Meu nome é Alessandra. Completei 40 anos agora em 2015 e me sinto uma mulher feliz e realizada com tudo que tenho apesar das perdas, tristezas e rupturas. Nasci e fui criada no bairro da Casa Verde Alta em São Paulo onde morei com minha avó paterna até os 5 anos de idade, minha referência de amor, carinho e cuidado. Ela faleceu quando eu tinha 13 anos de idade, uma perda muito marcante para mim. Lembro que em uma segunda feira fui visitá-la em sua casa e ela já estava muito debilitada por causa da diabetes, sem falar, deitada em uma cama imóvel. Quando olhei para ela naquele dia sabia que seria a última vez que a veria viva, senti isso em meu coração. Naquela semana ela se foi, chorei muito e senti uma dor intensa. Até hoje, 27 anos depois, sinto muito sua ausência e imagino ela viva, conhecendo meu filho de 14 anos, me dando conselhos e amor. Que falta ela me faz
Minha infância foi muito feliz pelo menos no período em que morei com minha avó. Com cinco anos de idade fui morar com meus pais e aí iniciou-se um período muito difícil de convivência e relacionamento com minha mãe, pessoa difícil, possessiva, agressiva tanto verbal como fisicamente, sofri muito. Cresci debaixo de uma severa e rígida disciplina, sem carinho ou qualquer tipo de afeto, somente regras.
Contudo, sempre tive algo muito forte em minha maneira de pensar, sempre me esforcei para ser uma das melhores alunas da escola e em tudo que eu fizesse que exigisse resultados. Minha rebeldia era ser a melhor contrariando todo diagnóstico negativo e pejorativo da minha mãe ao meu respeito. Tornei-me adolescente e jovem e era uma das melhores profissionais no escritório que trabalhava ao mesmo tempo em que a convivência com minha mãe tornava-se cada vez pior.
Com 19 anos após muitas brigas e desentendimentos, namorando meu ex marido fui morar com meu pai que já era separado da minha mãe nesta época. Esse período foi um pouco mais tranquilo em relação ao ambiente mais...
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Meu nome é Alessandra. Completei 40 anos agora em 2015 e me sinto uma mulher feliz e realizada com tudo que tenho apesar das perdas, tristezas e rupturas. Nasci e fui criada no bairro da Casa Verde Alta em São Paulo onde morei com minha avó paterna até os 5 anos de idade, minha referência de amor, carinho e cuidado. Ela faleceu quando eu tinha 13 anos de idade, uma perda muito marcante para mim. Lembro que em uma segunda feira fui visitá-la em sua casa e ela já estava muito debilitada por causa da diabetes, sem falar, deitada em uma cama imóvel. Quando olhei para ela naquele dia sabia que seria a última vez que a veria viva, senti isso em meu coração. Naquela semana ela se foi, chorei muito e senti uma dor intensa. Até hoje, 27 anos depois, sinto muito sua ausência e imagino ela viva, conhecendo meu filho de 14 anos, me dando conselhos e amor. Que falta ela me faz
Minha infância foi muito feliz pelo menos no período em que morei com minha avó. Com cinco anos de idade fui morar com meus pais e aí iniciou-se um período muito difícil de convivência e relacionamento com minha mãe, pessoa difícil, possessiva, agressiva tanto verbal como fisicamente, sofri muito. Cresci debaixo de uma severa e rígida disciplina, sem carinho ou qualquer tipo de afeto, somente regras.
Contudo, sempre tive algo muito forte em minha maneira de pensar, sempre me esforcei para ser uma das melhores alunas da escola e em tudo que eu fizesse que exigisse resultados. Minha rebeldia era ser a melhor contrariando todo diagnóstico negativo e pejorativo da minha mãe ao meu respeito. Tornei-me adolescente e jovem e era uma das melhores profissionais no escritório que trabalhava ao mesmo tempo em que a convivência com minha mãe tornava-se cada vez pior.
Com 19 anos após muitas brigas e desentendimentos, namorando meu ex marido fui morar com meu pai que já era separado da minha mãe nesta época. Esse período foi um pouco mais tranquilo em relação ao ambiente mais muito corrido nos preparativos para o casamento. Casei em novembro de 1997 muito jovem e inexperiente para fugir dos problemas de uma lar dividido, com muitas brigas e carências e sem amor, foi um grande erro. Fiquei casada por 7 anos e em setembro de 2004 me divorciei de forma muito dolorosa. A única coisa boa que restou deste relacionamento foi meu filho Lucas que é minha vida, minha alegria, minha melhor parte.
O nascimento do meu filho Lucas em 2001 foi um dos momentos mais lindos e marcantes da minha vida, período esse renovador, novo e feliz. Quando meu filho completou 2 anos meu casamento iniciou um período de forte crise conjugal que levou a separação no dia 7 de setembro de 2004, dia da minha “independência”.
Em 2005 em pleno período de separação e divórcio ingressei no magistério e ao contrário do que todos diziam a convivência com os alunos foi como uma terapia para mim. Fui vivendo um dia de cada vez, sem me entregar, sem parar para pensar nas perdas, sem desistir. Olhar para meu filho de manhã me dava força para levantar e seguir em frente, algo que funciona até os dias de hoje.
Em 2012 me efetivei na educação estadual e em 2013 na educação municipal de São Paulo, sendo essas duas grandes vitórias seguidas, presentes de Deus que representou um pouco de estabilidade para alguém que leva uma vida tão instável. Em todos estes anos de magistério tive muito mais ganhos e alegrias que tristezas e perdas. Cresço a cada dia no convívio em sala de aula tanto em conhecimento como em valores pessoais e afetivos. Sou o tipo de professora que não consegue ficar alheia à situação emocional, familiar e social dos alunos. Me envolvo e mesmo quando tento ignorar os fatos negativos do cotidiano me envolvo ainda mais, amo o que eu faço.
Amo a relação que tenho com meus alunos e mesmo àqueles cujo dá “choque” em sala de aula, geralmente o problema ocorre somente por uma vez, momento no qual deixo bem claro meu posicionamento pessoal afetivo e disciplinar, e que não tolero convivência conflituosa em sala de aula. Podemos não ter relacionamento pessoal, mais certamente haverá respeito de ambas as partes, não tolero nada menos que respeito em sala de aula. Essa postura tem funcionado bem até hoje.
Atualmente vivo próximo da minha família no bairro da Vila Nova Cachoeirinha na cidade de São Paulo. Moramos eu e meu filho e dividimos tudo, alegrias, tristezas, medos, preocupações. Rimos à toa, assistimos filmes, vamos ao cinema, à igreja, algumas vezes nos desentendemos e voltamos e nos entendemos depois. Uma sequência de emoções cotidianas que me motivam como sempre à nunca parar. Não preciso de muito para ser feliz, preciso de alegria, paz, tranquilidade, presença de Deus e muito amor das pessoas que fazem parte do meu dia a dia. Não corro, vou vivendo um dia por vez, saboreando as pequenas e grandes vitórias e principalmente, levo sempre um sorriso no rosto porque como diz a canção, eu já sofri demais.
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