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História
Por: Museu da Pessoa, 5 de outubro de 2007

A mulher no candomblé

Esta história contém:

A mulher no candomblé

Vídeo

Meu nome é Lucia Maria Crispiniano. Nasci no dia 20 de abril do ano de 46 em Recife. Fiquei nesse bairro até os meus sete anos, depois mudamos para a Água Fria onde fiquei até a puberdade. Depois Arruda, e já moça feita, trabalhando, vim para Olinda, então de Olinda só saí agora, há 14 anos quando a minha mãe fez a grande viagem dela. Então vendi a casa e fui para outro local!

Meu pai se chamava Claudionor Crispiniano da Silva, era carpinteiro e tinha uma pequena loja de móveis, trabalhava com móveis de encomenda e tinha móveis para vender. E a minha mãe era uma mulher maravilhosa, de uma força sem tamanho, sem muita cultura porque estudou muito pouco, mas de uma sabedoria inigualável. Chamava-se Maria de Lourdes Crispiniano da Silva.

Por parte da minha mãe, pessoas católicas e, por parte do meu pai, um pessoal com uma raiz muito forte africana, todo mundo de candomblé! Então me tornei candomblecista aos 13 anos, em busca das minhas identidades, da vivência.

Eu sempre quis, e não entrei aos 13 anos porque o meu pai me segurou. Então fiquei como espectadora, mas assim que me formei, que terminei o meu curso de Enfermagem, pela Universidade Federal, eu entrei no candomblé. Tinha 18 ano, e estou até hoje. Só vou sair depois de morta.

Nós estudamos em colégio de Estado, que chamava-se Escola Industrial do Recife só feminina, até eu terminar Enfermagem, hoje eu estudo terminando Direito em escola particular. Mas tanto eu como todos os meus irmãos, a gente vem de ensino público, e na época o ensino público era tudo de bom! Depois fiz o técnico, depois eu fiz instrumentação cirúrgica, fiz obstetrícia e me tornei circulante de bloco cirúrgico como cirurgia especifica de coração, de cabeça, neurologia e cirurgiã plástica!

Nós mudamos de Arruda para Olinda e toda a juventude que convivia com a gente foi morar na nossa casa! Então a nossa casa virou um albergue com mais seis homens morando que chamavam a minha...

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Memória dos Brasileiros

Depoimento de Lucia Maria Crispiniano

Entrevistado por Julia Basso e Winny Choe

Piaçabuçu, 05/10/2007

Realização: Museu da Pessoa

MB_HV057

Transcrito por Luisa Fioravanti

Revisado por Paulo Ricardo Gomides Abe

P/1 – Então, Lucia, para começar eu queria que você dissesse seu nome completo, local e a data de nascimento.

R – Meu nome é Lucia Maria Crispiniano, sou conhecida como mãe Lucia de (Oiá?) na minha comunidade, nasci no dia 20 de abril do ano de 46, portanto tenho 61 anos bom vividos (risos).

P/1 – Que ótimo! E o nome do seu pai?

R – Meu pai se chamava Claudionor Crispiniano da Silva, era carpinteiro e tinha uma pequena loja de móveis, trabalhava com móveis de encomenda e tinha móveis para vender. E a minha mãe era uma mulher maravilhosa, de uma força sem tamanho, sem muita cultura porque estudou muito pouco, mas de uma sabedoria inigualável. Chamava-se Maria de Lourdes Crispiniano da Silva.

P/1 – E a cidade que você nasceu?

R – Eu nasci em Recife, em um bairro de periferia chamado (Bar___?)

P/1 – E como foi a sua infância nesse bairro?

R – Fiquei nesse bairro até os meus sete anos, depois mudamos para a Água Fria onde fiquei até a puberdade. Depois Arruda, e já moça feita, trabalhando, vim para Olinda, então de Olinda só saí agora, há 14 anos quando a minha mãe fez a grande viagem dela. Então vendi a casa e fui para outro local!

P/1 – Ainda em Pernambuco?

R – Ainda dentro de Pernambuco! Uma infância normal. Fomos sete filhos, a família média baixa, mas com muita união, sabedoria, aprendizado, convivendo com avôs vivos. Até os meus 25 anos eu tinha meu avô e minha avó, até os meus 45 eu tinha avó, não é? E aprendi um bocado com eles. Por parte da minha mãe, pessoas católicas e, por parte do meu pai, um pessoal com um ___ muito forte africana, todo mundo de candomblé! Então me tornei candomblezeira aos 13 anos, em busca das minhas identidades, da vivência.

P/1...

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Título: A mulher no candomblé

Data: 5 de outubro de 2007

Local de produção: Piaçabuçu, Al

Autor: Museu da Pessoa

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