Entrevista de Gisele Maria da Conceição da Silva
Entrevistada por Bruna Oliveira
São Paulo, 04/10/2021
Projeto: Mulheres no Mercado Rodo-Porto-Ferroviário - Rumo Logística
Realizado por Museu da Pessoa
Entrevista n.º: PCSH_HV1079
Transcrita por Selma Paiva
Revisado por Bruna Ghirardello
P/1 – Gisele, primeira coisa: queria que você se apresentasse, dizendo seu nome completo.
R – Bom, meu nome é Gisele Maria Conceição da Silva.
P/1 – E o local e a data do seu nascimento?
R – Peabiru, 1º de abril de 1982.
P/1 – Gisele, e qual é o nome dos seus pais?
R – Da minha mãe é Valci Lima da Silva e do meu pai, Leonardo Vicente da Silva.
P/1 – E o que eles faziam?
R – Meu pai é agricultor, trabalha na roça e minha mãe é funcionária pública.
P/1 – E como você descreveria seu pai e a sua mãe?
R – Ah, muito batalhadores, guerreiros, são pais maravilhosos, acho que é isso. Companheiros, sempre.
P/1 – Você sabe como eles se conheceram?
R – Não, não sei, é que eles... a gente morava em cidade pequena. Então, acredito que foi lá mesmo, mas não tem muito detalhe.
P/1 – E você tem irmãos?
R – Tenho quatro, eram mais quatro irmãs por parte de mãe e uma por parte de pai.
P/1 – E como é que é o nome deles?
R – A mais velha é Gislei, aí, depois, eu, Gisele, tem uma que mora em Paranaguá é Gislene; a mais nova da minha mãe é Juliana; e tem uma falecida que chamava Gisleine; e tem a filha, que é essa do meu pai, que é Gabriele.
P/1 – E como você descreveria a relação, tanto sua com seus pais, quanto com seus irmãos?
R – Muito boa, minhas irmãs a gente se dá muito bem, só a filha do meu pai que a gente acaba sendo mais afastada, não teve muito contato... Quando meu pai a teve, a gente já era mais adolescente para adulta. Então, não tem muito contato, mas com outras irmãs a gente tem bastante parceria, bastante amizade.
P/1 – E com seus pais?
R – Também, os meus pais...
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Entrevistada por Bruna Oliveira
São Paulo, 04/10/2021
Projeto: Mulheres no Mercado Rodo-Porto-Ferroviário - Rumo Logística
Realizado por Museu da Pessoa
Entrevista n.º: PCSH_HV1079
Transcrita por Selma Paiva
Revisado por Bruna Ghirardello
P/1 – Gisele, primeira coisa: queria que você se apresentasse, dizendo seu nome completo.
R – Bom, meu nome é Gisele Maria Conceição da Silva.
P/1 – E o local e a data do seu nascimento?
R – Peabiru, 1º de abril de 1982.
P/1 – Gisele, e qual é o nome dos seus pais?
R – Da minha mãe é Valci Lima da Silva e do meu pai, Leonardo Vicente da Silva.
P/1 – E o que eles faziam?
R – Meu pai é agricultor, trabalha na roça e minha mãe é funcionária pública.
P/1 – E como você descreveria seu pai e a sua mãe?
R – Ah, muito batalhadores, guerreiros, são pais maravilhosos, acho que é isso. Companheiros, sempre.
P/1 – Você sabe como eles se conheceram?
R – Não, não sei, é que eles... a gente morava em cidade pequena. Então, acredito que foi lá mesmo, mas não tem muito detalhe.
P/1 – E você tem irmãos?
R – Tenho quatro, eram mais quatro irmãs por parte de mãe e uma por parte de pai.
P/1 – E como é que é o nome deles?
R – A mais velha é Gislei, aí, depois, eu, Gisele, tem uma que mora em Paranaguá é Gislene; a mais nova da minha mãe é Juliana; e tem uma falecida que chamava Gisleine; e tem a filha, que é essa do meu pai, que é Gabriele.
P/1 – E como você descreveria a relação, tanto sua com seus pais, quanto com seus irmãos?
R – Muito boa, minhas irmãs a gente se dá muito bem, só a filha do meu pai que a gente acaba sendo mais afastada, não teve muito contato... Quando meu pai a teve, a gente já era mais adolescente para adulta. Então, não tem muito contato, mas com outras irmãs a gente tem bastante parceria, bastante amizade.
P/1 – E com seus pais?
R – Também, os meus pais moram noventa quilômetros aqui de Maringá. Sempre que dá eu vou para lá vê-los, então é muito bom. (risos)
P/1 – Você se mudou, depois de mais velha, para Maringá?
R – Isso, eu morei praticamente a vida inteira em uma cidadezinha, a noventa quilômetros daqui, se chama Fênix, aí tem seis anos que eu estou aqui em Maringá. Então, sempre nas minhas folgas, ou pelo menos uma vez por mês eu vou para lá, visitá-los.
P/1 – E você chegou a conhecer seus avós?
R – Sim, minha avó por parte de mãe ainda é viva, conheci os quatro, mas só minha avó por parte de mãe que ainda é viva, os outros já faleceram, mas conheci.
P/1 – Você sabe a história deles?
R – Não sei. (risos)
P/1 – Mas como é que era a relação com a sua avó que você teve mais convivência?
R – Ah, também sempre que eu vou, ela ainda mora na mesma cidade. Então, sempre que eu vou lá, eu vou lá visitá-la e a gente se dá muito bem e é uma avózona. (risos)
P/1 – E quando você era pequenininha, vem na sua cabeça alguma memória de alguma comida, algum cheiro que lembra a sua infância ou alguma data comemorativa também?
R – Geralmente finais de anos, Natal a gente sempre reunia, minha avó tem muitos filhos. (risos) Então, final de ano sempre reunia a família inteira. Era bem, bem gostoso. (risos)
P/1 – E você sabe a história do seu nascimento?
R – Não, eu não sei essas coisas, nunca... a minha nunca foi de comentar, a gente também nunca foi de perguntar muito.
P/1 – E você sabe como foi escolhido seu nome?
R – Olha, acho que foi meio na sequência, que é Gislei, Gisele, Gislene e Juliana, é tudo parecido. (risos)
P/1 – E lá na cidadezinha que você foi criada, assim, você lembra um pouco da sua infância lá, como era a casa que vocês moravam, como é que era, assim, na infância?
R – Lembro bastante, na verdade, a gente morou muitos anos também em sítio, em volta da cidade. Mas lembro, sempre gostava, eu sempre gostei muito da parte rural, morar em sítio, fazenda e o meu pai sempre trabalhou com isso e eu gostava bastante, é uma cidade bem pequenininha. Então, também tem bastante sítio, fazenda em volta. A gente sempre morou ali próximo, aí depois de alguns anos a gente mudou para cidade, mas é uma coisa que eu gosto muito, é da zona rural.
P/1 – Você lembra como era a casa, o sítio?
R – Olha, no sítio meu pai era retireiro, tinha uma colônia onde moravam várias famílias e a gente morava um pouco mais para cima, uns quinhentos metros para cima da colônia, perto da casa dos donos da fazenda, mas era uma casa de madeira.
P/1 – E era pequena? Como é que era?
R – Tem acho que uns dois, três quartos, não me lembro exatamente, sala e cozinha. Era de um tamanho normal, eu diria. Mas era bem gostoso, tinha um fogão a lenha, gostava bastante de morar lá.
P/1 – E tinha uma área verde grande, tinha animais?
R – Tinha, na verdade, tinha um pasto onde as vacas leiteiras ficavam, entre a colônia e a casa em que a gente morava. Era uma fazenda até bem, bem grande, meu pai era retireiro, cuidava da criação, fazia os queijos para venda e de vez em quando a gente ia lá, perturbá-lo. (risos)
P/1 – Como é que era quando vocês iam lá, vocês ajudavam? Como é que era?
R – Acho que mais atrapalhava. (risos) Mas a gente ia lá, às vezes, quando ele ia separar... falam apartar as vacas, a gente ia lá e dizia que estava ajudando, né, mas acho que mais atrapalhava, uma vez até tomei uma carreira da vaca. (risos) Mas é coisa que, no sítio, é comum.
P/1 – Como é que foi isso, da vaca? (risos)
R – Estava eu e a minha irmã Gislene, a gente estava com meu pai, indo levar as vacas para perto do riacho, em um córrego que tinha lá, uma represa acho e estava eu e minha irmã com uma vara e a gente começou a bater na vaca (risos) e tinha um morro, aí a vaca virou e começou a correr atrás da gente, aí ela correu para o lado do meu pai e eu subi correndo para o lado do morro. (risos) E a vaca atrás. Aí ela correu um pouquinho e parou, ainda bem.
P/1 – E você não tinha medo? (risos)
R – Olha, a gente, depois, acaba pegando medo, né? (risos)
P/1 – E do que você gostava de brincar, nessa época?
R – A gente brincava muito de esconde-esconde, amarelinha, ficar subindo em árvore, porque tinha vários pés de frutas em casa, na fazenda também tinha um pomar enorme.
P/1 – Nessa época, assim, bem pequena ainda, na infância, você tinha algum sonho, de ser alguma coisa quando crescesse ou não passava isso na sua cabeça?
R – Nessa época eu acho que ainda não. (risos)
P/1 – E você lembra das primeiras memórias, assim? Quais foram, da escola?
R – Primeiro, eu acho que foram nessa fazenda também, que a gente andava na faixa acho que de uns três quilômetros para ir para escolinha, que era na beira do asfalto, na beira da rodovia e vinha um professor da cidade para dar aula para os alunos, a Vera, Vera Vieira, até hoje é professora, mora na cidade de Fênix e é muito boa professora. (risos) E era a gente... durante a semana a gente usava essa escolinha para os alunos terem aula e nos finais de semana era usado como uma igrejinha.
P/1 – E você frequentava a igreja também?
R – Sim, sempre, (risos) todos os finais de semana, a colônia inteira ia para igreja, era bem animado.
P/1 – E como era a vizinhança do sítio, tanto do sítio quanto depois, quando você se mudou, como é que era?
R – No sítio tinha a colônia, para baixo de casa, uns quinhentos metros, do lado de cima, tinha a casa dos donos da fazenda e na colônia, tinha acho que em torno de umas oito famílias, mais ou menos. Como não tinha muita coisa pra fazer, a gente sempre estava nos vizinhos, os vizinhos na casa da gente e a gente descia lá na colônia, todo mundo se reunia e, às vezes, tinha forró. (risos) Antigamente tinha muito isso, baile, era bem muito gostoso. Mas a cidade também, depois que a gente foi para a cidade já estava na faixa de uns treze, quase quinze anos, aí já estava estudando, já tinha bastante amizade com o pessoal da rua da quadra, era bem gostoso e saía à noite.
P/1 – E depois da Vera, teve alguma outra professora ou professor que foi marcante na sua história?
R – Ah, eu sempre gostei de estudar, gostava bastante de estudar e tive sempre bons professores, não vou lembrar o nome de todos agora, mas a Irene, professora Irene também, eu acho que a maioria das professoras ainda estão em Fênix hoje, a Fátima eu acho que já não está mais na cidade, mas tiveram vários, mas sempre muito bons professores.
P/1 – E você ia andando, para a escola?
R – É, quando a gente morava no sítio, sim, aí na cidade, a cidade era bem pequena, então era normal ir andando.
P/1 – E como é que foi seguindo essa formação? Na verdade, eu queria saber quantos anos você estudou nessa escola no sítio, até você mudar para outra cidade? Como é que foi?
R – Olha, eu não vou saber te dizer certo, acho que o primário nessa escolinha do sítio, aí eu, quase finalizando primário, fui para cidade, aí continuei os estudos lá.
P/1 – E como que veio essa decisão dos seus pais, de mudar para cidade, como é que foi para você?
R – Na época, o meu pai comprou uma casa lá, aí a gente resolveu voltar para cidade, aí foi tranquilo. Geralmente, quando você é mais novo, assim, você não esquenta com muita coisa. (risos) Minha avó, meus avós moravam lá, na época ainda eram vivos. Então, ajudava bastante.
P/1 – E como é que começou a juventude, a adolescência? Você tinha bastante amigos? Como que era?
R – A gente tinha um grupinho ali do bairro, eram bastante amigos, alguns sempre tinham um irmão junto, na turminha. Cidade pequena não tem muita coisa, tinha uma praça da igreja e a gente ia lá e ficava lá conversando, depois da aula passava lá, ficava conversando, não tinha muito o que fazer, (risos) mas era gostoso, era bem divertido. Aí, depois, passou alguns anos, me casei, aí fui mãe bem nova, aí as coisas começaram a mudar. (risos)
P/1 – Você se casou com quantos anos?
R – Olha, na verdade, eu fui morar com o pai dos meus filhos quando eu tinha... estava para fazer quinze anos, muito nova. (risos)
P/1 – E como você o conheceu?
R – Era da turminha (risos) que saía à noite, que ia para praça.
P/1 – E como foi, para você e para sua família também, essa mudança, ir morar sozinha, como é que foi? Foi bem aceito?
R – Foi um espanto para minha mãe, que era eu muito nova, mas ela aceitou, me apoiou, mas acho que o choque maior foi para ela, que eu era muito agarrada com ela, nossa, (risos) sempre fui muito agarrada com ela.
P/1 – E como foi se tornar mãe?
R – Melhor coisa da minha vida. (risos) Meus filhos são tudo para mim, o motivo que eu levanto todo dia de manhã, que eu corro atrás das coisas, que eu batalho, são o motivo da minha alegria.
P/1 – E quais são os nomes deles?
R – O rapaz tem 24 anos, chama Igor e a menina tem 19, é Verônica.
P/1 – E você continuou com o pai deles ou vocês se separaram?
R – Não. A gente se separou, a gente ficou mais ou menos onze anos juntos, depois a gente se separou, eu me casei novamente, depois de um tempo, eu fiquei oito anos casada, me separei e agora estou sozinha, já tem uns seis anos.
P/1 – Gisele, e você lembra do seu primeiro trabalho?
R – Corte de cana, com certeza. (risos) Cortei cana durante sete anos.
P/1 – E como é que você conseguiu esse trabalho, como que era?
R – Ah, como a cidade é mínima, na época acho que tinha faixa de cinco mil habitantes, o serviço que tinha era o corte de cana manual, tinham várias empresas que trabalhavam lá e pegavam os funcionários lá, meu marido já trabalhava no corte de cana, o pai dos meus filhos, aí eu precisava trabalhar e era a única opção, aí encarei. (risos)
P/1 – E o que que você menos gostava nesse trabalho?
R – Olha, por incrível que pareça, eu gostava bastante desse serviço, é um serviço bem cansativo, né, a gente se suja muito, a cana na época era cana queimada. Mas era muito divertido, tinha muitos amigos, colegas e era, acho, a parte mais ruim, o trajeto, porque era sempre bem longe de casa, a gente fazia, às vezes, uma hora, uma hora e meia de trajeto de ônibus. Então, acho que era a parte mais cansativa.
P/1 – E você lembra o que você fez com seu primeiro salário?
R – Francamente eu não lembro, mas era para ajudar em casa. (risos) Na época a gente morava na vila rural e só ajudava em casa, mesmo.
P/1 – E como foi se tornar mãe? Quantos anos você tinha?
R – Olha, foi mais ou menos quando eu ainda estava na faixa de quinze anos, que eu ganhei o Igor. Aí, foi tudo muito novo, era meio que uma criança cuidando de outra, na verdade. Mas graças a Deus, deu tudo certo, meus filhos estão aí. (risos) Aí, depois, cinco anos depois, veio a Verônica e a gente aprende, aos pouquinhos a gente vai aprendendo.
P/1 – Mas como que foi tão nova, aí você já foi morar com o pai dos seus filhos, aí você já teve o Igor, aí como que foi na sua cabeça, você pensava sobre isso ou foi indo?
R – É, foi meio que só indo. Aí tinha minha mãe, que sempre me ajudou muito e ia lá, ajudar a cuidar, nos primeiros meses, dar banho, estar lá, ficando, me ajudando, me ajudou muito. (risos) Mas foi meio que foi acontecendo, não foi uma coisa muito pensada. (risos)
P/1 – E me conta como foi, depois do corte de cana, o que você trabalhou? Como é que continua a sua trajetória profissional?
R – Bom, eu trabalhei sete anos ao todo, mais ou menos, no corte de cana, em duas empresas diferentes, que tinham na região: a Cooperval e a Santa Terezinha, que é de Cianorte, próximo a São Tomé. Aí, é safreira, todo ano entrava, geralmente no final do ano saía, tinha o acerto e eu fiquei lá durante sete anos, entre uma e outra. Depois, trabalhei, mais ou menos, dois anos como doméstica, na cidade, aí comecei a construir minha casa lá. Aí meu filho, nessa época, já estava quase ‘de maior’ e estava precisando trabalhar, só que na cidade não tinha outro serviço, a não ser a cana e o frango, porque era um abatedouro de aves, que pegava lá o pessoal na cidade também. Aí, eu entrei nesse abatedouro, fiquei no total acho que um ano, dois anos, um ano e meio, dois anos e meio, eu não lembro ao certo, trabalhei seis meses na sala de corte e depois eu fui para operadora de empilhadeira. (risos) Aí eu já gostava de trabalhar de operadora de empilhadeira, eu gostava. Aí antes de sair, na verdade, do abatedouro, eu vim para Maringá, morar para cá, para ver emprego para o meu filho. Aí, aqui já mudei de emprego algumas vezes, trabalhei como segurança na fábrica da Cotton, terceirizada, aí depois trabalhei no estacionamento próximo do aeroporto e depois fui para Rumo (risos) e aqui estou e pretendo continuar aqui, (risos) virar maquinista e me aposentar aqui. (risos)
P/1 – Você lembra como eram os trabalhos, o que você mais gostava em cada um ou fatos, que eram coisas que você não gostava de jeito nenhum de fazer, mas fazia, como é que era?
R – Olha, eu sempre me adaptei bem, graças a Deus. Cana, apesar do povo assim ter uma noção que é um serviço muito pesado e realmente era, mas eu gostava muito, adorava cortar cana, adorava o pessoal, tenho até hoje muitos amigos daquela época, ainda. Aí, o segundo foi doméstica, também tem vários amigos da cidade lá ainda, que sempre quando eu posso também, às vezes, eu visito, não tanto agora por causa da pandemia, né, mas visitava. Aí, entrei no abatedouro de aves e cortar frango eu detestava, detestava. (risos) Depois que eu fiquei seis meses na parte do corte, fui operadora de empilhadeira, fui treinar e consegui a vaga, eu adorava, a câmara fria era muito fria, (risos) mas adorava, gostava muito. Aí, depois saí e entrei na fábrica da Cotton, terceirizada, como segurança, aí fiquei acho que um ano e meio, mas gostava também de fazer ronda, fazer o checklist dos caminhões que saíam. Aí, caí meio que de paraquedas na Rumo, sem muito saber aonde que eu estava, eu vi lá o anúncio da vaga e: “Eu vou mandar” Aí, depois que eu fui lá, que eu realmente fui entender e ter noção do que seria, falei: “Vamos embora tentar”. (risos)
P/1 – E, voltando um pouquinho, quando você mudou da sua cidade para Maringá, como é que foi, assim? Sair de uma cidade pequena e ir para Maringá, como é que foi?
R – Na época, quando a gente veio, o meu marido veio primeiro, ele trabalhava aqui durante a semana e finais de semana ele ia para casa, aí eu não queria muito sair da cidade, não, que eu gostava muito da minha cidade, gosto muito de lá, mas aí meu filho já era quase maior de idade, né, precisava trabalhar e lá não tinha opção. Aí, resolvi vir por ele, aí meu marido já arrumou casa e a gente veio, foi um pouco mais fácil, porque ele já estava aqui.
P/1 – Você lembra da primeira impressão quando você chegou aí, por ser uma cidade um pouco maior, como é que foi?
R – É, no começo a gente fica meio com medo como que você vai se virar, porque cidade pequena você atravessa a cidade andando a pé, não precisa de carro, de moto, nem nada, né? Até aprender a sair, pegar um circular, depois que eu tirei minha carteira e comprei uma moto, aprender andar de moto, assim, na cidade, cidade grande é bem diferente, né, você fica meio com receio, mas de pouquinho a gente vai pegando a prática. (risos) A cidade, Maringá é uma cidade muito boa de morar, então foi tranquilo.
P/1 – E me conta como foi, você viu... para entrar na Rumo, você viu a vaga, aí você se inscreveu, como é que foi esse processo?
R – Então, eu só consegui entrar na segunda tentativa, na primeira eu me inscrevi e fui selecionada para fazer uma entrevista, acho que em duas ou três etapas, aí fui, passei na primeira [fase], na segunda eu fiquei, não consegui. (risos) Aí, eu sempre conversava com a menina do RH, perguntando quando que ia ter vaga de novo, ela: “Não, quando for ter vaga, eu te aviso”, coisa e tal. Um ano depois, mais ou menos, abriu vaga e ela falou: “Você tem interesse ainda? Vai abrir vaga. Se quiser, manda o currículo”. Aí mandei novamente e foi uma entrevista bem difícil, (risos) mas passei e estamos aí, até hoje.
P/1 – O que foi difícil, na entrevista?
R – Olha, na entrevista eles realmente perguntam, fazem algumas perguntas e você responde, mas eles não ficam satisfeitos com a primeira resposta, eles realmente questionam, para ver se é aquilo mesmo que você quer. Se você for ver, a Rumo tem um lema de segurança em primeiro lugar: “Só faço se for seguro”. Então, você realmente tem que estar certo do que você vai fazer, então eles batem sempre na mesma tecla de segurança e pressionam bastante na entrevista, para ver se você aguenta a pressão. (risos)
P/1 – E como é que foi? Faz quanto tempo?
R – Em novembro agora, faz dois anos que eu estou na Rumo, dia 12 de novembro. No começo foi bem difícil, eu nem sabia que aqui em Maringá tinha um pátio da ferrovia, fui saber quando eu fui para entrevista, mas também não tinha muita noção do que ia ser. Aí, você começa a ter uma noção lá, quando a gente vai para Curitiba, fica em uma escolinha 45 dias, aprendendo a parte teórica e, com tempo, prática também lá, mas só quando a gente volta a gente fica no pátio com o instrutor durante três meses, realmente fazendo o serviço ali do dia a dia, aí que você vai ter uma noção do que você vai fazer. (risos)
P/1 – E você já tinha interesse, algum interesse em trabalhar em ferrovia ou era uma coisa que não existia e foi uma surpresa?
R – Não, porque a primeira vez, na verdade, que eu vi um trem, eu trabalhava no corte de cana ainda. Então, nem sabia que aqui em Maringá tinha uma ferrovia, fui descobrir depois que eu vi a vaga em um site aqui da cidade, aí fui conhecer e achei interessante, gostei de aprender, gosto de trabalhar e crescer, cada vez mais correr atrás dos sonhos e crescer e chegar a ser maquinista.
P/1 – E você entrou direto na função que você exerce hoje?
R – Sim, entrei direto nessa função, mas eu tive duas oportunidades de ser promovida, de ir para máquina, virar maquinista, só que tive dois imprevistos, aí acabei, por duas vezes, desistindo. A primeira eu achei que não estava pronta ainda e, na segunda, eu tive um imprevisto, eu precisei adiar esse próximo passo, mas logo, logo, se Deus quiser, eu vou estar puxando trem. (risos)
P/1 – E como é que funciona o trabalho de manobradora, né? Como é que funciona?
R – Isso. Olha, basicamente a gente conversa com o maquinista, fica na locomotiva, por rádio. Aí, geralmente, chega o trem, chega uns trens carregados ou vazios e as outras locomotivas, com a equipe, o maquinista, tem um manobrador ou, às vezes, dois, dependendo do serviço, a gente pega os vagões e leva pros terminais, tanto vazio, quanto carregado ou vai no terminal buscar os vagões vazios, descarregados, para formar o trem e mandar de volta. Mas aí vai passando, vai falando com o maquinista sobre a distância, para onde que você está indo, a linha que você está indo, pelo rádio, para embarcar na cauda do vagão. (risos) Mas basicamente é isso: a gente fala com o maquinista pelo rádio, né, o manobrador, quando a gente está de recuo, é o olho do maquinista, você vai falando para ele: “Olha, tantos vagões até tal lugar, para fazer tal coisa, para operar uma chave ou para conferir chave, para parar para desembarcar”.
P/1 – E como foi o seu primeiro dia, você lembra?
R – Olha, o primeiro dia você fica assim: muita novidade, né? Fala: “Meu Deus, será que eu vou conseguir?” Você fica um tempo assim, meio em choque. No começo você acha tudo muita, muita informação, na verdade você não entende muito ainda no que você está se enfiando. (risos) Aí, depois você começa a entender e fala: “Meu Deus, será que eu dou conta?” (risos) Aí, depois você consegue, de pouquinho e realmente absorvendo o que você precisa fazer e entender, e consegue manobrar, aos poucos. (risos)
P/1 – E lá no terminal onde você trabalha tem bastante mulher trabalhando junto ou não?
R – Aqui em Maringá eu fui a primeira que deu certo, teve acho que mais duas ou três tentativas, mas não deu muito certo. Na verdade, eu acho que uma das meninas que entrou para ser manobradora, veio já com a ideia de ir para mesa, para ser chefe de pátio, que está até hoje, a Gláucia. Aí, tem mais outra chefe de pátio também e agora, depois que eu entrei, tem uma menina que está estagiando, a Costa, ela entrou tem uns cinco meses, quatro meses, mais ou menos e ela está estagiando, ainda. Mas que deu certo, assim, para manobra acho que eu fui a primeira. (risos)
P/1 – E o resto é tudo homem?
R – Tudo homem, tem algumas mulheres na parte de RH, né? E na região aqui por perto também, agora a Rumo está... quer dizer, não só aqui, a Rumo também está contratando cada vez mais mulher, viu que está dando certo e estão abrindo as portas para a gente. (risos)
P/1 – E trabalhar assim, no meio de tanto homem, como é que foi? Eles aceitaram você tranquilo, teve alguma resistência, como é que foi?
R – Ah, na Rumo não, até porque eles já tinham tentado umas duas ou três vezes, né, colocar mulher nessa área, mas em geral, em todos os empregos que eu tive foi meio assim, foi uma coisa meio que não tem, não tinha muita mulher, eu já estava acostumada, tanto no corte de cana, como operadora de empilhadeira também, eu era a única mulher. Então, eu já estava meio acostumada em alguns lugares o povo ficava meio espantado, mas eu já estava acostumada com isso, com essa de trabalhar mais com homens, que é um serviço que seria mais para homens, né? Então, eu já estou meio que acostumada, (risos) mas os meninos da Rumo já não tem esse meio que preconceito, né, sempre me receberam de braços abertos, sempre me ajudaram muito, sempre, qualquer manobrador tenta ajudar ao máximo e, precisando, é só pedir ajuda.
P/1 – E você lembra de alguma história marcante de um dia de trabalho na Rumo?
P/1 – História marcante? Ah, coisa que a gente fazia muito, tinha um grito de guerra, no começo, antes da pandemia e no DDE a gente tem uma reunião todo dia de manhã, antes do início do turno, que chama DDS (Diálogo Diário de Segurança) e a gente tinha um grito de guerra, só que aí, com a pandemia, foi cortado, a gente começou a fazer esse DDS em área aberta e parou. Mas era uma coisa bem legal e acho que todo dia é diferente, nenhum dia é igual, tem dia que você trabalha ali o dia inteiro debaixo do sol, tem dia debaixo de chuva, cada dia você vai em um terminal. É bem diferente o serviço de manobradora, mas é gostoso, porque todo dia é uma novidade, o primeiro dia que eu fui de um pátio até outro próximo com o trem foi bem legal, não tinha andado bastante, ainda. (risos)
P/1 – E como foi esse dia?
P/1 – Ah, foi muito massa, as locomotivas, geralmente, de trem são maiores, as de pátio são menores, as que formam trens para levar são locomotivas maiores e bem mais modernas e é muito gostoso, você passa por baixo dos viadutos, dos túneis. É bem, bem, massa. (risos)
P/1 – Gisele, e como você enxerga, você comentou um pouco de como foi, que já tiveram outras mulheres que trabalharam nessas funções e você também foi meio desbravando, né? Mas como que foi, como você enxerga a ascensão das mulheres nesse mercado rodoviário? Você vê um crescimento das mulheres?
R – Vejo, vejo sim porque, como eu disse, aqui em Maringá já tinha tentado algumas vezes, não sei dizer no resto da Rumo, mas aí eles apostaram e acreditaram em mim, deram uma chance e, graças a Deus, eu consegui mostrar que eu era capaz, aí eles começaram a abrir mais portas para mulherada, aí hoje já várias localidades tem mulher também, já treinando, a gente está até com uma moça treinando para maquinista, em Apucarana. Então, aos pouquinhos, a gente vai conseguindo ampliar o nosso mercado. (risos)
P/1 – E como que você faz para conciliar as suas coisas, né? A Gisele, seus filhos, que já estão criados, né?
R – Já.
P/1 – ... mas ainda ficam junto de você, né? E o seu trabalho, como é que funciona essa tripla jornada?
R – Olha, o meu horário de manobra no trabalho hoje é um horário fixo, é um horário muito bom, diga-se de passagem, é das sete da manhã às quinze e vinte da tarde. Então, aí, seis por dois: trabalha seis dias e folga dois, revezando sábado, domingo, feriado que cair na escala, você trabalha. Mas aí passa o resto da tarde lá em casa, às vezes, a gente sai, agora já não sai muito mais, com a pandemia ainda aí, atrapalhando um pouco, mas a folga também é boa. Geralmente, quando eu estou de folga, a gente vai para casa da minha mãe, então dá pra aproveitar bastante ainda, nesse horário. (risos)
P/1 – E pensando assim, em toda sua trajetória profissional, o que você acha que foi o maior aprendizado?
R – Olha, acho que todos os trabalhos que eu tive foram experiências bem, bem inovadoras, foram todos completamente diferentes um do outro, completamente diferente do que o pessoal acredita que seria ‘serviço de mulher’, que seria o serviço mais tranquilo, né? Então, eu acho que tudo, na minha vida, foi muito bom, foi bem aproveitado. (risos)
P/1 – E hoje, o que você faz no seu dia a dia? Como é o seu dia a dia?
R – Olha, ainda está bem restrito, né? Geralmente eu chego do serviço, tomo um banho, fico, às vezes, vendo TV com a minha filha, agora ela está em casa, mas quando ela estava trabalhando à tarde, eu a buscava e vinha para casa, meu filho chega geralmente às dezoito, dezoito e trinta e está mais em casa agora. Mas antes da pandemia, às vezes, a gente saía final de semana, ou ia para casa da minha mãe, ia em uma pizzaria. Mas agora está um pouco restrito ainda. (risos)
P/1 – Eu queria te perguntar: como é que foi que seus filhos receberam essa notícia que a mãe ia ser manobradora? E teve algum comentário em casa, como que foi?
R – Não, eles sempre me apoiaram bastante, já estão acostumados com a essa mãe meio doida que eles têm. (risos) Então, eles sempre me apoiaram muito, graças a Deus. Na época que eu fui para Curitiba, eu fiquei meio assim de aceitar ou não, porque foi bem na época que minha filha ia fazer a formatura do ensino médio, aí eu queria desistir, para não perder a formatura dela e ela falou: “Não, você vai, não sei o que, é uma oportunidade”. Aí eu fui, mas eu ainda consegui pegar a parte da festa. (risos) Mas eles me apoiam muito.
P/1 – E nas horas de lazer, o que você gosta de fazer, como é que você se diverte?
R – Olha, eu gosto bastante de assistir TV, filmes, de vez em quando um livro, gosto bastante de mato, sítio ou então, sempre que eu posso, a gente vai para algum lugar, assim, meu pai mora em um sítio lá perto da cidade, né? Então, a gente sempre passa por lá, essas coisas assim, uma chácara, área de lazer. (risos)
P/1 – E o que você está estudando, na faculdade?
R – Logística.
P/1 – E faz quanto tempo que você está?
R – Eu comecei esse ano, estava meio enrolada e comecei a fazer esse ano. (risos)
P/1 – E de onde que veio essa vontade de voltar a estudar, de retornar?
R – É que eu sempre tive vontade de fazer, mas nunca dava muito certo, conciliar o serviço com filhos, depende do lugar, às vezes, o horário de serviço não dava muito certo, aí esse ano eu consegui realmente me matricular e tentar fazer a faculdade e está dando certo, por enquanto. (risos)
P/1 – Já tem algum professor marcante?
R – Não, está tranquilo. (risos)
P/1 – E pensando também agora, na pandemia, como que foi assim, para você, como que afetou a sua rotina, o seu trabalho, a sua vida pessoal?
R – Bom, no começo da pandemia, bem no comecinho, na verdade, ficava meio assim: “Será que é tudo isso mesmo? Será que precisa de tanto?” Aí, depois que eu vi que estava ficando mais sério, me preocupou mais. Minha filha, na época, não estava trabalhando, então só ficava mais em casa, mesmo porque ela não sai muito. Então, estava mais tranquilo com ela. Meu filho me preocupava, porque ele é do grupo de risco e devido ao trabalho dele, tinha muito contato com outras pessoas, então me preocupei muito, meio que entrei em pânico, mas aí a gente conversou e logo depois também ele saiu do serviço. Então, me tranquilizou bastante. (risos) Aí, na Rumo, a gente já trabalha meio afastado, em lugar aberto, bem afastado. Então, essa parte foi mais tranquila, mas minha preocupação maior era com eles. E a família, querendo ou não, a gente sempre se preocupa, né? Está longe, quer estar perto, mas não pode, é bem difícil.
P/1 – E eu fiquei em dúvida: como manobradora você chega a sair dos terminais ou você trabalha mais nos pátios? Como é que é?
R – O pátio tem alguns terminais em volta, geralmente é ligado ao pátio e tem alguns terminais que são mais afastados, aí a gente sai, vai com as locomotivas até o terminal, levar vagão ou buscar. Tem outro pátio que é um pouco mais longe, que é a Shell, não sei dizer certo quantos quilômetros, mas é um pouquinho mais longe e tem outro terminal na cidade de Sarandi, que é onde eu estava também, fiquei lá acho que, mais ou menos, um mês, cobrindo férias dos meninos, lá. Mas a gente sai, onde precisar a gente está indo. (risos)
P/1 – E como é que foi subir em uma locomotiva pela primeira vez?
R – Foi muito legal. (risos) Foi bem diferente, uma coisa que não esperava, não imaginava muito que ia acontecer na minha vida, até entrar na Rumo.
P/1 – E pensando em tudo o que você já viveu, quais foram os momentos mais marcantes da sua trajetória profissional?
R – Olha, eu acho que isso, esses serviços mais diferentes, mesmo. Quando eu fui operadora de empilhadeira, o pessoal tinha muito preconceito, me olhava assim meio: “Será que ela vai conseguir? Será? Acho que ela não vai dar conta”. Então, ali eu realmente senti que o pessoal tinha muito preconceito, mas consegui mostrar e estava ali, entre as melhores funcionárias operadoras. Na parte da segurança também, antes de entrar na Rumo eu fazia muito freelancer aqui na cidade, conheci e conheço muita gente nessa área e são áreas bem diferentes, né? Então, tipo assim: todos eu gosto muito e eu acho que é isso. (risos)
P/1 – E quais são as coisas mais importantes para você, hoje, na sua vida?
R – Meus filhos, com certeza, (risos) meus filhos sempre, meu filho, meus filhos, minha família, meu pai, minha mãe, minhas irmãs.
P/1 – E você tem sonhos?
R – Olha, queria conhecer o Brasil puxando trem, só que já não dá, porque os maquinistas de trecho levam até altura, trocam de maquinista e até chegar no destino, não dá para sair cruzando o Brasil inteiro. (risos) Mas ver meus filhos bem, minha família bem e tocar a vida. (risos)
P/1 – A gente já está chegando no fim, mas eu ainda tenho umas duas perguntas para você. A primeira é se você gostaria de contar alguma história que eu não te perguntei, deixar alguma mensagem?
R – Olha, eu acho que a primeira pessoa a acreditar na gente tem que ser a gente mesmo, se você quer, você tem que correr atrás, batalhar, porque a única coisa que cai do céu é chuva. (risos) Então, a gente tem que conseguir sonhar e determinar que você quer aquilo e lutar para conseguir, lutar para chegar no seu objetivo porque, se você não conseguir, pelo menos você sabe que tentou, mas tem que batalhar e correr atrás, sim.
P/1 – E o que você acha dessa proposta de mulheres do mercado rodo porto ferroviário contarem a sua história e contarem a história de vida em um projeto de memória? O que você acha sobre isso?
R – Ah, eu achei bem legal. Algum tempo atrás, acho que no primeiro ano que eu estava na Rumo, ano passado, eu dei uma entrevista para uma revista contando um pouquinho também. Mas foi no começo da pandemia, eu acho. Mas é bem legal, a gente, querendo ou não, incentiva as mulheres a correr atrás, a batalhar. “Lugar de mulher é onde ela quer!” Então, eu acho que é isso e abrir novas portas e a gente correr atrás, para conseguir nossos objetivos.
P/1 – E o que você achou de ter participado e contado um pouquinho da sua história, hoje? Como é que foi, para você?
R – Eu estava um pouco nervosa, (risos) mas eu gostei bastante, é uma honra, um prazer.
P/1 – Muito obrigado! Pode falar.
R – Obrigada vocês, é uma honra ter sido entrevistada (risos) e muito contente, é isso, muito obrigada!
P/1 – A gente que agradece. Foi muito legal, Gisele, muito obrigada!
[Fim da Entrevista]
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