Sonhei que estava dentro de uma casa, pequena, me sentia inquieta, algo angustiada. Sentia-me sufocada e sem saída. Então alguém bate a porta, vou abrir e me deparo com Dilma Roussef. Ela entra e de repente o espaço que era pequeno se amplia e torna-se confortável. Percebo que estou na antiga casa de praia dos meus pais, que já foi até vendida. Sempre me senti bem na praia. O mar tem o poder de me acalmar. Só sentar na areia e ficar olhando as ondas que quebram em seu compasso já tem um efeito calmante para mim. Então estamos sentadas, eu e Dilma degustando um cálice de vinho. Brindamos e trocamos um olhar cúmplice. Não existe mais a angústia, um semi sorriso se esboça no rosto..
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Antes do sonho recebi um convite de escrever um capítulo de memórias de uma grande amiga e militante do SUS. Uma pessoa muito importante pra mim e que até hoje ainda não consegui remover o número do meu telefone. As vezes me vejo pensando o que ela diria deste momento necropolítico que estamos vivendo em nosso país. Penso que é um momento em que gostaria imensamente de poder contar com uma parceira de luta como ela, intelectual de ponta, grande articuladora e grande parceira de muitas e longas noitadas de boa conversa e boa cerveja. Dilma também me convoca esta força feminina que não sucumbe frente ao machismo estrutural de nossa sociedade. É preciso não calar! É preciso sonhar novamente.