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História
Personagem: Maria Ninita da Silva
Por: Museu da Pessoa, 24 de junho de 2010

A fé que persevera e faz sobreviver

Esta história contém:

A fé que persevera e faz sobreviver

Vídeo

Posto de saúde não tinha. Eu nunca fui no médico. Eu tive 13 filhos e nunca fui no médico. Eu tinha a dor, estava lá dentro e, quando via que ia nascer, eu me deitava lá na cama. Ou eu já forrava a minha rede e já me sentava na rede. Tive um menino que teve aquela doença que dá em criança e morreu. Outra tinha uma hérnia, não teve jeito; tinha cinco anos. Uma, eu estava grávida, abortei. Outro nasceu, não urinava, morreu. O outro nasceu, depois que nasceu, não sei o que foi, morreu. Depois eu tive a Ita, essa que foi embora, que não voltou mais. Depois da Ita foi o Antonio, tem a Maria e tem uma que nasceu morta. Eu fiquei curtida.

Hoje eu digo para essa gente: “Gente, eu não sinto mais a dor da morte de ninguém.” Eu tive filho que morreu de meu marido cavar buraco no terreiro e enterrar, porque não tinha por que chamar uma pessoa. Chamar quem lá no meio do seringal?

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Maria Ninita da Silva

legenda: Maria Ninita da Silva Mulher idosa em frente a um tronco de árvore. Há plantas ao fundo.

período: Ano 2010
local: Brasil / Rondônia / Jaci Paraná
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Maria Ninita da Silva

legenda: Maria Ninita da Silva Mulher idosa sentada em uma cadeira em uma área florestal. Há uma rede ao fundo. Está sorrindo.

período: Ano 2010
local: Brasil / Rondônia / Jaci Paraná
tipo: Fotografia

Maria Ninita da Silva

legenda: Maria Ninita da Silva

período: Ano 2010
local: Brasil / Rondônia / Jaci Paraná
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Entrevistada por Karen Worcman

Depoimento de Maria Ninita da Silva

Jaci-Paraná, 24/06/2010

Realização Museu da Pessoa

Entrevista MB_HV131

Transcrito por Ana Lucia fQueiroz

Revisado por Laís Martins

P/1 – Maria, quando foi que a senhora nasceu?

R – 16 de novembro de 1930.

P/1 – E onde foi?

R – Foi neste lugar, Lago dos Baêta.

P/1 – Lago dos Baêta.

R – Lago dos Baêta, município de Manicoré.

P/1 – No Estado?

R – De Manicoré. Manicoré fica abaixo e este lugar acima.

P/1 – Fica na Amazônia?

R – Fica na Amazônia; aí no Madeira, fica pra lá de Baetá.

P/1 – É longe daqui?

R – É um pouco, né?

P/1 – Quanto tempo?

R – Daqui pra Manicoré, saindo de Porto Velho no barco, de manhã, de tarde. Se sair de tarde, de manhã está Baetá. Quando for o outro dia, nove horas, está em Manicoré.

P/1 – Dois dias daqui. Como era este lugar? Era grande, pequeno?

R – Era um lago, assim, era água parada, não era igarapé. Não tinha igarapé, que é água corrente, né. Era um lago, assim, então era povoado de um lado e de outro. Mas todo mundo só trabalhava em roça. E algum que tinha uma estradinha de seringa, cortava seringa.

P/1 – Roça e seringa.

R – Era roça e seringa. Era só.

P/1 – Tinha muita gente lá?

R – Tinha. Muita gente, sim.

P/1 – E o pessoal de lá como era?

R – O pessoal de lá, o sistema era assim: se tinha um casal que tinha cinco filhos, o mais velho casava, fazia a casa bem aqui. A do velho era aqui, fazia a do filho aqui. O outro casava, fazia deste lado. Ficavam cinco filhos, tudo do lado do velho. O velho ficava no meio ali.

P/1 – Os filhos ficavam bem pertinho dos pais?

R – Ficavam tudo pertinho.

P/1 – E os seus pais, como se chamavam?

R – Meu pai era Luiz Vinicius da Silva e minha mãe era Raimunda Ferreira da Silva.

P/1 – Eles eram de lá também?

R – Não, minha mãe era cearense, do Ceará. Só meu pai que era de lá, da Amazônia.

P/1 – Eles...

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Título: A fé que persevera e faz sobreviver

Data: 24 de junho de 2010

Local de produção: Brasil / Rondônia / Jaci Paraná

Personagem: Maria Ninita da Silva
Entrevistador: Karen Worcman
Transcritor: Ana Lucia Queiroz
Autor: Museu da Pessoa

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