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História
Por: Museu da Pessoa, 12 de abril de 2016

A espontaneidade do atuar

Esta história contém:

A espontaneidade do atuar

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Meu nome é Armando Magalhães Garcia. Nasci no Rio de Janeiro em onze de junho de 1926. Meu pai era de Portugal e minha mãe, que era dona de casa, de Vassoura, no Rio. Antes de eu nascer, meus pais já tinham um filho onze anos mais velho que eu. Nós nunca nos conseguimos dar. Ele tinha um gênio difícil, não se dava com ninguém, não falava com ninguém. Meu pai veio para o Brasil estudar medicina, onde foi clínico geral. Tinha consultório, mas cobrava um absurdo, dez reais e só depois de muito esforço o fizemos cobrar vinte. Morreu pobre, deixou pouca coisa pra gente. A casa de Toneleiros, esquina de Santa Clara de três andares, que na época, ele comprou um terreno lá e construiu a casa, uma casa de três andares muito boa, de pedra, foi alugada por um primo nosso, alugou para a Prefeitura do Rio de Janeiro, foi o erro nosso, não podia botar para fora, porque era da prefeitura, nossa, para vender foi um custo, conseguimos vender. Vendemos para o Circulo Militar, na mesma hora que o Círculo Militar resolveu mexer nos papéis para poder botar a casa abaixo, fez um prédio, não deu nem um apartamento para nós, não deu nada. Nós vendemos essa casa quando o papai morreu por 360 mil cruzeiros, o aplicamos, mas a firma faliu. Nos pagaram algo só depois de muitos anos.

Na minha infância, sempre gostei de atuar. Eu já nasci com esse dom de ser ator, vontade de me apresentar. Tive vontade, sempre, de fazer isso. Quando fui falar com o meu pai, ele ficou danado da vida, querendo que não acontecesse isso, que eu ia desonrar a vida dele. Foi só quando uma namorada minha convidou meu pai a ir ver uma peça que mudou de ideia sobre o teatro. Essa peça era “Seis personagens a procura de um autor” de Pirandello, que fiz com Paulo Autran, Tônia, Marilia Rei e Loureiro. Meu pai gostou tanto que viu a peça três vezes seguidas e nunca mais perdeu uma.

Aos dezesseis anos, comecei a trabalhar no Banco do Brasil, inicialmente em São Paulo, mas...

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P/1 – Armando, você pode falar seu nome completo, por favor?

R – Armando de Magalhães Garcia.

P/1 – Qual é a sua data de nascimento?

R – Onze de junho de 1926.

P/1 – Nasceu em que cidade?

R – Rio de Janeiro.

P/1 – E seu pai e sua mãe, são da onde?

R – Mamãe era de Vassoura, também no Rio, papai também do Rio. Meu avô que era português.

P/1 – Seu avô por parte de quem?

R – De pai.

P/1 – E por que ele veio para o Brasil?

R – Meu pai?

P/1 – Seu avô.

R – Meu avô não morreu aqui, morreu lá.

P/1 – Ah, ele não chegou a vim para o Brasil?

R – Não, não.

P/1 – Seu pai que veio?

R – Veio. Veio estudar Medicina, se formou…

P/1 – Com quantos anos seu pai veio para o Brasil?

R – Não sei que idade ele tinha. Sei que ele casou com 25 anos.

P/1 – E ele veio para o Brasil para estudar? Por que ele veio?

R – Para estudar, para ser médico. Se formou aqui e ficou como médico o tempo todo. Bom, também foi para Campos primeiro, 11 meses, 12 meses ele morou em Campos, tanto que o meu irmão nasceu em… eles casaram em 1915 e o meu irmão nasceu em 1916, não! Ao contrário, 1914 o casamento e em 1915, o meu irmão nasceu. Eu tenho a diferença de 11 anos para o meu irmão.

P/1 – Por que ele nasceu em 11 e você nasceu em 26?

R – Ele nasceu em 15 e eu nasci em 26.

P/1 – E seu pai e sua mãe, você sabe como eles se conheceram? Por que eles se conheceram?

R – Não sei. Eu sei que eles se casaram, mamãe com 24 e… com 20 e o meu pai com 25.

P/1 – Sua mãe trabalhava?

R – Não. Só dona de casa, como era? Só ficava… como é que chama?

P/1 – Dona de casa.

R – Dona de casa.

P/1 – Do lar.

R – É, do lar.

P/1 – E aí, eles se mudaram de Campos e vieram…

R – Vieram para o Rio e ficaram aqui, aí quando eu nasci.

P/1 – Qual o seu lugar de nascimento?

R – Rua Barão de Petrópolis, Rio Comprido. Eu nasci ali, quando mamãe engravidou de mim, ainda disse: “Meu...

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