Eu estava presa em um lugar futurístico, mas muito depredado e seco, com pouca água e vegetação. Eu era prisioneira e queria fugir. Tinha comigo um filhote de cachorro, muito pequeno e indefeso. Eu procurava saída e o fazia através de dutos subterrâneos. Eu consegui achar passagens que eram semelhantes janelas mas localizadas no chão. Consegui destruir uma delas e passar sempre carregando o filhotinho. Sai para um descampado, de terra árida e muito sol. Parecia um deserto ou um local abandonado, onde se via máquinas estranhas jogadas, sem uso, estragadas. Eu olhava adiante e via um grande muro, ele parecia ser de acrílico, de forma que podia ver o que estava para além do muro. Era uma cidade, sabia que tinha que passar o muro para estar livre. Fiquei um pouco triste ao reconhecer qual era a cidade, pois queria que fosse outra. Mas ao mesmo tempo corri rapidamente para lá pois estaria a salvo quando passasse por ele. Enquanto corria olhei para trás e de alguma forma vi que no subterrâneo aproximavam-se pessoas com roupas futurísticas carregando armas pesadas e atirando muito. Eu não sei em quem eles atiravam, mas supus que eram em pessoas. Corri para o muro e consegui atravessar o cachorrinho por uma pequena rachadura, sabia que o meu tempo estava esgotando mas ia tentar arrumar um jeito de sair, mesmo sabendo que talvez não conseguisse. O sonho acaba com eu olhando para o subterrâneo e voltando novamente o olhar para o muro.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
O sentimento de clausura, de um tempo seco sem vegetação. De ser um tempo futuro e aí mesmo tempo tão desgastado. De querer sair dali e saber que teria dificuldades. De saber que poderia ser aniquilada a qualquer tempo, como outros estavam. De querer me fazer forte ajudando alguém que supunha mais fraco do que eu e assim tentar encontrar forças. Como se isso me despertasse a vontade coletivista que precisamos ter em tempos pandêmicos. Também...
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Eu estava presa em um lugar futurístico, mas muito depredado e seco, com pouca água e vegetação. Eu era prisioneira e queria fugir. Tinha comigo um filhote de cachorro, muito pequeno e indefeso. Eu procurava saída e o fazia através de dutos subterrâneos. Eu consegui achar passagens que eram semelhantes janelas mas localizadas no chão. Consegui destruir uma delas e passar sempre carregando o filhotinho. Sai para um descampado, de terra árida e muito sol. Parecia um deserto ou um local abandonado, onde se via máquinas estranhas jogadas, sem uso, estragadas. Eu olhava adiante e via um grande muro, ele parecia ser de acrílico, de forma que podia ver o que estava para além do muro. Era uma cidade, sabia que tinha que passar o muro para estar livre. Fiquei um pouco triste ao reconhecer qual era a cidade, pois queria que fosse outra. Mas ao mesmo tempo corri rapidamente para lá pois estaria a salvo quando passasse por ele. Enquanto corria olhei para trás e de alguma forma vi que no subterrâneo aproximavam-se pessoas com roupas futurísticas carregando armas pesadas e atirando muito. Eu não sei em quem eles atiravam, mas supus que eram em pessoas. Corri para o muro e consegui atravessar o cachorrinho por uma pequena rachadura, sabia que o meu tempo estava esgotando mas ia tentar arrumar um jeito de sair, mesmo sabendo que talvez não conseguisse. O sonho acaba com eu olhando para o subterrâneo e voltando novamente o olhar para o muro.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
O sentimento de clausura, de um tempo seco sem vegetação. De ser um tempo futuro e aí mesmo tempo tão desgastado. De querer sair dali e saber que teria dificuldades. De saber que poderia ser aniquilada a qualquer tempo, como outros estavam. De querer me fazer forte ajudando alguém que supunha mais fraco do que eu e assim tentar encontrar forças. Como se isso me despertasse a vontade coletivista que precisamos ter em tempos pandêmicos. Também associo a forma aniquilatória que o atual governo tem nos tratado durante a pandemia. Mas ao fim ainda mantive a esperança, não acordei angustiada, acordei com mais vontade de sobreviver.
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