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História
Personagem: Euclides Carli
Por: Museu da Pessoa, 22 de maio de 2012

Cliente rei

Esta história contém:

Cliente rei

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“Comércio é uma atividade que te absorve. Ou você faz, ou você não faz. Isso desde o dono de botequim, que trabalha no balcão, até um alto gerente. Ou você faz ou não faz. Houve dias de eu ficar no armazém, ou no escritório, 14 horas seguidas. Sem comer. Precisava, porque tinha que ver tudo, olhar tudo. Então tem aquela fase de consolidação que você precisa ser macho, vamos dizer assim, senão não aguenta. Mas é aquela história, você recebe um impulso do próprio negócio. Você está sendo impulsionado para a frente sem sentir. Ou porque você está contente por ver a coisa crescer, ou porque está contente de ver o resultado. Embora cheio de problemas, xingando, falando o diabo, né? É assim que se cresce. Houve uma época em que nós acabamos com o atacado, compramos a segunda mercearia de São Paulo. Em São Paulo, em 1949, 50, 51, só tinha duas grandes mercearias. Mas mercearias quase do tamanho de supermercado hoje, um era o, como é que ele chama? Lá na Penha, que hoje o neto dele tem uma grande construtora aí. E a outra era a Casa Ribeirão, na Vila Mariana. E nós compramos aquilo. Então aquilo foi um sofrimento, porque é varejo; nós estávamos no atacado, passamos para o varejo. Varejo então absorve mais ainda, mas, por outro lado, encanta mais. Hoje se vai a um supermercado, você não passa de uma mera..., você é um mero empregado do supermercado. Porque você tem que pegar o carrinho, andar com aquele carrinho, alguém bater o carrinho na tua perna, você tem que pegar a mercadoria, botar dentro do carrinho, escolher e chegar na saída. Aí você tira tudo, então você não passa de um empregado. Isso aí não fala para o cara do teu supermercado, senão vão me achar ruim, né? E naquele tempo era assim, a madame, a senhora, a freguesa, ela ia à hora que ela quisesse lá na mercearia. Você recebia a cliente, botava um empregado à disposição dela e ela ia dizendo tudo o que queria. Ela falando e eu pegando...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom, senhor Euclides, primeiro eu queria agradecer a presença do senhor, o senhor disponibilizar um pouquinho do seu tempo para contar a tua história para a gente e, para a gente deixar registrado, queria que o senhor falasse seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Bem, você tem o currículo, em todo caso eu vou falar. Eu nasci na pequena cidade de Minas Gerais, chamada Muzambinho, que foi famosa pelo seu doce de leite. Vim para São Paulo com 17 anos de idade, depois de terminado o ginásio. Naquele tempo eram cinco anos de ginásio, para estudar Engenharia. Mas eu cheguei aqui em São Paulo e entendi que não devia mais depender de meu pai para estudar. Então eu decidi mudar de profissão, em vez de engenheiro, eu estava fazendo pré Engenharia - naquele tempo se fazia dois anos de pré - e arrumei um emprego, e aonde que eu fui empregado, na Rua Santa Rosa. A Rua Santa Rosa existe até hoje, era naquela época centro de comércio e distribuição de cereais e gêneros alimentícios do Brasil. Era uma coisa importantíssima, porque tudo convergia para São Paulo, as estradas de ferro, as poucas rodovias. Então eu me entusiasmei com aquilo e não estudei mais e comecei a trabalhar. E foi aí que eu me meti no comércio e por consequência depois de uns dez anos, as entidades de classe.

P/1 – Senhor Euclides, eu vou querer saber um pouquinho mais depois da tua história em São Paulo, de como começou a tua trajetória no comércio, mas primeiro eu vou voltar um pouco. Conta um pouco para a gente da história da tua família? Como que seus pais se conheceram? O nome dos seus pais?

R – Ah, você quer. Bom antes de tudo, você deve saber que eu sou uma pessoa que adora a família e, respeita a família. Para mim a família é a base. Então, os meus avós são italianos, tanto os de parte de pai, quanto os de parte de mãe. De parte de mãe é Montagnari, que tem até hoje lá na cidade. E por parte de pai, os Carli. Era uma gente...

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