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História
Por: Museu da Pessoa,

A vida é degenerativa

Esta história contém:

A vida é degenerativa

Vídeo

Foi naquele período que eu descobri que eu estava com Parkinson, quando minha digitação começou a ficar um pouco lenta. Eu fui procurar um médico, e ele mandou fazer um exame que coloca agulhinhas na mão e que dá choque, e, ali naquele exame, já veio o resultado que achava que eu estava com Parkinson. Mas a gente não acredita na hora: “Como assim? Doença de velho...”

[Para ter] certeza eu demorei um pouco, porque quando eu tive aquele primeiro exame, eu falei assim: “Ah, não deve ser de Parkinson, né?”. Eu meio que joguei para baixo do tapete, porque eu não tinha tantos sintomas, só essa lentidão na digitação.

Eu também fiquei com vergonha, fiquei com medo. Na época, só tinha contado para o Fábio, que é quem vive comigo hoje. Passei em alguns neurologistas, mas Parkinson é uma doença meio difícil de identificar e não tem muitos especialistas de Parkinson por aí.

Teve um médico que mandou fazer ultrassonografia transcraniana, ele falou: “Eu não estou vendo nada em você, então acho que deve ser depressão”. Queria me dar antidepressivo, eu falei: “Não...”. Aí eu fui em outro, eles me examinavam, não viam nada, mas como viam aquela cartinha do médico, eles falavam: “Se é Parkinson, vamos fazer assim, assim”, eles só confirmavam quando liam a maldita cartinha do médico. Eu demorei um pouco para achar um profissional.

Então os sintomas começaram a ficar mais evidentes, eu comecei a mancar mais, ficar meio torta, aí o pessoal começou a notar. Minha sogra meio que pressionou: “O que que tá acontecendo que você tá assim assim?”. “Não, é tendinite... não, eu torci o pé, não...” Eu inventava uma desculpa esfarrapada, até que nesse período em que [minha mãe estava com câncer e eu estava cuidando dela], começou a ficar mais complicado. A minha sogra me botou na parede, aí eu contei pra ela que tinha Parkinson.

Minha sogra me levou em um...

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Dados de acervo

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Projeto Medley

Depoimento de Érica Valério

Entrevistada por Fernanda Regina Ferreira

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Camila Inês Schmitt Rossi

P/1 – Qual o seu nome completo, data e local de nascimento?

R – Érica Valério da Silva. Rio de Janeiro. Data de nascimento é 03/10/1976.

P/1 – Quais os nomes dos seus pais?

R – Marina Tanino Valério e Antônio Valério da Silva

P/1 – O que eles faziam?

R – A minha mãe ela trabalhava numa empresa como auxiliar geral, na Faet, na verdade no começo ela era tecelã. E meu pai hoje em dia ele trabalha com vigilância, mas no começo ele trabalhava naquela empresa de cigarro, como funcionário normal.

P/1 – Você conhece a origem da sua família?

R – Antepassados ou meu avô, minha avó, mais próximos?

P/1 – É, de onde eles vieram, os mais próximos, assim, avô, avó. Você pode nos contar?

R – Minha avó mesmo eu não conheci não, eu conheci a madrasta do meu avô, que era dona Mariazinha. Eles moravam no Morro da Casa Branca, pelo que eu me lembro, porque eles já são falecidos. Eu não tinha muito envolvimento com eles, não, mas de vez em quando... mais quando eu era criança. A gente não tinha muito apego de vô, né, não tinha não.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Uma irmã.

P/1 – Como é que era sua casa de infância?

R – Desde que eu nasci, a gente morava no Rio Comprido, num prédio, num apartamento que era até legal. Mas durante um bom tempo na minha vida ele tinha um problema na justiça com a vizinha de cima, e aí tinha problema de infiltração, e aí quando chovia, chovia dentro da cozinha. E aí eu não tinha um quarto meu, porque essa infiltração afetava um quarto que era tipo o quarto de empregada, que seria meu quarto, a cozinha, e aí ficava tudo mofado. Durante um bom tempo eu não tinha um quarto, dormia com meus pais.

P/1 – E você lembra como que era o bairro, a cidade da sua infância?

R – Ah, lembro. Era uma subida...

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