Minha paixão pelos objetos está presente em minha vida desde pequena. Lembro-me bem de estar junto com meu pai, envolvida com alguma invenção. Ele adorava se embrenhar em invenções de todos os tipos. Acho que um dos ofícios que mais gostava era criar coisas com vários materiais, como madeira, papel e sucata. Quando criança, ele fez vários brinquedos para mim e meus irmãos. Lembro muito bem de uma casinha de boneca. Mesmo que fosse uma casinha na qual não coubesse nenhuma boneca (sim, não cabia!), eu admirava os detalhes que havia criado. Tinha dois andares, com portas e janelas, um telhado feito com pedaços de pinha de araucária e palitos de churrasco para os balaustres da varanda e janelas.
Muitas vezes ajudei-o a construir objetos. Lembro-me de móveis para a casa, como estantes e caixotes. Já adulta, nos nossos almoços de final de semana, compartilhávamos ideias sobre projetos de novos objetos. Uma de suas últimas aficções era construir lambrequins. Essas peças, de origem européia, eram muito usadas nas casas dos imigrantes para enfitar o beiral do telhado. Ainda hoje podem ser encontrados em casas de origem holandesa, polonesa, alemã e portuguesa. Meu pai dedicou-se à essa nova paixão por uns oito anos, mais ou menos. Inclusive montou uma exposição em Curitiba - PR, em 2008. Nela haviam réplicas de modelos de lambrequins que tinha pesquisado, fotografado e reconstruído. Participei dessa exposição com uma criação nossa: o desenho de um lambrequim com a idade da cidade de Curitiba naquele ano, então 341 anos.
Não sei bem se isso explica minha escolha profissional, o design. Mas sinto que desde a infância tenho afinidade em inventar objetos. Ao menos acho uma delícia pensar como eles são feitos, para que servem e o que significam para uma pessoa. Admiro muito quem sabe executar uma peça e sou especialmente curiosa pelos objetos feitos manualmente, sejam eles frutos de tradições familiares ou culturais, sejam experimentos...
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Minha paixão pelos objetos está presente em minha vida desde pequena. Lembro-me bem de estar junto com meu pai, envolvida com alguma invenção. Ele adorava se embrenhar em invenções de todos os tipos. Acho que um dos ofícios que mais gostava era criar coisas com vários materiais, como madeira, papel e sucata. Quando criança, ele fez vários brinquedos para mim e meus irmãos. Lembro muito bem de uma casinha de boneca. Mesmo que fosse uma casinha na qual não coubesse nenhuma boneca (sim, não cabia!), eu admirava os detalhes que havia criado. Tinha dois andares, com portas e janelas, um telhado feito com pedaços de pinha de araucária e palitos de churrasco para os balaustres da varanda e janelas.
Muitas vezes ajudei-o a construir objetos. Lembro-me de móveis para a casa, como estantes e caixotes. Já adulta, nos nossos almoços de final de semana, compartilhávamos ideias sobre projetos de novos objetos. Uma de suas últimas aficções era construir lambrequins. Essas peças, de origem européia, eram muito usadas nas casas dos imigrantes para enfitar o beiral do telhado. Ainda hoje podem ser encontrados em casas de origem holandesa, polonesa, alemã e portuguesa. Meu pai dedicou-se à essa nova paixão por uns oito anos, mais ou menos. Inclusive montou uma exposição em Curitiba - PR, em 2008. Nela haviam réplicas de modelos de lambrequins que tinha pesquisado, fotografado e reconstruído. Participei dessa exposição com uma criação nossa: o desenho de um lambrequim com a idade da cidade de Curitiba naquele ano, então 341 anos.
Não sei bem se isso explica minha escolha profissional, o design. Mas sinto que desde a infância tenho afinidade em inventar objetos. Ao menos acho uma delícia pensar como eles são feitos, para que servem e o que significam para uma pessoa. Admiro muito quem sabe executar uma peça e sou especialmente curiosa pelos objetos feitos manualmente, sejam eles frutos de tradições familiares ou culturais, sejam experimentos de artistas e artesãos. Quem sabe daqui a alguns anos eu chegue em algumas pistas mais claras sobre essa reflexão: eu, os objetos e a imprtância deles na minha vida.
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