IDENTIFICAÇÃO Meu nome é William Graça Filho. Sou natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Nasci em 6 de maio de 1964, o ano da Revolução. FAMÍLIA Meu pai é William Graça e minha mãe Talia Fernandes Graça. Somos descendentes de portugueses por parte de pai e de mãe. Brinco que tem um lado dos índios de Mato Grosso, uma mistura de mato-grossense com português. Não conheci meus avôs paternos, mas tive a grande felicidade de conviver com meus avôs maternos até a minha adolescência. Eles eram de Mato Grosso e íamos pra lá sempre que estávamos de férias. Foi um relacionamento muito bom. Meu avô era militar reformado e minha avó, dona de casa. Eram 11 filhos e a casa estava sempre muito cheia, muito movimentada. Minha avó era bem dona de casa, fazia quitutes, comandava uma casa com 11 filhos. Depois foram chegando os netos. Meu pai era representante autônomo de uma empresa de calçados daqui do Estado de São Paulo e minha mãe cuidava da família. Tenho uma irmã e um irmão mais velhos; sou o caçula. Somos comerciantes nessa área de gastronomia de Campinas. Meus irmãos hoje têm restaurante em Campinas. COMÉRCIO E FAMÍLIA Eu tive dois casamentos. Comecei no comércio ainda solteiro. Quando me casei, minha primeira esposa se envolveu bastante nessa parte de restaurante, ela gostava. Até falei que ela era uma boa administradora, que era bem segura, gostava de marcar as coisas, tudo na ponta do lápis - o que já não é o meu caso. Tivemos uma parceria boa também nessa parte comercial. Aí meus filhos nasceram. Costumo dizer que minha filha foi criada dentro de restaurante, dentro do comércio. Meu filho também, mas minha filha até mais porque nós a levávamos. Eu tinha um restaurante que funcionava no período do almoço e, à noite, nós a levávamos dentro de um cesto. Era de casa para o restaurante e do restaurante para casa dentro de um cesto. Pegou gosto pelo comércio também. Hoje essa...
Continuar leituraIDENTIFICAÇÃO Meu nome é William Graça Filho. Sou natural de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Nasci em 6 de maio de 1964, o ano da Revolução. FAMÍLIA Meu pai é William Graça e minha mãe Talia Fernandes Graça. Somos descendentes de portugueses por parte de pai e de mãe. Brinco que tem um lado dos índios de Mato Grosso, uma mistura de mato-grossense com português. Não conheci meus avôs paternos, mas tive a grande felicidade de conviver com meus avôs maternos até a minha adolescência. Eles eram de Mato Grosso e íamos pra lá sempre que estávamos de férias. Foi um relacionamento muito bom. Meu avô era militar reformado e minha avó, dona de casa. Eram 11 filhos e a casa estava sempre muito cheia, muito movimentada. Minha avó era bem dona de casa, fazia quitutes, comandava uma casa com 11 filhos. Depois foram chegando os netos. Meu pai era representante autônomo de uma empresa de calçados daqui do Estado de São Paulo e minha mãe cuidava da família. Tenho uma irmã e um irmão mais velhos; sou o caçula. Somos comerciantes nessa área de gastronomia de Campinas. Meus irmãos hoje têm restaurante em Campinas. COMÉRCIO E FAMÍLIA Eu tive dois casamentos. Comecei no comércio ainda solteiro. Quando me casei, minha primeira esposa se envolveu bastante nessa parte de restaurante, ela gostava. Até falei que ela era uma boa administradora, que era bem segura, gostava de marcar as coisas, tudo na ponta do lápis - o que já não é o meu caso. Tivemos uma parceria boa também nessa parte comercial. Aí meus filhos nasceram. Costumo dizer que minha filha foi criada dentro de restaurante, dentro do comércio. Meu filho também, mas minha filha até mais porque nós a levávamos. Eu tinha um restaurante que funcionava no período do almoço e, à noite, nós a levávamos dentro de um cesto. Era de casa para o restaurante e do restaurante para casa dentro de um cesto. Pegou gosto pelo comércio também. Hoje essa minha filha está com 17 anos e me ajuda bastante no restaurante. Tem uma facilidade muito grande para enxergar as coisas de restaurante, o funcionamento, gosta bastante. Meu filho, hoje já com quase 15 anos, também já assumiu a parte do bar. Ele gosta de estar em contato, fazendo sucos, servindo as bebidas. Está bastante envolvido com a parte de restaurante. Hoje eu tenho o segundo casamento. Minha esposa também se envolveu bastante nessa parte. Ela é advogada, mas não está atuando tanto na área. Não está exercendo a advocacia e está me ajudando muito na parte de contatos, eventos, trazendo eventos escolares, eventos sociais para a fazenda. Está bastante envolvida com isso. MIGRAÇÃO Vim para Campinas na infância. Meu pai representava essa empresa de São Paulo em Mato Grosso e foi convidado a representar essa mesma empresa em São Paulo. Como a família dele era de Miranda, Mato Grosso, mas tinha mudado pra Campinas, ele aproveitou a oportunidade e veio também. Depois de certo tempo, aconteceu o inverso. Ele não estava mais nessa empresa e nós morávamos aqui em São Paulo, Campinas. Meu pai voltou a representar a mesma empresa, só que no Mato Grosso. Mas nós não voltamos pra lá, nos estabelecemos aqui em Campinas onde estamos até hoje. Quarenta anos em Campinas. Já me considero totalmente campineiro. Não teria como avaliar a mudança de cidade. Eu era muito pequeno, tinha três anos. A única mudança foi de fator climático. Campinas sempre teve um clima mais ameno, bem mais fresco. Mato Grosso sempre foi muito quente. O que eu lembro, o que eu trago na memória sobre essa mudança, é mais o fator climático. CIDADES / CAMPINAS / SP De Campinas eu posso falar bastante. Logo que viemos, meu pai comprou uma casa ali no Cambuí, onde minha mãe mora até hoje, na parte um pouco mais baixa ali do bairro já perto do Orozimbo Maia. Lembro que brincávamos na rua de carrinho de rolimã. Hoje é uma rua totalmente comercial. Campinas teve um crescimento fantástico. Gosto demais de Campinas e, por estar envolvido sempre com o comércio, acompanhei todas essas mudanças. Gosto de ver essas mudanças. Campinas começou com o Cambuí, ali onde temos morangos. Chegaram os prédios residenciais e foi mudando totalmente. As casas bonitas, antigas do Cambuí. A chegada dos apartamentos... Os prédios considerados hoje os melhores de Campinas estão no Cambuí. Toda essa mudança do Cambuí eu acompanhei. INFÂNCIA Nós brincávamos muito quando éramos crianças. Tínhamos muitas amizades ali no Cambuí. Em duas ou três quadras já havia dez, 15 moleques da mesma idade. Era futebol, pega ladrão na rua... Brincávamos próximo do Cambuí, naquela parte baixa do Orozimbo Maia. Hoje é um lado bem comercial da cidade. Havia o antigo morrão, um morro de argila natural que tinha uma nascente e que virava um “WetnWild” do Cambuí. Eram tobogãs de argila, uma região muito gostosa para brincar. A escola também era no bairro. Estudei no João Lourenço Rodrigues, no Cambuí. Eu ia e voltava a pé. Tinha muitos amigos. COMÉRCIO DE CAMPINAS Havia essas lojinhas de aviamentos, essas coisas. Minha mãe sempre gostou muito dessas costuras em casa. Tinha umas lojinhas ali no Cambuí, padarias. Tinha uma padaria onde é hoje a Massa Pura... Era a padaria de uma senhora já falecida. Tinha um supermercado no Orozimbo Maia. Foi a época em que começaram a chegar os primeiros supermercados ali na região. Acho que era o Jumbo-Eletro. Era isso que havia na redondeza. Meu pai viajava muito para o Mato Grosso e gostava de trazer muitos produtos de lá. Dia desses comentávamos em família que as compras antigamente eram mensais, de estoque. Hoje a gente compra pra dois, três dias. Mudou muito. Na região havia pequenos armazéns que tinham espaço, antes de chegarem os supermercados. Mas acho que logo entrou um supermercado na região. Minha família, meus parentes aqui de Campinas, não faziam compras em São Paulo, mas eu tinha uma tia de Mato Grosso que gostava muito de vir pra São Paulo fazer compras. Minha mãe, algumas vezes também ia, mas São Paulo não era muito nosso roteiro. O interior, sim. Os comércios mais tradicionais de Sousas são o Le Troquet, que é um dos pioneiros. Eu vim logo depois do Le Troquet, com o Casa Bonita - que não existe mais. Tem também uma pizzaria tradicional e antiga que é a República. Descendo mais um pouco para Sousas tem o Deck. Do lado rural de Sousas estou eu, o Floresta Park com a Casa da Fazenda. Aí já começamos a atravessar para o lado de Joaquim Egídio, onde começa o Belmonte Buffet, que também trabalha na área de entretenimento, lazer e ecoturismo. São muito bons. Hoje, na divisa entre uma cidade e outra, existe um restaurante muito bom, o Fogão Mineiro, que é do Pedrinho. Há um antigo lá em Sousas também, está à beira do riacho. Bem tradicional, muito antigo. Em Joaquim Egídio, os tradicionais são o Bar do Marcelino, o Bar do Durval. Atravessando um pouco mais Joaquim Egídio tem o Café Maritaca, o Vila Paraíso e o Estação Marupiara. Esses são os mais conhecidos, tradicionais, ali da região. Depois tem as fazendas. TRANSPORTE Sempre tivemos carro pras viagens. Meu pai sempre teve carros bons para viajar. Isso era gostoso. Íamos para o Mato Grosso sempre. Eram viagens muito boas. E também andávamos de trem. Para o Mato Grosso usávamos bastante o trem. Na época, o trem saía daqui de Campinas e ia para Bauru. Eu lembro que saía às quatro horas da tarde de Bauru e chegava em Campo Grande às oito horas da manhã do dia seguinte. Eram viagens em cabines. Meu pai comprava duas, três cabines e dividia as famílias. Era muito gostoso. Eram viagens marcantes. FORMAÇÃO Freqüentei acho que um dos colégios mais concorridos de Campinas, o Culto à Ciência. Na época, tinha que fazer exame de admissão para entrar na quinta série, que era a primeira série ginasial. Era uma escola muito boa, que hoje também está passando por restauro. É a escola onde estudou o Santos Dumont. Depois do Culto à Ciência fui pra uma escola no centro de Campinas, que chamava Ateneu. Acho que foi a última escola onde estudei antes de terminar o Segundo Grau. VOCAÇÃO PARA O COMÉRCIO Eu sempre gostei de comércio. Acho que sim. Eu sempre vou ter uma vida mais autônoma. Acho que meus pais sentiam que eu teria uma vida mais autônoma, não seguiria uma profissão. Sempre gostei de comércio mesmo. Comecei bem novo no comércio. Não fiz outros estudos porque havia isso. O que eu fiz foi datilografia, um curso que eu gostava. Fiz um pouco de violão e sempre gostei de fazer um pouco de canto. Eu cantava pra comunidade. Até hoje cantamos. Eu canto num coral. Na adolescência eu cantava num coral da Igreja Presbiteriana, dos jovens adolescentes. Eu tinha um relacionamento muito intenso com o pessoal da comunidade, da igreja, mas eu tinha também outro lado social, fora da igreja, e acho que sempre foi muito saudável ter os dois. ADOLESCÊNCIA Com a minha turma dos jovens adolescentes era sempre uma coisa meio regrada. Um dia tinha futebol, outro encontros à noite. Nós cantávamos, aos sábados e domingos nos reuníamos na casa de alguém do grupo. Com o pessoal da escola, lembro que na época havia alguns bailinhos de garagem... Eu também ia ao carnaval, alguns carnavais de clube. Teve aqui no Regatas de Campinas. Alguns anos eu fui, era super interessante. Acho que comecei a ir ao cinema depois dos 17, 18 anos. Não havia muito cinema. Eu não tinha muito acesso não. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL O primeiro comércio que eu tive em Campinas foi uma casa de sucos. Eu estive uma temporada nos Estados Unidos, depois que terminei o Segundo Grau, e lá começou meu interesse pela gastronomia. Numa de minhas vindas dos Estados Unidos, a primeira vez foi em 1986, montei uma casa de sucos em Campinas, chamava-se Sucos e Cia. Antes eu trabalhei em banco. Entrei num banco com 18 anos. Trabalhava no caixa, era uma responsabilidade grande. Eu estudava um pouco à noite. Fiz cursinho bem na flauta, já queria mesmo trabalhar. O negócio era trabalhar logo. Minha ida para os Estados Unidos começou em meados de 1984, numa conversa de clube. Eu e mais cinco amigos: "Vamos para os Estados Unidos, vamos para os Estados Unidos." E começamos a arrumar a documentação para ir. Dos seis que tentaram, quatro conseguiram o visto - porque já era difícil - e dois não. Eu era um dos quatro. Fomos direto para Denver, apenas com a indicação de uma pessoa que disse que Denver era uma cidade muito boa e tinha uma família lá que nos ajudaria, ajudaria brasileiros. Uma família que acolheria os quatro. Fomos em 1984 e eu permaneci lá até 1985. Quando meu pai faleceu, voltei. E foi nessa época, quando vim, que eu montei essa casa, Sucos e Cia. Fiquei um ano com ela, vendi e retornei para os Estados Unidos. Permaneci mais um ano lá. Nessa segunda volta, que já foi em 1987, montei meu primeiro restaurante aqui em Campinas, que chamava Strogonoff. Hoje meus irmãos administram o Strogonoff. Eles são os donos e eu fui para outro lado do comércio. Mas tive outros comércios, sempre gostei bastante de comércio. A casa de sucos foi... Minha mãe sempre fez uma esfiha muito boa, que eu considero a melhor esfiha ainda, e na época ela começou a fazer pra mim. Ela falou: "Filho, abre alguma coisa?" E disse: "Então vou pôr sucos". Na cidade havia uma loja de sucos, que existe ainda hoje. Eles são comerciantes antigos de Campinas. Chamava Sucão. E falei: "Eu vou montar uma casa de sucos no Cambuí e pôr a esfiha da minha mãe”. E realmente fez sucesso. Por oito meses foi um sucesso muito grande. Mas, uma vez conquistado, eu queria voltar para os Estados Unidos. Como voltei por causa do falecimento de meu pai, parecia que eu não tinha cumprido toda a minha meta lá. Embora eu estivesse satisfeito com o que montei aqui, queria voltar. Então voltei para os Estados Unidos. Isso foi no final de 1986. Fiquei mais seis meses lá, voltei pra montar o que seria um restaurante. Eu queria ter um restaurante. Nos Estados Unidos trabalhei nessa parte de atendimento, de garçom. Peguei experiência e começou meu gosto mesmo pela gastronomia. Voltamos - eu, meus irmãos e um dos amigos que tinha ido comigo para os Estados Unidos – e montamos o primeiro Strogonoff. Permaneci no Strogonoff com meus irmãos até 1998. Aí fui para Sousas, outro comércio, que foi o restaurante Casa Bonita. Fiquei nesse restaurante durante dez anos. Mas tive outros comércios em Campinas também. No começo do Strogonoff, tive uma oficina mecânica. Era uma oficina de preparação de motores de carro, uma oficina especial. Depois, em Sousas eu fiz o Casa Bonita e um outro que se chamava Café Luneta. Era bem na entrada de Sousas e hoje ainda tem uma construção que fizemos, de arquitetura bem diferenciada. Foi uma construção num barranco de um terreno. Está lá até hoje com outro comércio. Eu sempre tive interesse em fazer comércios, administrar por um tempo e passar para frente. Nesse período tive também uma pizzaria; chamava-se Timbó, muito antiga. Comprei essa pizzaria dos primeiros donos, reformei, fiquei com ela alguns meses e passei para frente. Na Norte-Sul tive também um bar. Essa foi uma idéia que trouxemos dos Estados Unidos: chamava Podium Sports Bar, um bar relacionado com temas esportivos. Tinha visto isso na Califórnia, em 1995, 1996, e achei muito interessante. Foi bom porque coincidiu com um projeto que a Brahma estava abrindo nessa época, o Brahma Sports Bar. Deu uma liga muito boa do lado comercial. Teve uma aceitação muito boa. Também tive outro restaurante no Cambuí, um pouco mais exclusivo, um pouco mais sofisticado, com a mesma marca do Strogonoff, que era um restaurante menor. Esse também foi um restaurante muito bom. Depois vendi para um comerciante de Campinas que também tinha restaurantes ali no centro de convivência e fez dele um restaurante espanhol. Como perdi meu pai, não tive auxílio pra coisa alguma. Minha mãe podia ajudar, mas dentro de casa. Acho que é uma coisa da minha natureza, de gostar de comércio, de gostar de conversar com clientes. Eu tenho facilidade pra isso e gosto de gastronomia, de alimentação, de entretenimento. Agora, esse trabalho novo, ambiental, é uma coisa que eu acredito muito. Eu acho que hoje as empresas que não tiverem esse lado socioambiental, não estiverem chegando nisso, vão estar fora. Eu passo muito por isso mesmo. Minha mãe fala que eu nunca vou parar. Mas eu acho que não. Eu sinto que estou bem realizado ali no Floresta Park. Estou fazendo o que tenho que fazer. Acho também que o tempo vai passando e a gente vai acalmando um pouquinho. Acho que é uma coisa também que a gente tem conosco... Eu, por exemplo, quando olhei a parte do restaurante, da Casa da Fazenda, é muito relacionada a coisas antigas, à história, à coisa de antigüidades, tenho facilidade para isso Parece que as coisas antigas me atraem, parece que vêm atrás de mim. Hoje tenho um acervo de peças antigas na Casa da Fazenda muito grande. Parece que a decoração vai se encaixando ali nessas antigüidades que eu tenho na fazenda. É um lado meu que gosto muito, dessas coisas antigas; a parte de antigüidades, de móveis. Eu gosto de peças de trem. Tenho um acervo relacionado a trem. E tenho muita coisa do café também: equipamento, peças... FLORESTA PARK Hoje eu tenho meu restaurante Casa da Fazenda já funcionando dentro do Floresta Park, que é um projeto meu como um todo. Estou pra inaugurar, junto com a fazenda, no espaço de eventos, que é dentro no Floresta Park. Já tenho uma sorveteria terceirizada, uma outra família que terceiriza o espaço da fazenda e tenho a parte do mini-sítio também, que é um projeto terceirizado com uma outra família lá de Souza; um rapaz com uma esposa que tomam conta dessa parte. É um projeto de ecoturismo, não socioambiental, mas um projeto ambiental junto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama. É um projeto que já está bem encaminhado. São criadouros conservacionistas com capacitação para soltura de novo na natureza. São animais apreendidos do tráfico pelo Ibama, animais machucados. Eu estou indo para a área de aves. Junto com um biólogo e uma faculdade de veterinária, vamos capacitar esses animais para soltá-los de novo lá na fazenda. Estou bastante otimista com o projeto, acreditando bastante. Vou enriquecer o parque para atividades de turismo e ecoturismo. Depois, com esse produto pronto, com esse espaço pronto, vou fazer o Bird Watching, uma programação que existe em alguns países de primeiro mundo que é olhar os pássaros de longe com binóculos. Não pode chegar perto. É um diferencial que eu teria no parque. Hoje o parque tem 10 alqueires. Cada alqueire tem 24 mil metros, então são 240 mil metros quadrados. É uma área grande. A primeira parte do parque é essa aí. Um projeto que eu já venho desenvolvendo há quatro anos, junto com a fazenda. A fazenda é a Fazenda São João. Um dos proprietários da fazenda está nesse projeto do Floresta Park, que é o Antonio Carlos Couto de Barros Filho. É uma família também de Campinas, quer dizer, eles são de São Paulo, mas moram em Campinas há muitos anos. Receberam muito bem esse projeto e estão bem satisfeitos, bem contentes com esse trabalho. Já estamos quase na fase de implantação dos viveiros. Toda essa parte de documentação já está quase pronta. Estou indo para o lado conservacionista, mais pra animais pra soltura. O comercial pode até criar, reproduzir, mas é outro trabalho. A soltura é no habitat natural. Nós estamos numa região considerada Mata Atlântica, 250 quilômetros do mar. São animais da região, animais de Mata Atlântica, aves. Estou indo para a parte de aves. Animais silvestres, mais aves. Todos os animais aqui da região, que já existem na região, estão catalogados. Assim, o que o Ibama conseguir apreender e trazer está dentro das características do habitat dele, onde ele vive. ECOTURISMO Quando montei o parque foquei numa atividade bem específica de bicicleta, que é o free ride downhill. São bicicletas que vão morro abaixo com alguns obstáculos. Downhill é o morro abaixo. O free ride é morro abaixo, mas com alguns obstáculos de rampas. Esse foi um dos focos do ecoturismo. Hoje eliminei um pouco a parte de pistas. Tenho bicicletas, mas sem as pistas. As pistas foram criadas, mas não tive grande sucesso com elas até por falta de uma parceria com alguma empresa especializada no ramo de bicicletas, que não era o meu caso. Eu não queria administrar essa área. Tinha muitos problemas com a parte civil, de responsabilidade civil do parque, porque é um esporte em que os riscos são muito grandes, muito altos. São bicicletas que descem em alta velocidade e há muitos acidentes mesmo. Hoje há projetos no Canadá, nos Estados Unidos, projetos fantásticos. Num projeto desses, num parque do Canadá, há dias em que 2 mil bicicletas descem ao mesmo tempo. Eles usam muitos parques na época do degelo. Eles usam parques de esqui na montanha para o free ride, para o downhill. Nos Estados Unidos e no Canadá funciona muito bem. Só que lá é cobrada entrada, tem taxas altas de seguro, então tudo funciona. Aqui, não consegui legalizar, regularizar isso. E a parte de acidentes é muito grande. Para ter isso é preciso manter uma ambulância no local e o custo ficava inviável. Então desisti. O ecoturismo com bicicletas foi um pouco abandonado. Hoje tenho bicicletas, mas na modalidade tradicional, o cross-country, que é andar no campo só em longas trilhas. Isso existe e eu faço lá na fazenda até com certa regularidade. Optei pelo a o arvorismo. Estou começando com arvorismo na fazenda. Eu tenho os trajetos, as pistas. São trajetos suspensos. Você entra na copa das árvores, com segurança, vai fazendo os trajetos e termina sempre numa tirolesa, que é descer na cadeirinha. Despenca morro abaixo, mas com freio. Embaixo, no final, tem um freio. Essa tirolesa que tenho na fazenda é bastante divertida, é bem aproveitada por jovens. As pessoas gostam bastante. O que eu trabalho bastante são as caminhadas. Fazemos muitas caminhadas com empresas dentro da fazenda. Vêm empresas, tomam café da manhã e saem para as caminhadas. Há um professor que faz alongamento, monitorado, tudo dentro da fazenda, com trilhas internas de três a 12 quilômetros. Depende da proposta da pessoa que está contratando... Graus de dificuldade mais leves, mais fortes. E trabalho com turismo escolar. Como há a mata ciliar por onde passa um riacho, além do lazer há o lado pedagógico também. Hoje se fala muito de água, de reflorestamento, de erosão. Tenho tema para cada série que estamos trabalhando - da primeira a quarta série. Temos sempre um lado pedagógico que atende também ao currículo escolar que está sendo trabalhado nas escolas da primeira à quarta série. Eu tenho já formatados alguns produtos para cada série escolar. Abro regularmente aos sábados, domingos e feriados, faça chuva ou faça sol. Como estou na área rural, onde há hoje 2 quilômetros de terra, faça chuva ou faça sol, eu abro aos sábados, domingos e feriados. A partir das oito e meia eu atendo regularmente. Começo com o café da manhã, que vai até às 11 e 45. De meio-dia e trinta às 15 e 30, o almoço. Depois essa área de lazer funciona junto com o restaurante. Até às 18 horas o parque está aberto. E tem a sorveteria também. É aberto ao público regularmente. Peço que façam reservas caso tenham mesas superiores a dez pessoas, para que quando cheguem já tenham lugar reservado. Mas estamos abertos faça chuva ou faça sol. Hoje eu não cobro para entrar no parque e cada atividade tem um preço: o café da manhã é um preço, o almoço outro, o passeio a cavalo, o pesque e solte, a tirolesa. Nós temos uma comanda interna. A pessoa anda com a comanda, o responsável por cada área anota os gastos e um caixa central, que ainda é o caixa do restaurante, fecha tudo. FUNCIONÁRIOS O número de funcionários fixos, que trabalham comigo, são quatro. Contando com a mão-de-obra que fica na fazenda, lá no sítio mesmo, são quatro. E há os oscilantes, que são os extras que trabalham nos finais de semana. Eu já tenho uma carteira de alguns que trabalharam comigo há muitos anos. Nosso grupo de trabalho nos finais de semana é na faixa de dez a 12 funcionários. COMÉRCIO DE CAMPINAS Ali onde estou é uma região bem rural e o comércio de Sousas contribui muito pouco. Sousas hoje é um distrito de Campinas, uma cidade dormitório como se diz. É uma região só de condomínios fechados. Até que existe um comércio próprio, mas não faz diferença para o meu comércio não. Para mim não agrega não. Hoje já tem uns 20% de turismo que é de fora da região metropolitana de Campinas. Por volta de 10 a 15% já deve ser do pessoal de São Paulo, capital, e também de Campinas. O restante seria Campinas e região mesmo. Eu sou o presidente da associação de Sousas e Joaquim Egídio, que se chama Associação dos Dirigentes de Estabelecimentos de Gastronomia de Sousas e Joaquim Egídio, Adegas. É uma associação de dirigentes de estabelecimentos de gastronomia. Hoje a região é muito forte na gastronomia. É um referencial. Nessa associação temos hoje por volta de 35 a 40 associados. Só como restaurantes e bares e restaurantes. Hoje há um trabalho nosso junto com a Secretaria de Turismo de Campinas, de roteiros de turismo de fazendas. Um roteiro que está sendo desenvolvido junto com as fazendas e eu estou nesse roteiro, me incluo nele. É um trabalho já de alguns anos junto à prefeitura e agora estamos em fase de implantação desse roteiro de turismo rural aqui na região. ROTEIRO RURAL Esse roteiro rural envolve a parte cultural, sem dúvida. As fazendas da região são anteriores ao auge do café. Sousas e Joaquim Egídio viveram o auge do café. Foi uma região muito cafeeira. Acho que quase todas as fazendas da região eram muito fortes nisso. De modo que o roteiro abrange isso. Há algumas fazendas hoje que já recebem esse turismo rural, já têm o receptivo. Eu estou dentro dessas fazendas também. Uma delas é uma fazenda histórica maravilhosa, inteirinha restaurada. Vale a pena ser conhecida. Eles também têm restaurantes na fazenda. Há outra fazenda histórica aberta. Tem a Santa Maria, tem a Casa da Fazenda. Acho que a Fazenda das Cabras também é aberta ao público. É uma que está abrindo agora para esse turismo. É muito bonita. Mas a região toda, mesmo que se passe por fora, já tem um roteiro de estradas vicinais que passam por essas fazendas. Uma das fazendas da região é Fazenda Gariroba. É até conhecida. A Adriana Galisteu ficou por lá para escrever o livro do Ayrton Senna, “O Caminho das Borboletas”. O Caminho das Borboletas é aqui na nossa região, passa-se de bicicleta por uma estradinha onde a mata é fechada e ali é a região das borboletas. Você passa e as borboletas saem. Que lindo É nossa região. Essa Fazenda Gariroba tem campo de golfe, que eles chamam de eighteen holes, com 18 buracos. É um campo de golfe profissional. Acho que um dos únicos da região ou até do Estado de São Paulo. Eu sou suspeito para falar, gosto demais daqui. Nós temos também três hidrelétricas pequenas na região: a Usina Macaco Branco, a Usina Jaguari e a Usina Salto Grande. Duas são do rio Atibaia, uma do rio Jaguari. São usinas com turbinas da GE, antigas demais. Algumas delas é possível visitar marcando com antecedência. São construções antigas, aquelas construções inglesas de usina, com todas as turbinas importadas, muito bem conservadas pelas companhias que exploram, a CPFL [Companhia Paulista de Força e Luz] e não sei mais qual. Muito bem conservadas. É uma região de turismo cultural, de turismo de natureza, muito privilegiada. Nós temos picos altos de serras, na região de Sousas e Joaquim Egídio, de onde se vê Itatiba, Paulínia, alguns lugares altos super bonitos e acessíveis a todos. É só vir e conhecer a região. Estamos desenvolvendo um trabalho em conjunto com a Secretaria de Turismo, a Adegas, que é a nossa associação, e a Faculdade de Turismo da PUC. É um trabalho compartilhado em que haverá monitores fazendo um roteiro que sai do centro de Sousas, uma praça que estamos inaugurando que será o centro de informações e turismo de Sousas e Joaquim Egídio. É um projeto já de alguns anos também para conquistar esse espaço. Em Sousas temos o que seria um trabalho até em comunidade: um rapaz de lá tem uma jardineira, na verdade um daqueles ônibus americanos amarelos, o school bus, que tem uma estrutura muito forte, quase de caminhão, que pode andar pelas fazendas. Isso já acontece. Não regularmente, mas em alguns eventos ele já faz isso, já tem um roteiro. Então teríamos esse turismo de fazenda com monitores sim. Mas um trabalho compartilhado entre uma associação, a prefeitura, a Secretaria de Turismo e Faculdade de Turismo da PUC aqui de Campinas. Temos também a parte histórica. Esses alunos e monitores da PUC estão sendo preparados para falar do centro histórico de Sousas. Sousas tem um centro histórico, como Joaquim Egídio também. E já tem uma matéria que fala sobre esses... Há as igrejas, que são bem antigas. Nós temos uma parte de patrimônio. Há umas construções... Acredito que hoje todo o centro histórico de Sousas e Joaquim Egídio já foi tombado. Assim, na região temos matas tombadas e também o centro histórico de Sousas. Eu sei que a Revolução de 1932 passou muito na região. Eu já ouvi histórias de uns antigos que contam essa parte da Revolução de 1932, que o Exército de São Paulo derrubou a ponte que passa entre Sousas e Joaquim Egídio para o Exército de Minas não avançar muito. Há muitas histórias da região sim. FLORESTA PARK Gosto de trabalhar bastante com empresas, casamentos, famílias, esse tipo de trabalho. Agora estou orçando um churrasco para mil e 500 pessoas. É bastante trabalho, uma coisa bem grande e é uma empresa de São Paulo. São Paulo tem uma procura muito grande por espaços na área rural, um espaço grande. E eu também tenho acreditado bastante nesse mercado de São Paulo. O Floresta Park fica a menos de 120 quilômetros de São Paulo e por isso já é considerado turismo de um dia - um lugar onde dá para ir e voltar no mesmo dia - que eu não tenho ainda. Meu projeto é ter lá acomodações de chalés. Já tenho dois prontos, mas estão parados. Quando tiver entre oito e dez, começo a operar também como pousada, uma pequena pousada. Para o turismo de um dia eu tenho até focado um pouco no público paulistano. Estou indo atrás pra fazer algumas divulgações em São Paulo. O casamento na fazenda é lindo. Acho que o casamento na fazenda vai muito bem de dia. No final da tarde também fica super lindo. Eu mesmo casei de novo, agora em maio, na fazenda. Meu segundo casamento. Casei de dia e é muito acolhedor. Foi em maio, estava muito lindo. Do entardecer para o anoitecer é muito bonito em fazenda. Eu gosto bastante. Eu tenho bastante procura para casamentos de dia, na hora do almoço. Eu vejo que hoje o foco lá na fazenda são os casamentos. Não muito grandes. Menores, de 70 a cem pessoas. Temos bastante procura para esse número de pessoas. Eu acho que minha melhor divulgação são as pessoas que já estão dentro do meu estabelecimento, digamos assim. Eu procuro tirar o máximo que posso das pessoas que estão lá dentro e assim consigo ter um retorno depois: a pessoa volta ou está lá programando alguma coisa. Todo mundo que vai lá ou tem uma empresa, ou trabalha, faz alguma coisa, está pensando em casar. Se a gente que está lá dentro oferece... É assim que tenho conseguido laçar as pessoas, comercialmente falando. As crianças, que também trazem os pais. A gente sabe que os pais vão onde as crianças querem ir. Também a parte dos animais, dos bichinhos, do playground para pequenininhos, uma coisa bem rural. As crianças vão e descobrem isso. Saem um pouco dessa coisa de consumo, computador, shopping e começam a querer voltar. Eu tenho essa parte dos animais... Passeio a cavalo, a tirolesa. Agrada demais a criançada. Agrada muito. E está bem próximo à região central de Campinas. Dentre os projetos, o do salão de eventos está praticamente pronto. Um salão para eventos maiores, uma área coberta e uma área externa. Está já em fase de inauguração. Acho que para o final de novembro estaríamos inaugurando essa parte do salão de eventos. A pousada, acredito que a partir do final do ano que vem, consiga dar início a essa nova fase de hotelaria, podendo receber as pessoas lá. Gosto muito dessas atividades no campo caminhada, trekking. Esse é um trabalho que não tenho desenvolvido muito ainda, mas é um projeto que tenho e gosto. São provas de aventura, são desafios. Eu, agora tenho um novo desafio, que criei para uma escola. Uma gincana entre cem alunos. Formamos quatro grupos de 25 com quatro monitores para cada grupo. Eles tinham que sair de dentro de uma pequena mata ciliar com reflorestamento de eucalipto e com uma certa direção. Tinham que saber contar passos e achar a direção a partir de um início, de uma bússola. Uma coisa bem superficial, mas já com certa orientação para navegação com bússola. Para saber se locomover com uma bússola. Esse é um dos produtos que eu tenho, que gosto de fazer, de passar pras escolas. Essa parte de atividade rural, mais esportiva, é um projeto que eu quero dar continuidade e estar sempre fazendo. Tem muitas coisas novas. Fiz também um trabalho - foi à noite - de direcionamento através das estrelas. Um rapaz do Exército deu um curso lá que é muito interessante. Tem muita coisa para se fazer nessa área, que é bem gostosa, bem diferente. DESAFIOS Uma vez, montei uma padaria na Bahia. Foi muito difícil para mim. Financeiramente, como realização profissional. Eu achava que tinha que dar certo e queria que desse. Saí daqui, levei meus filhos e montei uma padaria no Arraial DAjuda, ao lado de Porto Seguro e sofri. Sofri bastante. Não conseguia montar equipe, não conseguia ter as coisas. É tudo mais difícil, é tudo mais complicado em termos de abastecimento. Hoje, aqui, você tem grandes atacadistas ao seu lado. Lá não tem nada. Você tem que ter uma estrutura grande para sobreviver. Não é fácil. Eu montei uma padaria padrão bom de Campinas e levei para o Arraial DAjuda. A mudança saiu toda daqui, de Campinas, levando todos os equipamentos, levando tudo para lá, a montagem toda. Levei padeiros daqui de São Paulo. Levei padeiro, confeiteiro, tudo daqui para lá. Uma estrutura grande. Essa foi difícil. Fiquei um ano e meio. Voltei com a dívida. Ficou muita coisa para lá, eu voltei com a dívida. Não foi fácil não. Foi uma fase difícil. SEGREDOS Acho que a primeira coisa é gostar realmente do que faz. Eu gosto muito do que faço em termos de restaurante, gastronomia. E eu acho que tem que haver mudanças, tem sempre que acompanhar as mudanças, as tendências e sempre acreditando mesmo no que faz. Eu acredito que isso é o feeling, o feeling de cada um, o que cada um sente para pôr no seu próprio comércio, no seu próprio empreendimento. E gostar de pessoas. Eu gosto muito de pessoas. Acho que nesse ramo meu tem que gostar de pessoas. Se não gostar de pessoas... Vejo mais ou menos por aí. FORMAS DE PAGAMENTO Pagamento é a dinheiro, cheque e cartão Visa. Tenho uma parceria com a Visa já há alguns anos e trabalhamos com Visa Electron e Visa Crédito também. São as formas de pagamento. Inadimplência quase zero. Não tenho muito do que me queixar, de forma alguma. CLIENTES O visitante pode ir lá só pra fazer a tirolesa, isso pode. Eu não deixo entrar alimentos de fora na área do parque. Não tenho nenhuma fiscalização, mas não é permitido. O que mais atrapalha é o fator climático. Quando chove há o fator de ter dois quilômetros de terra. Não é barro, que é ali é uma região de saibro. Nossa região tem bastante saibro e a prefeitura ali mantém as estradas boas. O fator climático é o que mais atrapalha hoje no comércio rural. Porque atinge a todos. PROMOÇÕES Faço promoções. Tem a divulgação por material gráfico. Eu gosto um pouco de material gráfico. Tenho sempre comigo e deixo o material pessoalmente sempre que posso. Acho que na rua não funcionaria, não gosto. Já eu mesmo entregando... Gosto de ter o material gráfico. Alguma coisa de outdoor. Tenho dois pontos fixos: um em Sousas é fixo e um outro na cidade que é itinerante, com lonas. Isso eu tenho, eu gosto. Acho que me ajuda bastante. Agora estou fechando com uma assessoria de imprensa um trabalho de três meses para ver como será o resultado. Já fiz isso com outros comércios e gosto bastante. Acho que uma assessoria de imprensa funciona bem. Faço as promoções não regularmente, mas faço. No momento estou sem nenhuma promoção, mas sempre tenho alguma coisa assim. Eu fiz café da manhã mais o almoço. Dava quase 20%. Dezesseis ou 17% de desconto pra quem fazia o café da manhã e o almoço. Mas acabou não sendo uma estratégia boa porque o café da manhã é muito bom, muito farto, e as pessoas não ficam para o almoço. Não estava dando certo. As pessoas fechavam comigo, mas chegava lá falavam: "Ah, mas não dá para ficar para o almoço, porque nós comemos demais aqui". Então não foi uma estratégia boa. Eu fiz algumas de tirolesa, dando algumas tirolesas grátis. Isso foi interessante, preciso voltar a fazer. Quando dou também algumas pescas grátis sempre ajuda. Algum tipo de promoção sempre dá. Eu uso muito nosso mailing que é eletrônico. Isso é uma forma de estar divulgando. CIDADES / CAMPINAS / SP Pelo tempo que vivo aqui, que conheço, eu mais ou menos divido Campinas: da Anhangüera pra lá, a Anhangüera cortando, é uma Campinas; da Anhangüera pra cá, acho que seria um outro lado de Campinas, um lado mais privilegiado em termos de moradia, comércio, de região. Mas Campinas hoje é um pólo turístico. Acho que em termos de turismo de negócios está entre os maiores do Brasil, perde pra poucas cidades. Aqui o turismo de negócios é muito forte. As faculdades são as melhores. Eu sou muito suspeito para falar. Campinas é uma cidade muito boa, muito estruturada, muito sólida. Tem de tudo. Tudo que se lança em termos de Brasil, Campinas é uma das primeiras cidades a receber as novidades. Campinas é uma cidade que tem de tudo, hoje, de tudo. Estamos começando no ecoturismo. Como é o começo de um trabalho que eu também começo junto, acho que está acontecendo. Não estamos parados, estagnados. Está andando. Hoje eu tenho um contato bem estreito com a prefeitura, na Secretaria de Turismo. Sinto que a Secretaria de Turismo está muito interessada, está realmente acreditando nessa... Onde estou é o foco de nossa região e por isso também acredito muito. Hoje os olhos da Secretaria de Turismo de Campinas estão muito voltados para essa nossa região de Sousas e Joaquim Egídio, para o ecoturismo. E nós somos os pioneiros, tanto o Belmonte, que está até na minha frente, como agora o Floresta Park. Somos os pioneiros nessa área de ecoturismo. E há hoje em Campinas empresas prestadoras de serviços - como a Pisa trekking, a Ecoventure - especializadas em ecoturismo de Campinas e região. Tem aquele outro hotel, Solar das Andorinhas, que tem o arvorismo. O arvorismo deles é muito grande, acho que é o maior da região, tem sempre muitas pessoas praticando. Estamos começando um projeto aqui em Sousas de bóia cross, usando o rio Atibaia que corta Sousas. Tudo ecoturismo. Está acontecendo. MEMÓRIAS DO COMÉRCIO DE CAMPINAS Eu acho essa proposta do Sesc fantástica Eu fico até muito honrado de poder participar desse projeto. Eu até estava conversando com um amigo meu, que também é comerciante aqui de Campinas, bem bom, e quando falei do Sesc ele disse assim: "Poxa, você sabe que uma das coisas sérias que o Brasil tem é esse negócio do Sesc.” E ele está envolvido com alguma coisa do Sesc na região do litoral, Santos, Guarujá, Bertioga. Ele comentou isso, da seriedade do Sesc. Campinas tem comerciantes de muito sucesso, que fizeram história no Brasil. Acho esse um trabalho fantástico, fantástico, memórias do comerciante, achei um tema muito lindo Eu tenho que agradecer a vocês. Acho que deu para falar bastante coisa da minha vida, dos sucessos. Acredito que tivemos bastante sucesso em minha família. Trabalhamos muitos anos, eu e meus irmãos, juntos. Aprendemos bastante coisa do comércio. Depois nos separamos comercialmente. Eu tive uma carreira mais solo no comércio, meus irmãos continuam juntos. Hoje estamos de novo num outro projeto juntos, que é a parte de buffet, de atender como restaurante mesmo, mas em buffets, indo até os locais, fazendo mais essa parte. Agradeço a vocês a oportunidade.
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