Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
História
Por: Museu da Pessoa, 9 de maio de 0014

“Maria, vamos fazer hora extra?” Eu digo: “Vamos!”

Esta história contém:

“Maria, vamos fazer hora extra?” Eu digo: “Vamos!”

Vídeo

Meu nome é Maria José Souza de Jesus, nasci em São João Batista, em Santa Catarina, no dia 19 de março de 1970. Meus pais são agricultores e tem os gadinhos deles. Dos meus sete anos em diante, eu também já trabalhava na roça e plantando fumo também. Eu ia à frente da junta de boi puxar lenha, puxar a carroça de fumo. Trabalhava meio período e estudava meio período, assim nós fazíamos. Depois, com 11 anos eu passei a trabalhar numa olaria, trabalhei até os 14 anos numa cerâmica de tijolo comum. E quando fiz 14, eu peguei registrado numa sapataria, até os 18 anos. A gente estudava de manhã, trabalhava à tarde, e à noite a fazia tarefa da casa, brincava. À noite a criançada se reunia e brincava no terreiro da casa da mãe... Com 18 anos eu vim pra Joinville. Eu trabalhava fora, limpava a casa, arrumava a bicicleta que eu ia trabalhar. A minha mãe também é assim, então acho que puxa da família. Eu trabalhei seis anos na Fiação Joinvillense.

Quando ele chegou, que ele foi pra rua, eu nunca esqueço, chegou de cabeça baixa, e disse assim: “Mãe, eu fui pra rua”. Eu falei: “Mas tu não nasceu lá dentro. A gente vai se virar com o dinheiro que tem. A gente economiza até tu arrumar emprego de volta”. Eu tinha o meu menino que frequentava a Ecos em aula de violão, aí fizeram o convite para as mães participarem do artesanato... De tanto ele insistir, eu fui. Cheguei lá, na época eles davam duas peças pra gente pintar, uma ficava para o projeto e outra trazia. Eu gostei de pintar... “Deixe-me levar uma caixinha de chá, uma cestinha pra ver se eu consigo fazer?”. Ela falou: “Mas tu tem a madeira?”. Eu digo: “Tem uma marcenaria perto de casa, o Alessandro pega retalho lá”. Porque ele pegava pra inventar os brinquedos dele. Eu com ele, com uma serrinha de serrar ferro, a gente tirou o desenho, cortou, aí minha mana trabalha com sapataria, fui lá, trouxe cola, comecei com a cola de sapataria. “Ah, filho, e agora...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128.976 – Whirlpool

Depoimento de Maria José Souza de Jesus (Maria Madeira)

Entrevistada por Márcia Trezza

Joinville, 09 de maio de 2014

WHLP_HV025_Maria José Souza de Jesus (Maria Madeira)

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Ana Carolina

P/1 – Maria, nós vamos começar a entrevista, fale seu nome completo.

R – Maria José Souza de Jesus.

P/1 – Onde você nasceu?

R – Em São João Batista.

P/1 – Fica em que estado?

R – Em Santa Catarina.

P/1 – E em que data?

R – Dia 19 de março de 1970.

P/1 – Você podia falar o nome dos seus pais?

R – O nome dos meus pais é Francisco Eugênio de Souza e Maria Martinha Amelim de Souza.

P/1 – Qual a atividade deles, Maria?

R – Eles são agricultores.

P/1 – Eles estão vivos?

R – Estão vivos.

P/1 – E eles até hoje trabalham na agricultura?

R – Até hoje.

P/1 – O que eles plantam?

R – Batata, aipim, aí tem os gadinhos deles. Antes eles trabalhavam na agricultura, hoje eles se aposentaram, aí eles continuam a rotina deles do dia-a-dia, porque senão, igual dizem eles, se ficar parado, eles encarangam.

P/1 – E, Maria, antes de aposentar, tinha uma produção que eles vendiam?

R – Eles plantavam o aipim pra vender. O aipim, o feijãozinho.

P/1 – E essa produção era suficiente pra manter a família?

R – Sim. Porque depois que a gente... Tipo assim, quando eu comecei, lá dos meus sete anos em diante, eu também já trabalhava. A gente trabalhava na roça plantando fumo também. Então era um dinheiro extra que entrava pra eles.

P/1 – E você tem irmãos?

R – Eu tenho mais dois. São o Jaime e a Valdirene.

P/1 – E os três trabalhavam na roça?

R – Não. Só eu.

P/1 – Você é a mais velha?

R – Não. Sou a do meio.

P/1 – E por que só você, Maria?

R – É porque o meu irmão era muito preguiçoso, então ele não queria saber de trabalhar, ele só queria estudar. Aí eu trabalhava e...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.