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História
Por: , 16 de abril de 2014

Como os brigadeiros de Sônia salvaram a faculdade de seu filho

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Como os brigadeiros de Sônia salvaram a faculdade de seu filho

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Meu nome é Sônia Gonçalves Claro dos Santos, nasci em São José dos Campos em dezenove de agosto de1965. A minha mãe era do lar e o meu pai era mecânico. O que mais me lembro da infância é meu pai levando a gente pro parquinho, deixando a gente se divertindo e indo jogar a bolinha dele, que era sagrado, todo sábado e domingo. Eu era boa de pular corda, e pular muro, nossa, viver nas alturas é especial pra gente mesmo.

Eu vim pra Rio Claro logo que eu fiquei viúva. O meu filho largou os estudos pra poder batalhar. Como a gente pagava aluguel lá e a firma pagava aqui pra ele, viemos pra cá pra ficar todo mundo unido, pela união da família, a gente tava sentindo muito a ausência dele. Quando chegou aqui, ele trabalhando, a gente morando, ele: “Mãe... aqui tem uma UNESP e eu queria estudar”... O sonho dele sempre foi fazer faculdade. “A mãe ajuda então, vamos lá.” Ele pegou os livros, chegava tarde do serviço, começou a estudar e foi indo, foi indo... Eu já meio assim, cabreira, porque eu pensei numa faculdade à noite. Ele falou: “Não, mãe, o que eu quero fazer não tem à noite, é período integral”, eu: “Mas é seu sonho?”, ele: “É, mãe, eu preciso disso pra garantir também o seu futuro, o do [sobrinho] Cauã e da [irmã] Ta”, Ele chegava da gerência da loja, e ficava estudando à noite, sozinho, eu falava: “Ai, meu Deus, coitado do meu filho, estudando sem cursinho, enquanto os outros têm cursinho particular, tudo”. Mas eu nunca desincentivei, levantava de madrugada, levava copinho de leite e ficava rezando pra que desse certo. Quando chegou no final do ano ele fez a prova, passou na primeira fase, eu já fiquei assim: “Vichi”, porque eu fiquei preocupada, sabia que ia terminar ele não podendo trabalhar. Aí ele fez a segunda prova... primeira lista não saiu, “Nossa”, aí eu fiquei meio chateada, ao mesmo tempo fiquei um pouco despreocupada, porque eu falei: “Não, pelo menos, se não der...

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Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128.976 Whirlpool

Depoimento de Sônia Gonçalves Claro dos Santos

Entrevistada por Márcia Trezza

Rio Claro, 16/04/2014

Realização Museu da Pessoa

WHLP_HV007_Sônia Gonçalves Claro dos Santos

Transcrito por Claudia Lucena

P/1 – Sônia, nós vamos começar a entrevista, fala o seu nome completo.

R – Meu nome é Sônia Gonçalves Claro dos Santos.

P/1 – Você nasceu onde?

R – São José dos Campos.

P/1 – Que data você nasceu?

R – Dezenove de agosto de1965.

P/1 – Qual o nome dos seus pais?

R – O meu pai é Gilberto Gonçalves Pereira, minha mãe Dominga dos Santos Pereira.

P/1 – Eles trabalhavam em quê?

R – A minha mãe era do lar e o meu pai era mecânico.

P/1 – Mecânico, ele consertava o quê?

R – Era mecânico de autos, ele trabalhou muitos anos numa empresa chamada Matarazzo. Depois a firma fechou e ele montou uma oficina própria em casa mesmo.

P/1 – Que lembrança você tem do seu pai?

R – São as melhores possíveis, embora uma educação rígida que ele dava pra gente na época, e ele fazia coisas assim, era um pai excelente.

P/1 – Que coisas?

R – Tipo de educar até ser amigo mesmo da gente, né? Pra ele filho e família era, não tinha coisa melhor pra ele que a família e os filhos, trabalhou muito, muito, porque foi uma época muito difícil pra gente. A gente tinha um irmão muito doente, tinha problema no pulmão, era tuberculoso, então o meu pai trabalhava de manhã, de tarde, de noite, não tinha o que ele não fizesse pra manter a vida dos filhos e a família, que era um tempo bem difícil mesmo.

P/1 – Em quantos irmãos vocês são?

R – A gente era em cinco irmãos, e, assim, um atrás do outro, então não tinha tempo mesmo pra ele respirar mesmo, né? Minha mãe, numa época também, ajudou muito, minha mãe lavava roupa pra fora pra poder ajudar em casa, mas, embora tudo fosse difícil, eu não me lembro de ter faltado nada pra, que fosse,...

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Título: Como os brigadeiros de Sônia salvaram a faculdade de seu filho

Data: 16 de abril de 2014

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro / Rio Claro

Transcritor: Claudia Lucena

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