A luta para a realização do parque na mata do Raul começou em meados dos anos 1990, quando estudantes e professores da Escola Estadual Raul Teixeira da Costa Sobrinho (RATECOS) se mobilizaram para que a área da mata em frente à escola pudesse ser utilizada como um parque. A escola propunha atividades imersivas para estimular a reflexão sobre a importância da preservação daquela área, uma das poucas áreas verdes públicas do Distrito de São Benedito. No período em que estudava no Raul, Gibran Muller e seus amigos participavam de atividades artísticas no Parque da Lagoa do Nado em Belo Horizonte, o que os fez questionar a função social da mata do Raul, enxergando um grande potencial do local se tornar uma reserva, precisando apenas de articulação institucional.
Após se formar no ensino médio, Gibran, junto a alguns ex-alunos da RATECOS, identificando a importância da preservação daquela área, passou a desenvolver uma série de ações a fim de transformar a mata em um espaço de uso comum. Esse grupo de ex-alunos fez um convênio com o Ministério da Cultura para a formação de um ponto de cultura, o Art22 (Associação de Ideias Ambientais e Ações Socioculturais), com foco em ações ambientais e valorização da produção cultural e artística na região do São Benedito. O Art22 passou a promover fóruns de discussão com a comunidade a fim de entender quais seriam os desejos para aquele local, além de investigar a melhor forma de aquele espaço se transformar em uma área de bem comum.
Desde então, o Art22 enfrentou várias dificuldades, uma delas em 2013, que levou à mobilização social contra um projeto de lei que permitia a doação da área para a implantação de um parque gráfico, proposta por um vereador da cidade. O projeto foi feito e encaminhado rapidamente para a apreciação da Câmara; no entanto, durante a noite, foi descoberto que ele seria votado na manhã posterior. Diante do iminente risco de perder esse...
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A luta para a realização do parque na mata do Raul começou em meados dos anos 1990, quando estudantes e professores da Escola Estadual Raul Teixeira da Costa Sobrinho (RATECOS) se mobilizaram para que a área da mata em frente à escola pudesse ser utilizada como um parque. A escola propunha atividades imersivas para estimular a reflexão sobre a importância da preservação daquela área, uma das poucas áreas verdes públicas do Distrito de São Benedito. No período em que estudava no Raul, Gibran Muller e seus amigos participavam de atividades artísticas no Parque da Lagoa do Nado em Belo Horizonte, o que os fez questionar a função social da mata do Raul, enxergando um grande potencial do local se tornar uma reserva, precisando apenas de articulação institucional.
Após se formar no ensino médio, Gibran, junto a alguns ex-alunos da RATECOS, identificando a importância da preservação daquela área, passou a desenvolver uma série de ações a fim de transformar a mata em um espaço de uso comum. Esse grupo de ex-alunos fez um convênio com o Ministério da Cultura para a formação de um ponto de cultura, o Art22 (Associação de Ideias Ambientais e Ações Socioculturais), com foco em ações ambientais e valorização da produção cultural e artística na região do São Benedito. O Art22 passou a promover fóruns de discussão com a comunidade a fim de entender quais seriam os desejos para aquele local, além de investigar a melhor forma de aquele espaço se transformar em uma área de bem comum.
Desde então, o Art22 enfrentou várias dificuldades, uma delas em 2013, que levou à mobilização social contra um projeto de lei que permitia a doação da área para a implantação de um parque gráfico, proposta por um vereador da cidade. O projeto foi feito e encaminhado rapidamente para a apreciação da Câmara; no entanto, durante a noite, foi descoberto que ele seria votado na manhã posterior. Diante do iminente risco de perder esse espaço de uso público, às cinco horas daquela manhã o diretor da RATECOS foi acionado e, às sete horas, estavam alunos e funcionários da escola fechando a Avenida Brasília, a principal do São Benedito. Essa manifestação popular impediu que o projeto de doação do terreno avançasse.
Apesar de tantos anos de luta para a construção do parque, muito pouco foi feito por parte da Prefeitura. De acordo com Gibran, as políticas ambientais do município são muito defasadas e os governantes da cidade não demonstram entendimento sobre o destino da área. Atualmente, os moradores da região e os membros do Art22 continuam atuando, agora em parceria com o IFMG, realizando mobilizações e atividades para que a implementação do parque aconteça. “Cadê meu balanço?” é uma pergunta feita por Gibran, que ainda sonha com um espaço verde público no local da mata, onde as famílias possam se divertir e as crianças brincar e crescer com melhor qualidade de vida.
Texto a partir do relato de Gibran Muller em entrevista realizada em junho de 2018.
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