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História
Por: Museu da Pessoa, 23 de novembro de 2015

A gente quer realmente mudar o mundo

Esta história contém:

A gente quer realmente mudar o mundo

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Nasci em Marília em 18 de março de 1975. Meu pai é Augustinho Carlos Rodrigues e minha mãe Adélia Zafred Rodrigues. A família da minha mãe é austríaca. Eles fugiram da guerra e minha mãe nasceu no interior. Ela conta até hoje muitas histórias da vida na roça, no campo. Eles plantavam e vendiam várias coisas, algodão, café, amendoim, arroz. Do meu pai eu sei pouco, porque quando eu tinha cinco anos ele faleceu de acidente de moto. Daí a gente mudou pra Pirituba e cresceu um pouco isolado de familiares. Meus pais se conheceram no interior, acho que naquela coisa de jovem, de ir pros bailes, pras festas. O meu avô não queria que minha mãe namorasse meu pai. Então a minha mãe fugiu com ele pra São Paulo e constituiu família. Depois ficou tudo bem, mas no início foi meio polêmico a coisa. Nasceu a minha irmã, e depois acho que as coisas entre eles voltaram ao normal, vamos dizer assim, que o nascimento da minha irmã amoleceu o coração do meu avô. Eu particularmente tenho boas lembranças do meu avô. Era um avô bem dócil, eu gostava dele.

O meu pai trabalhava na Santa Marina, uma empresa de vidros, de louças e a minha mãe era do lar. Depois que meu pai faleceu que minha mãe veio a trabalhar porque ela acabou não casando de novo. Minha mãe conta que meu pai trabalhava nos fornos, era um trabalho bem árduo. Eu lembro, por exemplo, de eu andando na moto do meu pai, que ele levava a gente pra passear, tudo, essas lembranças. E o dia da morte dele eu lembro, eu tenho algumas imagens na cabeça. Lembro da minha mãe recebendo a notícia, por exemplo. Ele estava indo trabalhar e ele teve um acidente com um caminhão, foi fatal o acidente e ele morreu com 32 anos. Nessa época, a gente morava em Perus, na chácara, no meio do mato. E quando meu pai morreu não tinha condições da gente ficar lá sozinho, então a minha mãe recebeu uma indenização referente à morte do meu pai e comprou uma casa em Pirituba. E nós fomos morar...

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Histórias Que Reciclam

Depoimento de Elisandro Carlos Rodrigues

Entrevistado por Lucas Torigoe

São Paulo, 23 de novembro de 2015

Realização Museu da Pessoa

HQR_HV06_Elisandro Carlos Rodrigues

Transcrito por Karina Medici Barrella

P/1 – Sandro, você fala pra mim o seu nome inteiro, local e data de nascimento?

R – Elisandro Carlos Rodrigues. Nasci em Marília em 18 de março de 1975.

P/1 – E o seu pai, qual é o nome inteiro dele?

R – Augustinho Carlos Rodrigues.

P/1 – Ele nasceu onde e data?

R – Na verdade a data exata eu não sei. E a minha mãe também nasceu em São Paulo em 17 de dezembro de 1949.

P/1 – Qual é o nome da sua mãe?

R – Adélia Zafred Rodrigues.

P/1 – E a família do seu pai...

(cortes entre 0:01:15 e 0:02:10)

R – ... ela ficou meio preta lá, né, então eles tiveram que sair de lá e o destino deles foi o Brasil. Eles chegaram aqui, foram trabalhar nas roças, constituíram família e nós estamos aqui hoje graças a essa migração.

P/1 – Então a família da sua mãe é austríaca.

R – Isso.

P/1 – E eles eram judeus ou não?

R – Aí eu já não sei te dizer, mas eu acho que eles não eram judeus, não. Eles fugiram da guerra porque eu acredito que a situação naquela época deve ter ficado ruim pra todo mundo eu acho, não só pros judeus.

P/1 – E eles vieram pra cá, eles contaram para você como foi a viagem, quem que veio?

R – Não, contaram que foi uma parte da família de lá que veio e começaram aqui uma nova vida. Eu também não tenho tanta informação, infelizmente, desse fato.

P/1 – Mas a sua mãe nasceu aqui.

R – Minha mãe nasceu aqui, sim. Minha mãe nasceu no interior, ela conta até hoje muitas histórias do interior, da vida na roça, da vida no campo, uma coisa totalmente diferente da nossa realidade.

P/1 – Que histórias?

R – Ah, histórias que eles cultivavam um pouco da vida difícil que eles tiveram também, porque o pai dela também não era uma...

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