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História
Por: Museu da Pessoa,

A descoberta da poesia

Esta história contém:

A descoberta da poesia

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Moisés Bispo dos Santos, eu nasci na cidade de Ilhéus, primeiro de janeiro de 1966. Dei trabalho pra minha mãe no ano novo. (risos) Eu tenho 11 irmãos, falecidos dois.

Eu morava no Bairro Pontal. Uma casa simples, é um bairro bom. Era uma casa de quatro cômodos, um banheiro, quintal grande, que lá na Bahia nós temos quintal grande. A gente tinha beliche, um em cima do outro.

Meu pai trabalhava na roça de cacau e minha mãe também. Eu trabalhei muito tempo na roça. A gente tinha um sítio, temos um sítio pequeno lá. Eu fui com dez anos, a gente trabalhava no cacau, né, colhia cacau, quebrava, secava. É porque a gente planta as mudas, planta as sementes no viveiro. Quando as mudas estão mais ou menos uns quatro centímetro, sei lá, um... Aí, a gente planta. Abre um buraco no chão, e coloca a muda, rasga aquela, o viveirinho, aquela... É um saquinho preto da Ceplac, que é um órgão que toma conta do cacau, a gente abre um buraco e planta o cacau no chão, aquelas mudinhas. É simples. Até as menina iam. São seis mulheres e cinco homem na nossa família.

A gente brincava na roça mesmo, nos rios, que lá tem muito rio. Fim de semana a gente ia na praia. Assim. A gente brincava de tudo, brincava de ciranda, brincava de contar história, brincava de tudo, fazia aqueles balanços nos pés de cacau, nos pés de mangueira, jaqueira também, que lá tem muito. Era assim a nossa vida.

Estudava assim, a gente ia, ficava uns dia na escola, saía pra ir pra roça, que a gente ficava pouco tempo na rua, mais na roça. Então, não dava tempo de estudar. Aí, eu me alfabetizei aqui em São Paulo. Fui pra escola com 22 anos, estudei até a oitava série.

Meu pai faleceu em 1999, não, 1989. Minha mãe ainda é viva, ainda. Inclusive a biblioteca tem o nome do meu pai, a Biblioteca Comunitária Antonio Bispo. Eu homenageei ele porque ele era muito guerreiro.

Eu vim em busca de serviço aqui pra São Paulo em 1987. Ah, porque eu...

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Minha Casa, Minha Cara, Minha Vida - Cabine São Bernardo do Campo

Depoimento de Moisés Bispo dos Santos

Entrevistado por Márcia Trezza e Rosana Miziara

São Bernardo do Campo, 09/03/2014.

Realização Museu da Pessoa.

ASP_CB06_Moisés Bispo dos Santos

Transcrito por Iara Gobbo.

P/1 – Oi Moisés, você pode falar seu nome completo?

R – Moisés Bispo dos Santos.

P/1 – Qual que é o local de nascimento e a data?

R – É Ilhéus, eu nasci na cidade de Ilhéus, primeiro de janeiro de 1966.

P/1 – Nasceu no ano novo?

R – Isso. Dei trabalho pra minha mãe no ano novo. (risos)

P/1 – Seus pais são de Ilhéus, da Bahia?

R – São.

P/1 – Você ficou lá até quanto tempo?

R – Até os 22 anos.

P/1 – Você morou até 22 anos em ilhéus?

R – Isso.

P/1 – Que lugar de Ilhéus você morava?

R – Eu morava no Bairro Pontal.

P/1 – Como que era esse bairro, sua casa?

R – Uma casa simples, é um bairro bom. Eu gostava, mas eu vim em busca de serviço aqui pra São Paulo em 1987.

P/1 – Quantos irmãos você tem?

R – Eu tenho 11, falecido dois.

P/1 – E você moravam os 11 na mesma casa?

R – Ahã (sim)

P/1 – Como que era essa casa?

R – Era uma casa de quatro cômodos, um banheiro, quintal grande, que lá na Bahia nós temos quintal grande.

P/1 – E vocês dormiam como, nos quartos? Como que dividia?

R – A gente tinha beliche, um em cima do outro.

P/1 – E como é que é, seus pais faziam o quê? Seu pai trabalhava em quê?

R – Meu pai trabalhava na roça de cacau.

P/1 – E sua mãe?

R – Também.

P/1 – E você foi pra roça com eles?

R – Fui, trabalhei muito tempo na roça. A gente tinha um sítio, temos um sítio pequeno lá.

P/1 – Até hoje?

R – Até hoje.

P/1 – Com quantos anos você foi pra roça?

R – Eu fui com uns dez.

P/1 – O que que você fazia?

R – A gente trabalhava no cacau, né, colhia cacau, quebrava, secava.

P/1 – Como que é plantar, colher cacau? Como que faz?

R...

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Título: A descoberta da poesia

Local de produção: São Bernardo Do Campo

Autor: Museu da Pessoa

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