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História
Personagem: Ana Eliza Barreiro
Por: Museu da Pessoa,

As estradas da vida e o boteco raiz

Esta história contém:

As estradas da vida e o boteco raiz

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O meu nome completo é Alcides Lázaro dos Santos. Nasci no estado de São Paulo, na cidade de Guaraci, no dia 17 de maio de 1950. O nome do meu pai é Alcino José dos Santos, e ele nasceu no dia 27 de dezembro de 1919. O da minha mãe eu não sei ao certo, pois quando eu nasci, ela morreu. Em Guaraci, na margem do Rio Grande, nós tínhamos um empório que se chamava Empório Santos. Na época, o empório vendia de tudo: secos e molhados, armarinhos em geral. Tinha tudo mesmo: bicicleta, colchão de mola, colchão de capim, produto pra roça, ferramenta pra agricultura, grade, arado, bico de pato pra preparar a terra... tinha também zíper, botão, linha, tudo.

Mas na época o secos e molhados do meu pai quebrou, porque tudo vinha da agricultura. Aí nós pegamos três anos de seca, e a gente vendia pra receber na colheita. Não deu nada. Todo mundo perdeu tudo. Então meu pai vendeu a casa, vendeu o que tinha pra pagar as dívidas, e a gente veio pra Rio Preto em 1963, pra começar tudo de novo.

Era difícil. Infância, mesmo, a gente não teve, porque meu pai não tinha condições de dar infância pra gente - você tinha que trabalhar. Todo mundo, tanto eu, quanto minhas irmãs... tinha 11 bocas pra gente tratar. E quando mudamos pra Rio Preto, meu pai tinha quebrado, e aí ele arrumou serviço pros meus irmãos: uma no Bradesco, o outro numa firma de encerado de caminhão... mas pra receber o salário da gente, era meu pai. A gente não pegava o dinheiro nosso, porque o patrão não pagava pra gente. Os pais que passavam, pegando o salário.

Escola, eu frequentei só até o quarto ano primário. E quando fiz 18 anos, eu tirei carta de motorista e vim trabalhar aqui em Rio Preto, na Rua Regente Feijó, nos Irmãos Furquim. Era caminhão-tanque. Aí eu peguei a linha de Porto Velho, que era estrada de terra. Fui até 1984, aí eu parei com o caminhão. Era uma loucura! Não tinha “quantos dias de viagem”,...

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Projeto Memórias do Comércio de São José do Rio Preto 2020/2021

Entrevista de Alcides Lázaro dos Santos - Bar do Cidinho

Entrevistado por: Luís Paulo Domingues e Ana Eliza Barreiro

São José do Rio Preto, 2 de março de 2021

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Transcrito por Selma Paiva

Conferida por Ana Eliza Barreiro

P2 – Bom, ‘seu’ Alcides, pra começar, eu queria que o senhor falasse o seu nome completo, a data de nascimento e o local que o senhor nasceu.

R1 – O meu nome completo é Alcides Lázaro dos Santos. Nasci no estado de São Paulo mesmo, na cidade de Guaraci, às dez horas e dez minutos.

R2 – O dia.

R1 – No dia 17 de maio de 1950.

P2 – Ah, legal. E qual que é o nome do seu pai e da sua mãe?

R1 – O nome do meu pai é Alcino José dos Santos. Ele nasceu no dia 27 de dezembro de 1919. O da minha mãe eu não sei ao certo, que quando eu nasci, ela morreu. Eu não sei a idade, a data ao certo, dela.

R2 – O nome dela.

R1 – Nome dela... ela chama Adermina Rosa dos Santos. A data que ela nasceu, aí já não sei.

P2 – Sim, sim. E o senhor nasceu nessa cidade, como é que ela chama?

R1 – Guaraci. Na margem do Rio Grande.

P2 – Ah, na margem do Rio Grande. Guaraci. E o que o senhor… a sua família fazia lá? O senhor nasceu onde, assim?

R1 – Lá nós tínhamos um empório. Meu pai tinha um empório lá que chamava Empório Santos. Na época, o empório vendia de tudo: secos e molhados, armarinhos em geral. Nós vendíamos de tudo lá: bicicleta, vendia colchão de mola, colchão de capim. Produto pra... ferramenta pra agricultura, grade, arado, bico de pato pra preparar a terra, a gente trabalhava com tudo isso. Zíper, botão, linha, tudo, a gente vendia tudo. Vendia de tudo. Tela... muitas vezes precisava de tela, de linha e meu pai vendia, trabalhava muito com… eu lembro, a tela, sempre muito bom. A gente vendia lá, no balcão. O corte, tirava...

P2 – E a família do senhor foi morar lá por que, o senhor sabe? Assim, eles vieram de...

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Título: As estradas da vida e o boteco raiz

Local de produção: Brasil / São José Do Rio Preto

Autor: Museu da Pessoa
Personagem: Ana Eliza Barreiro

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