O nascimento Em 26 de junho de 1969, no estado do Rio Grande do Norte, nasceu Josefa Alves Ferreira Oliveira. Seu nome foi escolhido pelo seu pai, em homenagem à avó paterna. Mas ela nunca gostou deste nome, sempre achou muito feio. Josefa preferia que a chamasse de Jô, e é assim que é chamada até hoje. Adorável infância Na infância, Jô morava em uma favela com seus pais e irmãos. Era uma família muito pobre, mas mesmo assim ela se sentia feliz. Jô era uma menina rebelde e valente. Brincava com os meninos, era mandona, e quando não a obedeciam, apanhavam dela. Suas brincadeiras preferidas eram: pega-pega, esconde-esconde, jogo de taco, que ela conhecia como prets, e fazer bonecas com espigas de milho, pois não tinham condições de comprar bonecas de verdade. Mas, o que ela mais gostava mesmo, era de jogar taco. Um jogo muito divertido que precisava de quatro jogadores, dois no taco, um de cada lado de um campo, e dois atrás de uma latinha que fica atrás de quem está com o taco. Quem está atrás da latinha arremessa a bolinha. Quem está com o taco tem que defender a bolinha para não derrubar a latinha. Quem derrubar a latinha primeiro, marca ponto. Sua mãe não gostava que ela brincasse com os meninos e sempre dizia: -- Menina, entra pra dentro e para de brincar com os moleques Mas ela não obedecia. Mais tarde, quando entrava, sempre apanhava. Brincadeira e confusão Jô sempre brincava de esconde-esconde com suas irmãs. Numa tarde, durante a brincadeira, uma das irmãs se escondeu no banheiro. Jô, muito esperta, já sabia que ela estava lá, mas não queria abrir a porta de jeito nenhum. Então, gritou bem alto: -- Menina, abra esta porta, eu sei que você está aí Ela não abriu. Muito brava, Jô pegou um cabo de vassoura, subiu pela escada até o telhado do banheiro, tirou algumas telhas e, de lá de cima, começou a bater em sua irmã dando-lhe muitas pauladas. Sua irmã, toda machucada, esperou seu pai chegar e...
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O nascimento Em 26 de junho de 1969, no estado do Rio Grande do Norte, nasceu Josefa Alves Ferreira Oliveira. Seu nome foi escolhido pelo seu pai, em homenagem à avó paterna. Mas ela nunca gostou deste nome, sempre achou muito feio. Josefa preferia que a chamasse de Jô, e é assim que é chamada até hoje. Adorável infância Na infância, Jô morava em uma favela com seus pais e irmãos. Era uma família muito pobre, mas mesmo assim ela se sentia feliz. Jô era uma menina rebelde e valente. Brincava com os meninos, era mandona, e quando não a obedeciam, apanhavam dela. Suas brincadeiras preferidas eram: pega-pega, esconde-esconde, jogo de taco, que ela conhecia como prets, e fazer bonecas com espigas de milho, pois não tinham condições de comprar bonecas de verdade. Mas, o que ela mais gostava mesmo, era de jogar taco. Um jogo muito divertido que precisava de quatro jogadores, dois no taco, um de cada lado de um campo, e dois atrás de uma latinha que fica atrás de quem está com o taco. Quem está atrás da latinha arremessa a bolinha. Quem está com o taco tem que defender a bolinha para não derrubar a latinha. Quem derrubar a latinha primeiro, marca ponto. Sua mãe não gostava que ela brincasse com os meninos e sempre dizia: -- Menina, entra pra dentro e para de brincar com os moleques Mas ela não obedecia. Mais tarde, quando entrava, sempre apanhava. Brincadeira e confusão Jô sempre brincava de esconde-esconde com suas irmãs. Numa tarde, durante a brincadeira, uma das irmãs se escondeu no banheiro. Jô, muito esperta, já sabia que ela estava lá, mas não queria abrir a porta de jeito nenhum. Então, gritou bem alto: -- Menina, abra esta porta, eu sei que você está aí Ela não abriu. Muito brava, Jô pegou um cabo de vassoura, subiu pela escada até o telhado do banheiro, tirou algumas telhas e, de lá de cima, começou a bater em sua irmã dando-lhe muitas pauladas. Sua irmã, toda machucada, esperou seu pai chegar e contou para ele o que tinha acontecido. Então, seu pai a chamou no quarto, ela se sentou na cama e ele disse: -- Jô como teve coragem de bater em sua irmã, sem ela poder se defender? Nervoso e irritado, começou a bater nela. Bateu tanto que ela ficou toda roxa, mas ao mesmo tempo ficou feliz, pois de tanta dor, fez xixi na cama onde ele dormia. Adolescência proibida Jô não teve adolescência porque seu pai lhe proibia tudo. Ela nunca teve a oportunidade de conhecer a praia, comer pastel na feira, ir ao cinema, pois seus pais não tinham condições para levá-la. Certa vez, quando Jô estava voltando da escola, um menino entregou-lhe uma carta. Ao chegar em casa, seu pai a viu muito feliz com um papel na mão. Pegou o papel, abriu e começou a ler. Ele ficou muito bravo ao descobrir que aquele papel era uma cartinha de um menino da sua sala. Rapidamente começou a rasgar a cartinha e a bater na filha. Depois disso, ele a proibiu de ir à escola. Jô se sentiu muito triste, porque amava frequentar a escola. Após um tempo, ela foi passar férias na casa da tia em Indaiatuba, no interior de São Paulo, e nunca mais quis voltar para casa. Mas, no dia 20 de dezembro de 1985, sua mãe foi buscá-la e levou-a de volta. No dia 24 de dezembro daquele ano, sua mãe lhe deu um dinheiro para comprar uma sandália para passar o Natal. Mas Jô, sempre muito esperta, pegou o dinheiro e comprou uma passagem de ônibus para voltar para a casa da tia em Indaiatuba. E desta vez, nunca mais voltou para a casa dos pais. Amor à primeira vista Quando foi para Indaiatuba passar férias na casa da tia, Jô conheceu Aparecido. Ele morava em frente a casa da tia dela e, quando se viram, foi amor à primeira vista. Logo eles começaram a namorar. Como eles estavam juntos, Jô não queria mais ir embora, mas sua mãe veio buscá-la à força, no dia 20 de dezembro de 1985. Quatro dias depois, ela fugiu, voltou para Indaiatuba e correu para os braços do seu amor. Jô e Aparecido queriam morar juntos, mas não tinham dinheiro. Então, eles começaram a trabalhar. Ela trabalhava numa fábrica de costura, tirando as linhas das calças que as costureiras costuravam. O tempo foi passando, eles foram juntando um dinheiro e conseguiram construir um cômodo no fundo da casa da mãe do Aparecido. Nesta casa, eles moraram juntos por muito tempo. Lá começou a felicidade que existe até hoje. Os filhos Desde quando Jô se casou com Aparecido, aos 14 anos, sempre quis ter filhos. Passaram-se oito anos e Jô ainda não tinha engravidado. Ela descobriu que tinha um problema e precisava fazer um tratamento. Logo que fez o tratamento, conseguiu engravidar. Ela determinou que queria ter um menino, e nasceu Michael Willian, que hoje tem 20 anos. Quando seu filho tinha nove anos de idade, Jô engravidou de novo. Desta vez ela queria uma menina, e seu desejo se realizou. Aos treze anos, assistiu uma minissérie e viu uma personagem chamada Maggie. Depois, assistiu o filme do Peter Pan e viu outra personagem com um nome lindo. Ela se chamava Wendy. Jô se apaixonou pelos dois nomes e decidiu que, quando tivesse uma filha, iria se chamar Maggie Wendy. Quando Maggie nasceu, os médicos disseram que ela tinha uma doença muito séria e que teria deficiência mental. Jô ficou muito triste ao ver que sua filha tinha um enorme caroço na cabeça, parecia até que tinha duas cabeças. Maggie era muito feia, mas mesmo assim, Jô a amava demais. Durante dois anos, Maggie fez um tratamento na UNICAMP. Jô e seu marido não tinham condições de pagar o tratamento. Seus amigos os ajudavam e diziam: -- Jô, tenha fé, você vai conseguir Foi neste momento que Jô começou a acreditar mais ainda em Deus. Maggie se recuperou. Hoje tem onze anos. É uma menina linda, perfeita, saudável e esperta, que faz aulas de circo, natação, estuda e se destaca em tudo o que faz. Jô chama Michael Willian de “meu magrelo” e Maggie Wendy de “minha gorducha gostosa”.
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