelha, andava com aquela jaquetona, calça Lee, frequentava a Chic Show, com aquelas danças dos anos 80... aí ele começou a descer direto e não desgrudou mais de mim, o João Marcelo. Ele...

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Projeto Memórias do Comércio 2020-2021 – Módulo Bauru

Entrevista de Roberto Francisco de Bau - Sebo do Baú

Entrevistado por Luis Paulo Domingues e William Carneiro

Bauru, 26 de janeiro de 2021

Entrevista MC_HV011

Transcrito por Selma Paiva

P1 - Vamos lá! Senhor Roberto, pra começar, eu gostaria que o senhor falasse o seu nome completo, a data de nascimento e o local que o senhor nasceu.

R1 – Sim. Meu nome completo é Roberto Francisco de Bau, nasci dia 4 de agosto de 1962, eu sou de São Paulo, capital, sou da gema, nasci no Itaim Bibi, em São Paulo.

P1 – Legal. E qual o nome do seu pai e da sua mãe?

R1 – Meu pai é João Francisco de Bau. Ele estava vivo até o ano passado, com 94 anos faleceu trabalhando no sebo, meu vizinho aqui do lado. Ele que construiu tudo isso aqui, depois eu dei, estou dando continuidade, né? Minha mãe chama-se Maria Estela da Silva Bau.

P1 – O senhor lembra o nome, teve convivência com seus avós e lembra o nome deles?

R1 – Tive mais com a minha avó, da parte do meu pai. Da minha mãe faleceu todos, né? O meu avô e minha avó da parte da minha mãe não conheci. Mas a minha avó eu vivi muito com ela.

P1 – Como ela chama?

R1 – Eles são do sertão da Bahia, é a Dona Ana Rosa Bau, a minha avó.

P1 – Legal.

R1 – É uma senhora mulata, aquelas tipo bugres, né, aquelas velhonas bugres linda demais, com aquelas saionas. Eu sempre grudado nela, eu ia para o sertão da Bahia, lá em Cafarnaum, que minha mãe e meu pai nunca saíam aqui de São Paulo, de São Paulo lá, a gente morava lá. E eu que ia, meu pai dava um dinheirinho e a gente ia ver a minha mãe, a mãe dele e o pai dele. E ataca eu e minha mãe naquela estrada, naqueles ônibus antigos, quatro, cinco dias dentro de um ônibus e vai, é uma história maravilhosa. Conhece tanta gente, aquele radinho de pilha, Roberto Carlos tocando no ônibus, nunca esqueço isso daí na minha cabeça e eu era pequeno, tinha dez, onze anos de idade. Chegava...

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Título: De Bau: livro que não acaba mais!

Local de produção: Brasil / Bauru

Autor: Museu da Pessoa

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