Desde sempre gostei de ouvir histórias da minha avó, de minhas tias e tios, me contando como era ‘lá antigamente’. Concluí o curso de História no ano de 1996, logo me casei e continuei trabalhando na Prefeitura de Penápolis (SP). No ano de 1998, surgiu uma oportunidade nova de emprego para o meu marido em outra cidade, e lá seguimos, eu, ele e meu filho mais velho que na época era recém-nascido.
Na nova cidade descobri um museu, era a casa, com uma coleção do morador, um dos fundadores da cidade, um museu particular; o qual sempre visitava. Havia na cidade também um Seminário, lugar lindo e repleto de história. Na cidade próxima também passei a freqüentar os museus, não só porque gostava, mas também para não me sentir tão só.
Em 2000 retornamos para minha cidade e consegui algumas aulas no Estado, como professora eventual. Adorava o que fazia, sempre levava meus alunos para visitarem os museus da cidade. No ano seguinte fiquei grávida, só que dessa vez tive um problema e precisei ficar dois meses de repouso, perdi todas minhas aulas e voltei para o zero na minha vida profissional.
Quando estava com oito meses de gravidez, fui convidada a voltar para o quadro de servidores da Prefeitura, o qual estava afastada desde 1998, para assumir a direção do Museu Histórico. Fiquei feliz, assustada e animada para o desafio. O Museu Histórico tinha acabado de ser “municipalizado” e a saída da antiga diretora não tinha agradado muito os funcionários, os quais me receberam com distanciamento. O Museu estava instalado num prédio bem precário e totalmente desmontado, uma das funcionárias, começou a refazer a exposição como se eu não existisse, fui ajudá-la e quebrei uma louça do acervo. Nossa... ainda bem que logo precisei sair para ter o bebê. Na minha cabeça pediria para sair do museu e tentar voltar para a sala de aula.
Um mês se passou e fui ficando com uma saudade, mesmo de licença não me afastei...
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Desde sempre gostei de ouvir histórias da minha avó, de minhas tias e tios, me contando como era ‘lá antigamente’. Concluí o curso de História no ano de 1996, logo me casei e continuei trabalhando na Prefeitura de Penápolis (SP). No ano de 1998, surgiu uma oportunidade nova de emprego para o meu marido em outra cidade, e lá seguimos, eu, ele e meu filho mais velho que na época era recém-nascido.
Na nova cidade descobri um museu, era a casa, com uma coleção do morador, um dos fundadores da cidade, um museu particular; o qual sempre visitava. Havia na cidade também um Seminário, lugar lindo e repleto de história. Na cidade próxima também passei a freqüentar os museus, não só porque gostava, mas também para não me sentir tão só.
Em 2000 retornamos para minha cidade e consegui algumas aulas no Estado, como professora eventual. Adorava o que fazia, sempre levava meus alunos para visitarem os museus da cidade. No ano seguinte fiquei grávida, só que dessa vez tive um problema e precisei ficar dois meses de repouso, perdi todas minhas aulas e voltei para o zero na minha vida profissional.
Quando estava com oito meses de gravidez, fui convidada a voltar para o quadro de servidores da Prefeitura, o qual estava afastada desde 1998, para assumir a direção do Museu Histórico. Fiquei feliz, assustada e animada para o desafio. O Museu Histórico tinha acabado de ser “municipalizado” e a saída da antiga diretora não tinha agradado muito os funcionários, os quais me receberam com distanciamento. O Museu estava instalado num prédio bem precário e totalmente desmontado, uma das funcionárias, começou a refazer a exposição como se eu não existisse, fui ajudá-la e quebrei uma louça do acervo. Nossa... ainda bem que logo precisei sair para ter o bebê. Na minha cabeça pediria para sair do museu e tentar voltar para a sala de aula.
Um mês se passou e fui ficando com uma saudade, mesmo de licença não me afastei totalmente. Voltei, e meu bebê sempre estava comigo porque o amamentava e meu filho mais velho também, ‘falavam o Museu da minha mãe’!!! E eu, o Museu é do povo. Fui ficando, ficando, tivemos que mudar de espaço várias vezes já que os espaços destinados para o Museu sempre eram precários, o que colocava o acervo em risco, vários funcionários também passaram por lá, já que não existe um quadro fixo, e assim, comecei a militar na área. Infelizmente ou felizmente alguns claro, profissionais da área cultural são militantes, e os de museu então são contaminados por alguma coisa que não sei o que é, mas que se apaixonam...
Hoje (2016) ainda estou no Museu, apesar de várias conquistas, prédio próprio (antigo Paço Municipal construído em 1930), projeto expográfico, de iluminação, digitalização do acervo documental, fotográfico e fonográfico (depoimentos), cursos de formação, entre outros, conquistamos uma das coisas mais importantes para um Museu se manter vivo, que é o reconhecimento da comunidade na qual ele está inserido. A luta não é fácil, muitas vezes nos desanima, mas aí vem aquela ‘coisa’ que me contaminou e que é bem forte e te assanha novamente. Quanto tempo mais vou ficar, não sei, porque quando se trabalha no setor público, não sabemos o que pode acontecer, mas a população hoje sabe o que não pode acontecer com os Museus.
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