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História
Por: Museu da Pessoa, 10 de maio de 2018

Como a Lua: cheia de fases

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Como a Lua: cheia de fases

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Antes, o cabelo crespo não era bonito. Quando eu estava passando pela transição, minha mãe não gostou muito. Hoje ela gosta, mas antes ela falava: “já para a sala alisar esse cabelo”. Comecei a alisar cedo. Tem uma cena muito engraçada na minha memória: eu estava no jardim de infância e tinha feito um relaxamento para abaixar a raiz. Eu estava me achando com aquele cabelo! Pequenininha, era uma comédia. Aí, brincando, um menino veio e colocou a mão no meu cabelo e eu falei: "Não encosta no meu cabelo porque eu acabei de alisar!" E isso marcou porque as professoras brincavam: "Ela com esse cabelo não sossega!"

No colégio, quantas pessoas tinham o cabelo crespo? Sei lá, eu e mais uma; eu e mais duas. Liga a televisão, pega a Barbie: qual brinquedo tem cabelo crespo? Nenhum. Aí eu comecei a querer ter o cabelo alisado. Por muitos anos.

Foi de uma hora para outra que eu voltei pro crespo. Eu nunca pensei que eu fosse ter coragem. Porque eu lembro que na faculdade – eu estudava na UERJ – tinham vários movimentos que faziam isso e eu falava: "Eu me sinto tão bem com o meu cabelo alisado que não tem necessidade". Eu não sou menos negra por não ter meu cabelo crespo, não é? Aquilo, para mim, é muito forte. Mas depois eu não sei de onde saiu essa força que eu estava começando a ter um outro trabalho. Eu estava enrolando – eu nunca gostei do meu cabelo liso, chapado – eu dava uma enrolada nele. Falei: "Vou parar. Vamos ver se eu vou aguentar". E está até hoje. De uma hora para outra, passaram-se os três meses que eu fazia progressiva; não fiz mais.

Ser mulher e ser negra é muito complicado. Ainda mais aqui no Rio de Janeiro. Porque há uma supervalorização do corpo, então você se sente um pedaço de carne que a qualquer momento vai ser devorada, sem dúvidas. Sendo universitária, também. Ainda mais no antro em que você vive, de discussão, de formulação de ideias. Então, muita gente fala...

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Raízes

Eu sempre gostei de fazer pose! Essa é a última foto em que o meu cabelo ainda está natural, sem química.

período: Ano 1999
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Doce lembrança

Aniversário de dois anos. Meus pais ainda estavam juntos e foi meu último aniversário com a família toda reunida. Atrás de mim está o meu avô paterno.

período: Ano 1997
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Soul Sister

Minha irmã Priscila é nove anos mais velha do que eu e temos uma ligação muito forte de cumplicidade. É uma mãezona pra mim!

período: Ano 1998
local: Brasil / Rio De Janeiro / Arraial
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Sinônimo de união

Eu, minha irmã Priscila e o Jorge na festa junina da escola. Nós três estamos sempre juntos!

período: Ano 1999
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Obrigada pelas memórias

Com minha amiga Jandiara, que foi muito importante quando eu tive depressão durante uma crise de dermatite atópica. Museu de Arte do Rio.

período: Ano 2017
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Resiliência

Um ponto alto da minha vida: amor próprio ao qual tudo se encaixa, desde o cenário até o meu "eu".

período: Ano 2018
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Minha base

O amorzão da minha vida: minha mãe. ela representa respeito, amor, inspiração, tudo de mais importante!

período: Ano 2017
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Para sempre

O tempo passa e continuamos mais unidos!

período: Ano 2016
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Companheira

Minha mãe está novinha e bonitona!

local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Gratidão

Meus irmãos e meu cunhado Guilherme. Agradeço o tempo e o carinho que me dedicaram nos momentos em que eu mais precisei, em especial ao Guilherme, por toda a paciência e dedicação!

período: Ano 2014
local: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Programa Conte a sua história

Depoimento de Luana Mercante da Rocha Viana⠀

Entrevistada por Denise Cooke e Carol Margiotte

Rio de Janeiro, 10 de maio de 2018

Entrevista número PCSH_HV652

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Oi Luana. Obrigada por estar aqui contando a sua história para a gente. Seja bem-vinda. Vamos começar falando o seu nome, local e data de nascimento.

R - Meu nome é Luana Mercante da Rocha Viana. Tenho 23 anos e nasci aqui no Rio de Janeiro mesmo.

P/1 - Você sabe alguma coisa sobre o dia do seu nascimento?

R - Dia 10 de abril? Não.

P/1 - Como que foi?

R - Não tem nenhum marco histórico também. Mas acho que não foi nada fora da normalidade, extraordinário.

P/1 - E como era a casa onde você nasceu? Onde você passou a sua infância?

R - Era um apartamento muito bom no Méier. Eu andava de bicicleta dentro dele. A única coisa estranha era que a sala não tinha janela basculante. A sala era imensa. Tinha um corrredorzão, mas ela não tinha janela. Minha mãe detestava o apartamento por causa disso.

P/1 - E o que você gostava de fazer quando você era criança?

R - Nossa, eu sempre fui muito agitada. Era para dizer o que eu não fazia. Eu não gostava de ficar em casa. Sempre muito rueira, brincando, ralando-me, descabelada, batendo nos coleguinhas. Sempre muito agitada.

P/1 - E do que você gostava de brincar?

R - Jogar bola, soltar pipa, bolinha de gude, qualquer brincadeira de pique, videogame, tudo.

P/1 - Vamos falar dos seus pais. Como eles se chamam?

R - Minha mãe se chama ngela e meu pai, Jorge.

P/1 - E como eles se conheceram?

R - Pelo que eu me lembre, eles se conheceram – antigamente como que era – discoteca que fala? Alguma coisa assim. Um samba. Em algum clube que eles se conheceram. Minha mãe estava com a amiga dela e meu pai, acho que, com meu padrinho. Se não me engano. Eles se conheceram ali.

P/1 - Ele foi o primeiro casamento da sua mãe?

R - Não,...

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Título: Como a Lua: cheia de fases

Data: 10 de maio de 2018

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Entrevistador: Denise Cooke
Autor: Museu da Pessoa

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