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História
Personagem: Dorival Storari
Por: Museu da Pessoa,

As ruas: lugares de encontro

Esta história contém:

As ruas: lugares de encontro

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Meu primeiro abrigo foi em Santa Cruz do Rio Pardo, este serviço existe lá ainda. E foi muito pequeno que eu fui para lá, eu devia ter cerca de um a dois anos, a recordação que eu tenho é que foi eu e meu irmão o Silvio e a Adriana.

Mesmo eu pequeno, eu me recordo, em Santa Cruz tem uma ponte e eu lembro que a gente tinha que passar por cima desta ponte pra ir na casa de uma das educadoras aos finais de semana e como eu era pequenininho eu ficava com medo de passar e aí ela passava comigo.

Eu me lembro também de um casal de alemães. Eles queriam adotar eu e meus irmãos. Foi quando com cinco anos eu e meu irmão fomos morar com a minha avó, em Ribeirão Claro, aonde eu fiquei até os sete anos. A gente ficava tão preso, tão né, ali, que quando a gente saía a gente não queria voltar mais, saía de manhã para comprar pão e não voltava mais. E aí, cidadezinha pequena, ficava na praça lá, ficava rodando, brincando com a molecada.

Depois fui morar com a minha tia Cida, foi um lugar onde eu gostei muito. Só que como eu já tinha esse hábito de sair e não voltar eu ia pra a escola direitinho só que eu saía da escola meio-dia e eu passava na praça e ficava batendo card com os meninos, ficava brincando de esconde-esconde, pega-pega.

Com nove anos eu me recordo que foi um choque para mim. Eu lembro até hoje, eu estava só de bermuda jogando bola com meu primo na garagem de terra batida, encostou um carro, e aí perguntou pela tia Maria. Eu subi correndo e falei: “Tia Maria, tem um pessoal lá embaixo chamando a senhora”. Aí quando minha tia olhou pela janela, ela falou assim: “É a sua mãe, ela veio te buscar”. Eu chorava muito, eu saí correndo, me escondi embaixo da cama, comecei a chorar e falar assim: “Eu não quero ir”. Eu não conhecia ela, não sabia quem era.

Na rua para mim era muito melhor, eu preferia estar na rua, comecei a fugir e conhecer uma outra galera. Conheci uma galera que fumava...

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Projeto Conte a Sua História

Entrevistado por Gomér Gonzaga e Viviane Longo

Depoimento de Dorival Storari

São Paulo 21/06/2017

Realização Museu da Pessoa Depoimento PCSH_HV592

Transcrito por Gomér Gonzaga e Viviane Longo

P/1 – Vamos começar do começo, se puder por favor se apresentar para gente, dizer seu nome completo e sua idade?

R – É meu nome é Dorival Storari, tenho 28 anos, completos hoje. É sou natural da cidade de Carlópolis, Paraná.

P/1 – Você tem um, eu sei que você tem um apelido, não tem?

R – Tenho.

P/1 - É o jeito que você gosta de ser chamado? Como que é?

R – Não, é hoje as pessoas me chamam de Dori. E eu gosto da maneira que as pessoas me chamam. É Dori mesmo.

P/1 – Dori

R – É como o pessoal costuma me chamar.

P/1 – A gente mesmo pode te chamar assim?

R – Pode

P/1 – Então tá. É bom, qual a data do seu nascimento?

R – 21 de Junho de 1989

P/1 – Certo, e você sabe o nome dos seus pais?

R – Sei. É o nome da minha mãe é Sueli Storari e o nome do meu pai era Dorival Alvares Nogueira.

P/1 – Você... desculpa. Você conheceu os dois?

R – Não, não, eu conheci só minha mãe. E o meu pai faleceu eu tinha um ano de idade. Ai tinha a minha irmã, que é um ano mais nova, então ela tinha acabado de nascer, eu tinha um ano quando meu pai faleceu. E aí, eu fui ter uma foto dele agora, mês passado que minha irmã me mandou. Uma irmã por parte de pai me mandou a foto dele e eu falei: quem é? Ela falou assim: é o pai, tal. E aí, eu tenho guardado agora comigo.

P/1 – Que legal, e você quando viu a foto o que você sentiu?

R – Eu tinha uma recordação de uma quando eu tinha um 5 ou 6 anos, de ter visto uma, por que meu pai era boiadeiro, né. De eu ter visto uma num cavalo e eu com ele, né, só que bem pequenininho. E ai eu tinha só uma recordação assim, não lembrava, detalhadamente. E dai quando ela me mandou essa foto que eu vi, para mim não tem explicação, não tem. Pô...

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