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História

Achei minha irmã depois de 35 anos de separação

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Achei minha irmã depois de 35 anos de separação

Eu e minha irmã Célia éramos unha e carne quando crianças. Mas nossa infância não foi das melhores. Nossa mãe se prostituía e nosso pai era músico, tocava na noite. A vida deles era regada a álcool e cigarro. Ele morreu com cirrose quando eu tinha 6 anos e a Célia estava com 1. Lembro dessas cenas da infância como se fosse ontem: nossa mãe nos deixando sozinhas numa casavelha e abandonada, sem comida,sem roupa e sem higiene. Foram nossos bondosos vizinhos que nos resgataram e nosencaminharam até um abrigo de crianças. Eu tinha 7 anos.Nem sei se minha mãe ficou sabendo. Só sei que ela nuncafoi nos procurar.

Vivi pouco menos de umano no abrigo com minha irmãzinha.Ela era a única amigaque eu tinha. Como não tinhachupeta, Célia chupava meudedinho. Quando chegavamas famílias interessadas em nosadotar no orfanato, éramos enfileirados numa sala como se fôssemos mercadoria. Foi numa dessas visitas que o destino sorriu para a Célia: com 3 anos, ela foi escolhida por uma família de Porto Alegre. Ninguém me deu a chancede me despedir da minha irmã. Acho que queriam me preservar.

Só quando perguntei onde ela estava, na hora de dormir, é que uma tia do orfanato me falou que a Célia tinha sido levada por uma família. Depois disso, adoeci de tristeza. Chorava o tempo todo. Hoje compreendo que aquilo foi o melhor pra ela, mas doeu muito por toda a minha vida. Ainda passei mais três anos naquele orfanato. Quando estava com 11 anos, uma idade já bem difícil pra adoção, uma família de Lavras do Sul (RS), a mesma cidade do orfanato, me levou pra casa. Ah, que felicidade! Finalmente encontrei alguém pra chamar de pai e de mãe. Devo tudo que sou hoje aos meus pais adotivos!

Com o tempo, a dor pela distância da Célia foi diminuindo, mas a saudade dela nunca ia embora. Já chorei muito sozinha por causa disso. O pastor me incentivou a buscar minha irmã. Depois de concluir o ensino médio, em 2000, me casei e tive duas filhas – hoje uma...

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