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História
Por: Museu da Pessoa, 6 de setembro de 2011

Da Grécia para o Cantinho Grego

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Da Grécia para o Cantinho Grego

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“Eu nasci na cidade de Esmirna, na Turquia, e vivi lá até a idade de dois anos; mais ou menos dois anos. Depois meus pais se mudaram dali e nós passamos a morar numa ilha do mar Egeu que se chama Laos. Meu pai sustentava nossa família trabalhando como pescador; isso lá pela metade dos anos 20. Ele tinha um barco nessa época e ia pescar na Turquia junto com um primo. Era proibido, mas volta e meia eles entravam com o barco no mar turco. Uma vez ele me contou que os turcos pegaram, e ele e o primo sofreram um pouquinho. Ficaram uns dois, três dias presos na Turquia, mas depois foram liberados. Minha infância foi toda nessa ilha: eu ajudava meu pai na pescaria e, de vez em quando, também ia com ele vender os peixes. Eu cresci cercado de peixes. Quando era menino, na minha casa, carne entrava só duas vezes por mês. Já peixe era todo dia: peixe frito, ao forno. Alguém pode achar ruim, mas eu não achava. Para mim, era uma maravilha! Até hoje peixe é o meu prato preferido. Era uma vida tranquila, mas então minha mãe morreu e, como eu era o filho mais velho, tive que deixar a escola de vez para ajudar meu pai. Nós mudamos, então, para o centro da ilha, porque lá era um lugar com mais recursos para viver. Depois, um pouco mais velho, eu ainda trabalhei na loja de um conhecido dele, do meu pai. Eu teria continuado lá, só que, aos 19, 20 anos, fui convocado para o Exército. Foi justamente na época da Segunda Guerra Mundial, mas eu não lutei no front. Eu era enfermeiro, só ficava no hospital cuidando dos feridos. Depois da guerra, cheguei a trabalhar numa quitanda com meu irmão, Niko. Outra vez vivemos muito bem, graças a Deus, e eu me casei. Aí foi quando aconteceu a mudança para o Brasil. Essa minha mulher tinha uma irmã que vivia em São Paulo, e essa irmã ficou sabendo do nosso casamento. Ela escreveu uma carta para a minha mulher e reclamou que não tinha recebido o convite. A minha mulher falou, então, para mim: ‘Olha, ela...

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P/1 – Boa tarde, seu Thrassyvoulos. Eu vou pedir para que o senhor fale o seu nome, local e data de nascimento.

R - Meu nome é Thrassyvoulos Georgios Petrakis.

P/1 - O senhor nasceu em que cidade, senhor Thrassyvoulos?

R- Na Turquia, na cidade de Esmirna.

P/1 - Por que o senhor nasceu lá? Os seus pais moravam lá?

R - Vivia lá até que fiz mais ou menos dois anos. Depois de dois anos nós passamos a morar numa ilha. O nome da ilha é Ios, no mar do Egeu. E lá eu fui crescer depois até os 20 anos. E permaneci depois, na Grécia, em outros lugares.

P/1 - E qual era o nome dos seus pais?

R - O meu pai chamava-se Georgios e a minha mãe (Aaliyah/Aglea?)

P/1 - E o que eles faziam?

R - Meu pai era agricultor e pescador. Ele tinha um barco porque ele precisava pescar na Turquia com um primo dele. Depois de tudo isso, esperava o pai entregar os peixes e fazia outra coisa. Eu ajudei o meu pai na agricultura, entendeu como é? E as coisas que ele me pedia para fazer, a pesca. Muitas vezes pescava os peixes e vendia. Depois, meu pai, no lugar que tinha mais serviço ele entregava os peixes para as pessoas, vendiam os peixes. Só isso eu posso dizer. Eu ajudava o meu pai na agricultura também. Eu não estudei muito porque a minha mãe morreu cedo. O velho tinha quatro crianças. Eu era o mais velho. Mais ou menos na idade de 10, 12 anos, eu abandonei a escola para ajudar o meu pai. E depois eu fui para outro lugar, trabalhei sozinho em um lugar que o meu pai tinha um conhecido. Ele me levou na loja dele e trabalhava em uma lanchonete. Ajudava o meu pai, até que fui soldado na Segunda Guerra Mundial e parei. Depois saímos e fomos para o centro da ilha. Mudamos porque lá era melhor para viver.

P/1 - Vamos voltar um pouquinho. O senhor chegou a conhecer os seus avós?

R - Conhecer os meus avós? Meus avós, eu vou dizer uma coisa. Conheci depois que cresci, depois da guerra, entendeu como é? Porque quando começou a guerra nós fomos, mais ou menos, depois...

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