Meu nome é Poliana Okimoto, agora Poliana Okimoto Cintra (depois de casada), mas mais conhecida como Poliana Okimoto no meio do esporte. Nasci em oito de março de 1983, em São Paulo. Meu pai é Yoshio Waldemar Okimoto e minha mãe Cleonice Cavalcante Okimoto. Tenho dois irmãos, um mais velho e um mais novo. O mais velho chama André, André Luís Okimoto e o mais novo, Alisson Okimoto.
A família do meu pai é japonesa, os pais dos meus avós vieram do Japão e vieram pra São Paulo e foram pro interior de São Paulo. Meu pai nasceu em São José do Rio Preto, minha avó ainda é viva e ela ainda mora lá e meu pai viveu toda a infância dele no interior e foi estudar em Uberaba, que é a cidade da minha mãe, e eles se conheceram, casaram e vieram pra São Paulo, tentar uma vida melhor. Meu pai é dentista, então ele começou a trabalhar aqui e se estabeleceu na cidade. E teve três filhos.
A família da minha mãe é mineira. A minha mãe nasceu numa cidade que nem existe mais, chama Nova Ponte, é uma cidade que foi aterrada pra fazer uma usina, então acho que com quinze anos ela saiu dessa cidade e foi morar em Uberaba e foi lá que ela conheceu meu pai e a família dela que ainda mora lá. Eu já não tenho mais avós vivos, mas os irmãos dela – ela tem quatro irmãos – todos moram lá. Meus primos... A gente sempre passou assim muito tempo lá em férias, juntos. Meu irmão ainda tá morando lá, porque ele foi pra lá pra fazer faculdade, a nossa história tá um pouquinho ligada em cada lugar.
Todo mundo acha que tem os melhores pais do mundo. Mas, acho que os meus realmente, eles foram assim, ótimos pais pra mim, se eu conseguir ser um terço da mãe e do pai que eles foram pra mim, pros meus filhos eu vou tá muito feliz, porque eles fizeram de tudo pra gente, sempre pensando no nosso melhor. Só o meu pai de o meu trabalhar em casa, ele sempre se esforçou muito. Tinha épocas assim que ele trabalhava até meia noite pra conseguir...
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Meu nome é Poliana Okimoto, agora Poliana Okimoto Cintra (depois de casada), mas mais conhecida como Poliana Okimoto no meio do esporte. Nasci em oito de março de 1983, em São Paulo. Meu pai é Yoshio Waldemar Okimoto e minha mãe Cleonice Cavalcante Okimoto. Tenho dois irmãos, um mais velho e um mais novo. O mais velho chama André, André Luís Okimoto e o mais novo, Alisson Okimoto.
A família do meu pai é japonesa, os pais dos meus avós vieram do Japão e vieram pra São Paulo e foram pro interior de São Paulo. Meu pai nasceu em São José do Rio Preto, minha avó ainda é viva e ela ainda mora lá e meu pai viveu toda a infância dele no interior e foi estudar em Uberaba, que é a cidade da minha mãe, e eles se conheceram, casaram e vieram pra São Paulo, tentar uma vida melhor. Meu pai é dentista, então ele começou a trabalhar aqui e se estabeleceu na cidade. E teve três filhos.
A família da minha mãe é mineira. A minha mãe nasceu numa cidade que nem existe mais, chama Nova Ponte, é uma cidade que foi aterrada pra fazer uma usina, então acho que com quinze anos ela saiu dessa cidade e foi morar em Uberaba e foi lá que ela conheceu meu pai e a família dela que ainda mora lá. Eu já não tenho mais avós vivos, mas os irmãos dela – ela tem quatro irmãos – todos moram lá. Meus primos... A gente sempre passou assim muito tempo lá em férias, juntos. Meu irmão ainda tá morando lá, porque ele foi pra lá pra fazer faculdade, a nossa história tá um pouquinho ligada em cada lugar.
Todo mundo acha que tem os melhores pais do mundo. Mas, acho que os meus realmente, eles foram assim, ótimos pais pra mim, se eu conseguir ser um terço da mãe e do pai que eles foram pra mim, pros meus filhos eu vou tá muito feliz, porque eles fizeram de tudo pra gente, sempre pensando no nosso melhor. Só o meu pai de o meu trabalhar em casa, ele sempre se esforçou muito. Tinha épocas assim que ele trabalhava até meia noite pra conseguir dá um sustento bom pra família, conseguir pagar um colégio bom, conseguir me manter na natação, porque é um esporte caro, querendo ou não, é difícil ter patrocínio e só depois de um tempo no paitrocínio que eu consegui um patrocínio, patrocínio dos Correios... Que me ajudou demais desde pequena, eu tenho que só agradecer meu pai e minha mãe por todo apoio que eles me deram, não só pensando em natação, mas assim pelo caráter, honestidade, pelo exemplo de vida que eles têm, que eles passaram isso pra mim, pros meus irmãos, eu acho que a família é muito unida, todo mundo gosta de todo mundo dentro da família, todo mundo se preocupa com cada um, sabe? E eu acho que esse amor que a gente tem um pelo outro é muito mais importante do que qualquer outra coisa no esporte.
Com dois anos eu entrei na natação pra aprender a nadar e com sete anos eu já comecei no treinamento e eu amava, sempre amei, amo, ainda a natação! Desde que eu me conheço como gente a água faz parte da minha vida. A brincadeira também era na água, mesmo quando eu não tava no treino, se eu tava no prédio, a gente ia pra piscina brincar de água, sempre dava um jeito de aprontar (risos).
Eu nadava em academia. Então, tinham duas piscinas: a piscina de aprendizado que era a menor e rasa e a piscina que era para aperfeiçoamento e treinamento. E eu me lembro muito bem do dia que eu tava na água, na piscina pequena, aprendendo ainda a nadar e um professor que era da aula de aperfeiçoamento, chegou nessa piscina e falou assim: “Poliana, amanhã você vai nadar na piscina grande”. Eu falei: “Não! Eu não vou nadar na piscina grande! (risos) Eu tenho medo! Eu não vou conseguir atravessar a piscina toda”. No dia seguinte, eu fui morrendo de medo, a água era até um pouco mais gelada. Eu fui e o professor entrou na água junto comigo e aí eu gostei muito e nunca mais quis sair de lá.
Eu sempre gostei muito de nadar, era muita diversão pra mim. Eu não encarava aquilo como competição. Com sete anos de idade a gente vai para estar junto com os amiguinhos. Vai porque gosta, não vai pensando em competir. Então, no começo foi assim. E no começo, as provas de natação, eram só 25 metros. Dos sete aos dez, era só 25 metros, 50, no máximo. Só que velocidade nunca foi meu forte, sempre fui melhor de resistência, nos treinamentos sempre mostrei que era resistência meu forte. Eu não ganhava nada, eu era uma das últimas a chegar, era um zero à esquerda. Eu até chegava pro meu técnico e falava: “Mas, puxa, eu no treino, ganho de todo mundo, aí chega na competição, eu sou a última?!” (risos). Aí, o técnico sempre falava: “Não, calma que o seu negócio é resistência, quando você estiver mais velha as provas vão ficar mais longas e você vai começar a se destacar melhor”. Com 12 anos foi minha primeira prova de 400 metros, era a prova mais longa que tinha pra idade, aí eu ganhei. Ganhei o Campeonato Paulista, bati recorde paulista, ganhei até dos meninos. Então, aí que ele falou assim: “Olha, realmente, você vai ser uma nadadora de fundo”. Que é nadadora de resistência. E aí que eu comecei a gostar mais ainda. Quando você começa a ganhar, vira um vício. Você vai querer sempre ganhar, vai querer sempre tá melhorando e se superando.
Com 13 anos eu fui convocada pela primeira vez pra um campeonato fora do Brasil e pra ser integrante da Seleção Brasileira e essa primeira vez assim pra mim foi a coisa mais emocionante, o que eu senti na hora, sabe? Quando chegou a cartinha do Correios, me convocando pra Seleção Brasileira de natação, que a gente ia viajar pro Campeonato Sul-americano, ia ser na Colômbia, e veio toda a caixa do Sedex, com os uniformes, todo o material da seleção brasileira que eu sonhava em ter, eu via meus amigos lá do treino, todos vestidos de uniforme, Correios e... Patrocinados pelo Correios, eu sonhava em ter aquilo. E quando chegou a primeira vez, foi uma emoção muito grande. Quando eu vi o envelope do Correios, com meu nome e a minha mãe que me deu. Ela nem quis abrir, ela deixou pra eu abrir, ela falou assim: “Ó, Poliana chegou uma carta do Correios pra você”, eu já: “Nossa, que que será, né?” e quando eu abri, que era a convocação pra Seleção Sul-americana, foi assim a maior emoção que eu tive na época, chorei. Fiz de tudo, mas assim fiquei bem, bem feliz. E aí, a partir dessa primeira convocação até hoje eu continuo integrando a Seleção Brasileira de natação e Maratona Aquática. 1996, 2006... quatro, cinco, seis... Não, pera. 1996, 2006 são dez anos, dez anos pra 2010, 14. Quatorze, 15, 16, 17 anos. Então, a partir dessa primeira convocação, em 1996, que eu fui convocada pro Campeonato Sul-americano, até hoje, depois de 17 anos, eu continuo integrante da Seleção Brasileira e continuo recebendo pelo Correios, a minha convocação pras Seleções Brasileiras. Eu nunca tinha saído do Brasil, foi minha primeira seleção e tá junto com toda a equipe, integrando a Seleção Brasileira, indo competir um campeonato internacional, que também tinha sido meu primeiro, num país estrangeiro, a gente não sabia o que esperar, mal conseguia pegar um vôo, tinha viajado pouquíssimas vezes de avião, então foi assim, foi super emocionante. E chegando lá, eu ganhei três provas. Oitocentos, 1500 e 400 livre, eu bati recorde sul-americano, lá também, foi meu primeiro recorde sul-americano, foi inesquecível.
Em 1996, teve um Campeonato Mundial que eu consegui índice, foi em 2002, foi meu primeiro campeonato mundial em piscina, fui pra nadar a prova de 800 livre e 400 livre, depois entrou a Maratona Aquática e a minha primeira competição internacional foi pro Campeonato Mundial, em 2006, eu era super nova assim em Maratona Aquática, tinha pouquíssima experiência, fazia um ano só que eu fazia prova de maratona, eu fui muito sem saber o que esperar da prova. Só que chegou lá, eu nadei super bem, ganhei uma medalha de prata nos cinco quilômetros, foi a primeira medalha da história da natação brasileira e isso marcou muito a gente, foi em Nápoles, e na prova de dez quilômetros, eu ganhei outra medalha de prata, a gente voltou pra casa com duas medalhas no bolso e muito contentes porque foi medalha histórica.
Nunca uma mulher brasileira tinha conseguido uma medalha em campeonatos mundiais de natação e eu fui a primeira, foi assim emocionante. As minhas primeiras vezes foram muito impactantes. No primeiro Campeonato Sul-americano eu bati o recorde sul-americano, ganhei três provas, e no primeiro Campeonato Mundial de maratonas eu trago duas medalhas pro Brasil, sendo que ninguém esperava, nem eu mesma esperava. Não conhecia ninguém, ninguém me conhecia, era o meu primeiro campeonato, então, foi bem surpreendente.
O meu técnico, hoje ele é meu marido, ele que me praticamente forçou a começar a nadar na Maratona Aquática, ele via que nos treinos eu era muito mais resistente do que uma nadadora de 800, 1500 de piscina, a gente começou a fazer maratona sem saber se eu ia conseguir me adaptar. E eu me adaptei super bem e realmente a minha resistência é muito grande e a prova de dez quilômetros se encaixou perfeitamente pra mim.
Eu amo criança e é um sonho que eu tenho ser mãe, a gente já até escolheu os nomes dos filhos (risos). Mal conseguimos ter filho ainda, a gente já sabe os nomes. Mas, por enquanto não, eu vou até 2016, vai ter a Olimpíada no Rio e aí, passando a Olimpíada,a gente vai pensar em ter filho. Meu maior sonho na natação é conseguir uma medalha olímpica e meu maior sonho como pessoa é ser mãe.
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