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História
Personagem: Amali Farah
Por: Museu da Pessoa, 29 de agosto de 2011

Dando nome ao comércio

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Dando nome ao comércio

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“No começo, quando eu fui trabalhar na loja, eu quase não falava com os clientes. Eu ficava mais recolhida, num lugarzinho onde eu tratava de entregar o material para as costureiras. Eu ia e vinha, ia pegar os cortes lá dentro. Um movimento, uma agitação tremenda. Eu não entrava na parte dos negócios. Isso era tudo o meu irmão que resolvia. Nessas partes eu nem olhava, só sabia que eu era sócia e tinha uma porcentagem, uma migalhinha lá. E eu não podia dar palpite também, porque eu não tinha competência para isso. Agora uma coisa eu sei que tinha: trabalho. Atualmente está só essa loja, mas houve um tempo que nós tivemos muitas filiais. Tivemos uma na Maria Marcolina na outra esquina, com a Conselheiro Belizário. Tivemos na Rua Itapura de Miranda, Rua Cavalheiro Basílio Jafet; na Cantareira número 12, que era o prédio enorme lá que tinha o escritório e todo mundo da família trabalhou. Depois tivemos outro imóvel na Rua Oriente, número 560, que era uma loja comprida. Com o tempo meu irmão foi fechando. Tinha também uma vila na Maria Marcolina,para onde a gente levava mercadoria. Nessa eu ia bastante, porque tinha que controlar todo o material que ia daquela casa para a loja. E a coisa não parava, era um movimento tremendo.Muitas vezes avançava pela noite. Uma vez, eu ia indo pra casa, fui assaltada. Tinha gerente em uma, gerente em outra; quando terminava, eu pegava a chave de cada uma e ia para casa. Então uma noite um fulano lá apareceu e queria minha bolsa. E aí foi uma luta, porque eu estava com as chaves dos gerentes e eu carregava muito dinheiro; dinheiro grande para trazer em troco, para ter troco no caixa. Eu sei que, no fim, fiquei toda machucada, fiquei jogada na rua e o fulano foi embora. Aí, quando eu telefonei e contei para o meu irmão o que tinha acontecido, ele mandou trocar as fechaduras das lojas. Eram três ou quatro lojas, tudo ali perto. Quer dizer, se o ladrão me conhecia e sabia onde é que eu ia, meu...

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P/1 – Primeiro, dona Amali, eu gostaria de agradecer à senhora por ter aceito o nosso convite, vindo aqui pro Museu da Pessoa, para conceder essa entrevista. E vou começar pedindo pra senhora falar o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Amali Farah, primeiro de dezembro de 1929, em Santos, São Paulo.

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – Amin Farah e Ludovina Silva Farah.

P/1 – E você sabe dizer a origem deles?

R – Árabe. O meu pai era árabe, minha mãe era filha de português. Papai era de Homs mesmo, era árabe.

P/1 – E a senhora sabe como ele migrou, como foi?

R – O irmão dele estava aqui em São Paulo e mandou chamar. Ficou aqui em São Paulo, os irmãos tinham negócio, todos estavam se arrumando bem aqui e ele também começou com negócio. Eu tinha 14 pra 15 anos e comecei a trabalhar, ajudar no comércio. Comércio pequeno. Depois foi melhorando, e meu irmão fez a sociedade comigo, a firma ficou Confecções Amali, era fábrica de camisas Amali. Começou na Rua do Carmo, número 181 ou 121, não me lembro bem, era perto da Rua Lisbonense e das Classes Laboriosas. Aquela parte ali está toda diferente agora, mas foi ali que começou. Depois nós passamos pra Rua Cantareira, número 12, aquela parte assim grande que tem ali. E lá a gente tinha cortador, às vezes passava a noite com as portas fechadas e ficava enfestando, porque é aquela mesa compriiiida pra enfestar o tecido pra cortar camisa. E depois eu separava os pacotes e tinha as costureiras. Naquele tempo as costureiras levavam pra casa pra fazer o serviço. O colarinho já ia feito pra ficar com aquela pontinha bem certinha, e depois elas levavam aquela quantidade, algumas tinham mais pessoas que ficavam costurando com elas, às vezes, vinham até com carro trazer bastante costura. E outras levavam pouquinho e dava. E quando chegava, eu pegava e conferia, tinha que acertar aqui, um ombro com o outro tinha que dar certinho. Se estivesse um pouco...

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