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História
Por: Museu da Pessoa, 21 de novembro de 2011

Certo, mas e a lama negra?

Esta história contém:

Certo, mas e a lama negra?

Vídeo

“Minha infância foi espetacular, não posso falar um ‘a’ dela. Eu morava em Campos Elísios e visitava muito o antigo Palácio do Governo com minha mãe. Aquilo era um sonho. Você podia andar, brincar à vontade. Ao cinema sempre ia um grupo grande, famílias; todo mundo reunido, tudo bonitinho. Chegando lá, fazia fila, um negócio que era uma beleza. A gente ia apé pela Barão de Limeira para assistir aos filmes do Mazzaropi no Cine Art Palácio. E filmes épicos, bíblicos também. A gente gritava, se empolgava. Naquele filme Os Dez Mandamentos, eu lembro bem disso: o pessoal levantava e batia palma quando... Como chama lá? O santo abriu o mar para as pessoas passarem. Na época se usava suspensório, gravata-borboleta e paletozinho xadrez. O Centro era incrível. Mas não demorou e já começou aquela situação de degradação por conta da retirada do poder público. Saíram algumas secretarias que funcionavam ali, as pessoas mais antigas de poder aquisitivo, de formação sociocultural também já estavam começando a se retirar, essa que é a grande verdade. Aqueles imóveis enormes, aqueles casarões...Não se podia fazer nada. Os próprios proprietários não sabiam o que fazer com os imóveis, e aí foram surgindo esses cortiços, essas moradias coletivas. Ali tinha a rodoviária, ali tinha o prédio da Sorocabana, e esse pessoal que mexia com drogas tinha uma grande facilidade de passar as drogas para os viciados. Ali na região de Campos Elísios, na Luz; ali era um miolo de tudo, era uma facilidade muito grande. E o contingente de pessoas ali, às vezes você ficava bobo de ver aquilo, aquilo era uma multidão de gente. Você imagina o que tinha ali no meio. E, em meio a tudo isso, eu fui crescendo e comecei minha vida profissional: foi num órgão do Estado chamado Fomento de Urbanização e Melhoria das Estâncias – Fumest. Não existe mais. Eu fazia a verificação de postos meteorológicos e, por conta disso,...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom, seu Luiz, primeiramente eu gostaria de agradecer a sua participação nesse projeto e pra começar eu gostaria que o senhor falasse pra mim o seu nome completo, o local e data do seu nascimento.

R – Meu nome completo é Luiz Augusto de Oliveira Sales, eu nasci no dia 24 de setembro de 1950. O local Juiz de Fora.

P/1 – E qual é o nome dos seus pais?

R – Meu pai é Edgard de Oliveira, minha mãe é (corte no áudio).

P/1 – E o que eles faziam? Você pode descrever um pouquinho pra gente?

R – Papai sempre foi fazendeiro, mamãe se formou professora e eles vieram realmente pra São Paulo por causa da minha mãe que queria dar aula. Lá em Juiz de Fora, meu pai vivia em fazenda, não era o que minha mãe sonhava. Aí minha mãe insistiu e eles resolveram vir pra São Paulo. Em 1950, 52, nós viemos pra cá, mais ou menos.

P/1 – E o senhor teve contato com seus avós?

R – Tive bastante contato com meus avós.

P/1 – E como eles eram?

R – Eles eram maravilhosos, apesar de serem pessoas bem simples, humildes, aquele pessoal de mato, vamos dizer assim, aquilo era um matão. Mas eram duas pessoas maravilhosas. Não chamava meu avô de avô, nem a minha avó de avó, chamava de padrinho: Padrinho Quinca e madrinha Cecília. Que o nome dele é Joaquim Carlos Quinca de Oliveira e a madrinha Cecília, que é a minha avó.

P/1 – O senhor se lembra da sua casa na sua infância?

R – Lembro mais ou menos, porque lá na fazenda, praticamente, dois anos. Eu lembro quando nós chegamos em São Paulo, que era uma casa aqui bem próxima do Brás, Bom Retiro, e tinha um quintal enorme. Normalmente as casas tinham granja, tinham plantação de fruta, essas coisas. Isso eu tenho uma lembrança razoável, inclusive quando eu cortei meu dedo, foi numa dessas casas aqui.

P/1 – E como era o Luiz criança? O que o senhor gostava de brincar?

R – Não, o Luiz criança foi um capetinha, vamos dizer assim. Eu mexia em tudo, era muito curioso e era...

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