Maria do Carmo Santos, nasceu em 25 de junho de 1912, na Fazenda Nunes , município de Tacaratú (PE). Filha de Ana Maria e João Duque , teve como irmãos, todos por parte do pai, José Duque, Zélia, Elizabete, Antonio Carlos, João, José Narciso , Antonio Assis e Bezeca.
Quis o destino que Noé Faceiro, parente do seu pai, ficasse viúvo e chamasse Ana Maria sua mãe, para cuidar dos filhos dele, muitos ainda pequenos.Mãe solteira que era, ela foi e levou consigo sua filha Maria do Carmo , que na época tinha por volta de sete anos de idade. Assim como sua mãe cuidou dos seus filhos, Noé Faceiro foi um verdadeiro pai para Maria do Carmo. Nunca fez distinção entre ela e os filhos de sangue, por isso considera também seus irmãos Antonia, Socorro, Blandina , Margarida, Alberto e José Noé ( filhos do primeiro casamento dele) , bem como Maria Eugênia, Maria Conceição, Rosália, Jurandir, Alberto, João Noé, Antenor, Paulo, Manu e Inês, do segundo casamento.
Foi nesse ambiente que D. Maria do Carmo cresceu, estudou, aprendeu a ler e escrever, e também corte e costura.
Moça bonita e prendada começou a flertar com um moço, classe média, natural de Porteira (CE), que veio prestar serviço em Tacaratu. Chamava-se João Matias dos Santos, era policial e bem mais velho que ela. Por causa disso a família não queria o namoro. Ela tinha apenas 15 anos, idade normal para se casar naquela época, mas ele tinha 29 anos. Além disso, era soldado uma função considerada de baixa categoria.
Acontece que ela apaixonada insistiu e a família acabou aceitando . Casaram-se em 1927. Da união nasceram cinco filhos: Gilberto, Heronides (falecido), Davino, Agmar (falecido) e Bernadete, adotou também Tereza como filha (falecida), todos nascidos em Tacaratu.
Em 1956 tiveram que mudar para Petrolândia, para onde Sr. João Matias fora transferido. Destacado para atuar na volante, em perseguição aos cangaceiros, foi atingido...
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Maria do Carmo Santos, nasceu em 25 de junho de 1912, na Fazenda Nunes , município de Tacaratú (PE). Filha de Ana Maria e João Duque , teve como irmãos, todos por parte do pai, José Duque, Zélia, Elizabete, Antonio Carlos, João, José Narciso , Antonio Assis e Bezeca.
Quis o destino que Noé Faceiro, parente do seu pai, ficasse viúvo e chamasse Ana Maria sua mãe, para cuidar dos filhos dele, muitos ainda pequenos.Mãe solteira que era, ela foi e levou consigo sua filha Maria do Carmo , que na época tinha por volta de sete anos de idade. Assim como sua mãe cuidou dos seus filhos, Noé Faceiro foi um verdadeiro pai para Maria do Carmo. Nunca fez distinção entre ela e os filhos de sangue, por isso considera também seus irmãos Antonia, Socorro, Blandina , Margarida, Alberto e José Noé ( filhos do primeiro casamento dele) , bem como Maria Eugênia, Maria Conceição, Rosália, Jurandir, Alberto, João Noé, Antenor, Paulo, Manu e Inês, do segundo casamento.
Foi nesse ambiente que D. Maria do Carmo cresceu, estudou, aprendeu a ler e escrever, e também corte e costura.
Moça bonita e prendada começou a flertar com um moço, classe média, natural de Porteira (CE), que veio prestar serviço em Tacaratu. Chamava-se João Matias dos Santos, era policial e bem mais velho que ela. Por causa disso a família não queria o namoro. Ela tinha apenas 15 anos, idade normal para se casar naquela época, mas ele tinha 29 anos. Além disso, era soldado uma função considerada de baixa categoria.
Acontece que ela apaixonada insistiu e a família acabou aceitando . Casaram-se em 1927. Da união nasceram cinco filhos: Gilberto, Heronides (falecido), Davino, Agmar (falecido) e Bernadete, adotou também Tereza como filha (falecida), todos nascidos em Tacaratu.
Em 1956 tiveram que mudar para Petrolândia, para onde Sr. João Matias fora transferido. Destacado para atuar na volante, em perseguição aos cangaceiros, foi atingido por uma bala que o deixou com uma perna defeituosa. Por isso, foi reformado ainda novo.
Impossibilitado para o trabalho, fazia versos e tocava tuba e bombardine na Sociedade Musical de Petrolândia. Mas o salário era pequeno e ela precisou dedicar-se á costura para ajudar o marido nas despesas da casa. Costurava à noite até altas horas, disposição nunca lhe faltou. Ainda em Tacaratu, mesmo com tanto filho para cuidar, casa e marido, não se furtou a ajudar uma vizinha prestes a parir. Vendo que não tinha ninguém para socorrer, D. Maria , mesmo sem nunca ter feito um parto, ofereceu ajuda. Foi sua primeira experiência como parteira e nunca mais parou. Depois disso passou a ser chamada a qualquer hora do dia ou da noite.
Ajudou a botar tanta criança no mundo que até perdeu a conta. Foram mais de mil. Pagamento? Só alegria de poder ajudar. No máximo, como agrado, uma galinha oferecida pelo feliz casal socorrido. Até Dr. Ely , da Fundação Sesp, vinha chamá-la quando uma das gestantes sob seu acompanhamento chegava a hora de parir. Ele orientava e ela, que era voluntária, já tinha no SESP uma maletinha com todo material necessário para fazer os partos.
Tempo depois é que foi contratada pela Prefeitura para atuar na Maternidade Santa Inês juntamente com Arlete, que também era parteira lá. As assistentes Umbelina, Maria Margarida, Dida de Belé, Nenem de Zezé, Afonsina de Aladino, Izabel, Ninô, Rufina e Neguinha de Maria Banha foram suas colegas de trabalho.
Passou por muitas dificuldades. Ficou viúva em 1972 e viveu a dor de sepultar três filhos durante sua longa vida. Dois de morte trágica. Primeiro Agmar , assassinado na cidade de Belmonte (PE), onde atuava como policial e depois Heronides , ambos aos 25 anos de idade.
Heronides havia servido o exército, mas antes foi seminarista. Tornou-se professor, disciplinário e fundador do Pelotão Especial do Ginásio Municipal de Petrolândia. Muito querido por os alunos e professores. Foi durante uma festa de formatura que ele ao pular do um baixo muro do Clube, após haver bebido, desequilibrou-se e bateu a cabeça no meio fio. Pensando não passar de uma simples queda, os amigos o levaram para casa achando que ele precisava apenas dormir. No dia seguinte sua mãe tentou acordá-lo , mas dos olhos rolou apenas uma lágrima. Foi levado para Paulo Afonso, mas constatado que sofrera uma hemorragia faleceu em poucas horas.
Não foi fácil vencer mais essa dor. Mas a vida seguiu sem ela nunca perder a serenidade e sem deixar de ser grata à Deus pelo dom da vida. Católica, Zeladora do Coração de Jesus, atribui à fé em Deus e à força da oração a graça de nunca ter morrido em suas mãos nenhuma mãe e nenhuma criança durante todos os anos de serviço como parteira, dom através do qual, aos 105 anos de idade, sente-se realizada por haver cumprido seu papel no mundo.
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