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História
Por: Museu da Pessoa, 16 de abril de 2003

A foz do Amazonas

Esta história contém:

A foz do Amazonas

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Minha transferência para Amazônia foi legal, foi um negócio interessantíssimo, eu lembro que em 79, que eu estava na Bacia de Campos, que houve uma reestruturação da companhia, que o antigo Dexpro, departamento de exploração e produção, explodiu em três departamentos: Depro, Deper e Depex, departamento de produção, departamento de perfuração, departamento de exploração. Então houve uma grande reorganização aqui na sede, e precisava de gente para fazer parte dessa estrutura, então me chamaram: “Ó, você aqui é de Niterói, nós estamos precisando de gente aqui no Rio de Janeiro. Você é um dos mais experientes, porque começou junto com a Bacia de Campos, nós queremos que você venha para cá, para coordenar os trabalhos aqui da sede”. E ali foi a minha primeira grande decepção na companhia, porque eu vim novo, fazer um trabalho burocrático, de fazer contatos, de ficar telefonando para as unidades, para acompanhar de longe os relatórios.

O rio Juruá, que é afluente da margem direita - os afluentes da margem direita são água branca; os afluentes da margem esquerda são água preta. Aí desce o rio Juruá, entra no Solimões, e a gente entra para o rio Tefé. Por que no rio Tefé? Porque o rio Tefé era um rio que tinha histórico de navegação, porque tem cidade nas margens, apesar de que a nossa perfuração, que nós viemos fazer o RUC-1, o descobridor do rio Urucu -, ele era na margem do rio Urucu, mas a gente não teve o atrevimento de entrar pelo rio Urucu, que era uma coisa para vocês terem uma idéia, as balsas levavam 11, 15 dias de viagem para dentro do rio. Então nós entramos pelo rio Tefé, que é um rio mais ou menos paralelo ao rio Urucu, que era o rio de que se conhecia a navegabilidade dele, porque tinha cidade nas margens. A gente entrou, abrimos um porto chamado porto Moura e aí descemos com a sonda e pegamos o helicóptero e levamos para margem do rio lá do outro lado, cerca de 50...

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Dados de acervo

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Meu nome é Rafael Schettini Frazão. Salvador, Bahia, é minha cidade natal; nasci em 23 de fevereiro de 1953.

FAMÍLIA

Meu pai se chamava Deolindo da Silva Frazão, e minha mãe, Maria Tereza Antônia Schettini Frazão. Meu pai era piauiense, e minha mãe, italiana. Minha mãe veio com meus avós na época da Guerra, chegou no Brasil com dois, três anos de idade no Brasil. Ela veio para uma cidade chamada Poções, no interior da Bahia. Essa cidade fica a uns 300, 350 quilômetros de Salvador; as cidades mais próximas são Jequié e Vitória da Conquista.

Meu pai era engenheiro cartógrafo, meu pai estudou na Bahia quando se casou com minha mãe, mas só veio concluir o curso de engenharia depois de casado, na antiga Universidade do Estado da Guanabara, na UEG. Ele foi da primeira turma de engenheiros cartógrafos do Brasil, ele trabalhou até se formar e trabalhava no IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Meus avós imigrantes eu conheci, até uns seis, sete anos de idade eu vivi em Poções com meus avós próximos, até que meu pai foi transferido, em 1960, para o Rio de Janeiro, pelo IBGE, e aí nós nos mudamos para Niterói nessa ocasião.

EM ITALIANO

Dessa minha origem italiana o que eu tenho de mais marcante é basicamente aquela primeira infância com os italianos nessa cidade. Eles migraram para lá basicamente para plantar café, e eu lembro de outros italianos, eles falavam muito italiano naquela época, a gente pequenininho, mas foi só essa primeira infância esse contato com os meus tios, os parentes dos meus avós, que vieram juntos para o interior da Bahia, então não foi muita coisa. Depois que eu saí de lá da Bahia, praticamente não tive mais contato com eles, muito pouco, eventualmente. Naquela época não é como hoje, que você pega um avião e vai para lá. Naquela época a Rio-Bahia não era nem asfaltada ainda.

O VALOR DO HOMEM

Eu tenho dupla cidadania, por minha mãe. Interessante, inclusive, porque na Itália,...

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Título: A foz do Amazonas

Data: 16 de abril de 2003

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro

Autor: Museu da Pessoa

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